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O Evangelho Segundo Paulo

por T. Austin-Sparks

Prefácio

Estamos vivendo num tempo em que muitas grandes mudanças de caráter estão ocorrendo em cada área. Certamente não é tempo de estagnação. Não apenas a aparência das coisas tem mudado grandemente na metade de uma vida, mas há nesses dias imediatos uma tremenda aceleração nesta mudança, de modo que não sabemos qual pode ser a situação do mundo de um dia para o outro.

O que se obtém no geral não é menos verdade -talvez até mesmo mais verdadeiro- no cristianismo. Tudo está num campo de dúvida e incerteza, isto é, no que diz respeito à moldura, à forma, à obra, à maneira e a perspectiva terrena. Podemos ir mais além e dizer que -muito provavelmente na soberania e na providência de Deus- as condições (já bastante avançadas no Leste) estão literalmente compelindo os cristãos a reconsiderarem os seus fundamentos, e levando pessoas responsáveis a enfrentar toda essa questão de reorientação exigida.

Se estamos próximos da consumação desta era, então, isto é exatamente o que podemos esperar. Somente a verdade em sua real essência irá suportar o teste que será forçadamente lançado sobre todas as coisas pelo próprio Deus, e este “julgamento deve começar pela casa de Deus”. Todos os acessórios, equipamentos, acompanhamentos, parafernálias e ‘etc’ do cristianismo será despojado, e somente a dura realidade permanecerá no final. A Escritura fala de uma "ardente prova que virá sobre todos os habitantes da terra, para provar os seus moradores”. A tragédia do nosso tempo é que muitos líderes responsáveis ou estão tão ocupados e preocupados com a obra, ou estão tão superficialmente otimistas que não estão conscientes da real emergência implícita no progresso do mundo.

Há uma necessidade crescente para tal suprimento em muitas conexões, mas não menos na questão do Evangelho em si. Apressemo-nos em deixar claro que não estamos implicando que há qualquer necessidade para uma reconsideração ou reorientação da essência do Evangelho. Não, enfaticamente não! Ele, em sua natureza e constituição essencial, permanece “O Evangelho Eterno”. Mas há uma necessidade real para uma apreensão fresca de qual é esta realidade do Evangelho. A própria palavra ou termo ‘Evangelho’ tem implicado algo menos do que “todo o conselho de Deus”, e tem sido aplicado quase que exclusivamente aos princípios da vida cristã.

Quando o apóstolo que escreveu a carta aos Hebreus demonstrou a grandeza transcendente de Cristo, o Filho de Deus, em cada área, seja dos patriarcas, profetas, anjos, ou qualquer outro, ele resumiu tudo -algo vasto- numa única frase: “tão grande salvação”; da qual salvação ele declarou que até mesmo negligenciá-la -não necessariamente se opor a ela, ou resisti-la- envolveria uma condenação inevitável.

Nas páginas deste pequeno volume, temos buscado suprir esta necessidade de recuperação, ou de re-apresentação, alguma coisa -somente alguma coisa- da grandeza do Evangelho, e mostrar que tudo para a vida, serviço, progresso, e vitória depende da real compreensão de sua grandeza.

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