Austin-Sparks.net

"Para Que Eles Sejam Um, Assim Como Nós Somos Um" - Volume 1

por T. Austin-Sparks

Reunião 18 – Uma Situação Impossível se Tornou numa Possibilidade Gloriosa pela Presença do Senhor Jesus.

Décima Oitava Reunião
( Fevereiro 14, 1964 P.M. )

Bem, é bom estar aqui nesta noite, e queremos dar graças aos nossos queridos amigos por nos convidar. E o que acabamos de ouvir constitui um contexto muito bom para o que vos tenho a dizer.

Pensando hoje acerca desta festa, e sobre uma palavra que vos posso dizer, veio à minha mente três festas no Novo Testamento; e cada uma delas tinha um fundo anormal, impossível. Era uma situação naturalmente impossível em cada caso. MAS A FIGURA CENTRAL DE CADA UMA DESSAS TRÊS FESTAS FOI O SENHOR JESUS. E porque Ele estava no centro, o que era impossível foi feito possível. A situação foi mudada desde uma absoluta impossibilidade para uma realidade. Penso que você se está perguntado quais são as festas às quais estou me referindo.

Bem, uma foi as bodas de Canaã em Galileia. Todos vocês lembram dessa história. Houve uma festa de casamento em Canaã de Galileia. Jesus e Seus discípulos foram convidados. Quando estavam pelo meio da festa, todo o vinho acabou. Não sei qual de todos esses muitos pratos é o mais importante. Não sei qual, se ele viesse a falhar iria deixar morrer a festa inteira, e fazer com que meus amigos que a prepararam se sentissem muito envergonhados. Mas nessa festa de casamento em Canaã, o vinho era o mais importante, e o vinho faltou. A coisa mais importante da festa deu errado. E a mãe de Jesus, cheia de consternação, se voltou para Ele e disse, “eles não têm vinho.” Bem, você se lembra do resto da história. Isso foi uma situação naturalmente impossível. Nada poderia ser feito. Ninguém poderia fazer algo sobre isso. Aí estava; todo o vinho tinha ido, e a metade da festa não tinha acabado.

Mas Jesus era o centro. Isso fez toda a diferença. Ele ordenou que eles enchessem as talhas grandes com água. Ora, essas talhas não foram cheias com água para beber; elas não estavam lá para esse propósito. A água tinha sido usada, mas não para bebê-la. Tinha sido usada toda para lavar os pés dos convidados. Elas estavam vazias. Eram jarras bem grandes. Jesus disse, “encham as talhas com água.” Os servos teriam ficado muito surpresos com isto. Eles teriam dito, “nós usamos toda a água para lavar os pés. Para quê lavar os pés de novo? Mas, a mãe de Jesus disse aos servos, “qualquer coisa que Ele lhes dizer, façam.” Então, eles encheram as talhas com água, se perguntando o que isto significava e o que iria acontecer; talvez se perguntando se eles tinham que lavar todos os pés da gente uma segunda vez. Bem, eles encheram todas as jarras com água, e você sabe o que aconteceu, Jesus, com Seu coração elevado para Seu Pai, provavelmente levantou Suas mãos sobre essas talhas, e a água imediatamente tornou-se vinho. Uma situação impossível foi convertida numa gloriosa possibilidade pela Presença do Senhor Jesus. Foi tão extraordinário que o mestre-sala da festa disse, “o melhor vinho foi guardado para o final.” É usualmente assim quando Jesus faz alguma coisa. Temos que dizer “bem, isto é melhor do que qualquer coisa anterior.”

Deixemos esta festa e vamos para a seguinte. É um tipo de festa diferente. Havia um pequeno homem, um homem pequeno em todos os sentidos. Não apenas em estatura física, mas em todos os outros sentidos ele era um homem pequeno. Ele era um homem pequeno moralmente e espiritualmente. É claro, todos vocês sabem seu nome. A história é esta: quando os Romanos chegaram e tomaram possessão da Palestina, eles impuseram impostos sobre o povo. Todo o povo tinha que pagar impostos ao César. Mas havia uma dificuldade. É a mesma dificuldade como a que temos aqui nesta noite. Era a dificuldade da linguagem. Os Romanos não podiam falar a linguagem Judia. O que eles fizeram? A única coisa a fazer era conseguir alguns judeus para trabalhar para eles; alguns Judeus para irem cobrar esses impostos. Ora, isso era algo muito, muito desonesto a se fazer. Todos desprezam gente que faz esse tipo de coisa. Gente que não apenas trabalha para um inimigo em ocupação, mas também aqueles que se aproveitam da oportunidade para obter muito para eles mesmos. E estes homens que se prestaram a si mesmos para esse tipo de coisa, não só exigiram o imposto para os Romanos, mas eles impunham algo extra para eles mesmos, e eles se fizeram muito ricos a si mesmos desse jeito. Por tanto, eles eram as pessoas mais desprezadas. Eles eram vistos como uma gente de moral desonesta.

Ora, o homem pequeno do que estamos falando era um deles. Ele era um homem pequeno em todos seus sentidos. Você lembra a história de Zaqueu. Grandes multidões de gente estavam vindo e Jesus estava com eles. Todos tinham ouvido das coisas maravilhosas que Jesus estava realizando. Assim, o homem pequeno achou que gostaria de ver este Jesus. Havia uma grande multidão, e ele, um homem pequeno, ainda esticando seu pescoço, não podia ver Jesus. Então, ele subiu numa árvore, e para surpresa dele, Jesus saiu da multidão e olhou acima, para a árvore. E disse, “Zaqueu, apressa e desça, pois devo ficar hoje na sua casa.” Jesus foi na casa dele, e Zaqueu fez uma grande festa, e chamou todos seus amigos juntos. E imagino que todas as pessoas eram como ele mesmo.

Zaqueu foi maravilhosamente salvo nesse dia. Se você tivesse perguntado às pessoas antes disso, se Zaqueu poderia alguma vez se tornar um verdadeiro Cristão, eles diriam: “impossível.” Por quê? Porque esse homem pequeno louva o dinheiro. Esse homem pequeno pensa que tudo é um beneficio pessoal. Ele fará qualquer coisa cruel para obter algo para ele mesmo. “Você me diz que esse homem poderia ser salvo; que esse homem poderia ser tão mudado; até chegar e dizer, “o que tenho, eu dou; tudo o que eu tenho pego, o consertarei.” Essa foi uma festa maravilhosa. Quando Zaqueu deu seu testemunho diante de todos seus velhos amigos, foi uma outra situação impossível naturalmente. Mas porque Jesus estava lá, o impossível se tornou real.

Agora passamos para nossa terceira festa. E se as outras duas eram impossíveis, esta foi muito mais impossível. Estamos indo para Betânia, a pequena vila de Betânia. Tinha uma casa encantadora em Betânia com duas irmãs e um irmão, e eles se amavam muito profundamente um ao outro, e Jesus gostava de ir a essa casa. Se Ele alguma vez conseguiria sair da multidão e da cidade, você o encontraria em Betânia. Mas agora Jesus estava muito longe, e algo bem sério estava acontecendo nessa pequena casa. O querido irmão, Lazaro, está muito enfermo; tão enfermo que está o bastante claro de que ele vai morrer. Acho que elas eram pessoas que não eram pobres. O que lemos dessa casa e dessas irmãs e desse irmão seria que eles sim tinham alguns recursos. Por tanto, acho que podemos concluir que eles tiveram o doutor. Eles pagaram por toda a ajuda que eles poderiam ter para fazer com que esse irmão ficasse bem. E eles pensaram em Jesus, e enviaram um mensageiro rapidamente a Jesus. A mensagem que ele levava era: “aquele a quem amas está enfermo.”

Jesus recebeu a mensagem. E logo o escritor da história diz, ora, Jesus amava Maria, e Marta, e seu irmão Lazaro, e contudo, Jesus não lhes respondeu logo ao seus pedidos. Diz, Ele ficou onde estava por dois dias, e depois Ele disse, “vamos, nosso irmão Lazaro dorme, nosso irmão Lazaro está morto, mas vou para que o possa acordar de seu sono.” Acho que você conhece o resto da história. Sim, Lazaro morreu. Lazaro foi posto na suas mortalhas e colocado no túmulo. E quatro dias nesse país era algo sério. Jesus chegou. Bem, para fazer a história curta, Jesus saiu até esse túmulo. Ele disse, “removam a pedra da boca do túmulo.” eles disseram, “Senhor, Senhor, a esta hora ele está descomposto.” Jesus disse, “não vos disse, que se vocês crerem, vocês verão a gloria de Deus? Depois eles removeram a pedra. E Jesus clamou em voz alta, “ Lazaro, saia.” E ele que estava morto, e tinha sido morto por quatro dias, saiu. Depois, o seguinte capítulo nos diz que fizeram a Jesus uma festa. Lazaro sentou-se à mesa e Maria sentou-se á mesa e Marta, como sempre foram servidos, MAS A FESTA FOI PARA JESUS. A festa foi feita em ação de graças por Aquele que tem transformado uma situação impossível em algo tão glorioso.

Ora, duas coisas estão relacionadas em todas as três festas: uma coisa era que em cada caso, a situação era naturalmente impossível. A outra coisa era que Jesus tomou posse do impossível e lhe deu a volta de cabeça para baixo. Acho que esta festa nesta noite contém todas estas três festas. A maioria de nós aqui sabemos algo acerca das decepções desta vida e deste mundo. Tentávamos buscar satisfação no vinho deste mundo, e esse vinho nos falhou; nos desapontou. Tentávamos encontrar nossa satisfação nestes sistemas quebrados, e eles nos falharam. Como o vinho em Canaã, fomos decepcionados com este mundo, e dissemos, “esta vida é impossível.” Então, Jesus chegou e mudou a situação inteira para nós. Todos estamos desfrutando do vinho novo do Reino nesta noite. Essa é a vida eterna que Jesus dá. E todos sabemos algo acerca da impossibilidade desta vida natural.

Podemos pensar mal do pequeno Zaqueu, mas nós mesmos somos um pobre bando. Não somos melhor do que ele. Nós faríamos algo tão mau como ele. Naturalmente somos pessoas o bastante impossíveis. E se tivesse sido dito que seriamos inteiramente mudados numa nova criação, a gente teria dito, “não, eu não penso assim.” Mas Jesus o fez. Ele mudou este Zaqueu. E todos nós estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Estávamos todos nós mortos para Deus. Estávamos todos tão mortos como Lazaro. MAS JESUS VEIO A NOSSAS VIDAS, E MARAVILHOSAMENTE NOS LEVANTOU DOS MORTOS, E NOS FEZ ANDAR EM NOVIDADE DE VIDA. Todas estas coisas estão aqui, nesta festa. Portanto, esta festa é um maravilhoso testemunho para a glória do Senhor Jesus em nossa história. Nosso irmão João nos disse um pouco da impossibilidade da situação que o Senhor mudou. E todos nós temos, espero poder dizer que todos aqui temos, um testemunho do poder da obra milagrosa de nosso Senhor Jesus. Assim que é bom ter uma festa quando é desse jeito. Não é uma ocasião social, é um testemunho para a glória de nosso Senhor Jesus.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.