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A Unção do Espírito Santo

por T. Austin-Sparks

Capítulo 2 – A Unção para o Propósito

Temos o Livro de Samuel aberto diante de nós e tomamos este único pensamento – que a unção se relaciona com um especifico propósito e vocação, e que somos ungidos em – ou para – isso. Portanto, é necessário para nós, a fim de entendermos o funcionamento da unção, apresentar o propósito da vida de Davi, e consequentemente, o propósito da sua unção.

Por Que Davi Foi Levantado

O propósito da vida de Davi... Abrimos o primeiro livro de Samuel e vemos o estado das coisas do primeiro capítulo em diante. Aqui temos a condição espiritual do povo do Senhor em geral, reunido representativamente na sua cabeça espiritual, Eli. Eli representa a condição espiritual geral do povo de Deus. Eli está num estado de fraqueza. Fraqueza caracteriza ele em cada direção e em cada conexão. Ele é incapaz de, através da fraqueza, corretamente governar, liderar, ou manter a vida espiritual do povo, e seu estado pessoal corresponde com o estado deles, e o deles com o dele. O povo de Deus está num estado de fraqueza e impotência espiritual nos dias de Eli.

Perda de Visão Espiritual

Eli está numa condição de cegueira quase total, embora não absoluta. Seus olhos estão escurecidos. Sua visão ficou bastante reduzida. Seu estado natural da visão representava o estado espiritual de ambos, ele mesmo e o povo. Diz: “E a palavra do Senhor era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta”. Havia esta cegueira quase total, a visão reduzida, o véu. A audição de Eli da voz do Senhor estava também num estado de inefetividade. Seu ouvido espiritual tinha perdido sua agudeza. Quando Samuel veio repetidamente até ele em relação à voz, não foi até que a coisa aconteceu varias vezes que Eli ou se metia ou entrava nisso, que poderia ser o Senhor, devia ser o Senhor. Eli não estava ouvindo a voz do Senhor; Samuel estava. E mesmo quando Samuel estava ouvindo a voz do Senhor, Eli foi muito tardio em discernir que era a voz do Senhor. O estado espiritual do povo de Deus era exatamente isso, eles não estavam ouvindo a voz do Senhor; eles não tinham o ouvido para ouvir o que o Espírito estava dizendo.

Existe uma grande diferença entre ter ouvidos para ouvir doutrina, ensino, e ter um ouvido interior que ouve o Senhor. O Senhor nunca disse às Igrejas em Ásia: “Aquele que tiver dois ouvidos que ouça”, Ele disse: “Aquele que tiver um ouvido”; o qual é uma coisa completamente diferente; “ouça o que o Espírito diz”. Não podemos ouvir o que o Espírito diz com ouvidos externos. Somente o órgão interior ouve o que o Espírito diz. Eli era lento em ouvir, e esse era o estado do povo de Deus no que respeitava à voz do Espírito. Fraqueza, surdez, cegueira e consequente desordem.

A Ordem Divina Subvertida

A ordem Divina dentre o Seu povo, a ordem Divina na Casa de Deus estava toda subvertida. Diz: “Antes que a lâmpada de Deus se apagasse no templo do Senhor”. Evidentemente o costume era que a lâmpada se apagasse naquela ocasião, porém isso era contrário à Palavra de Deus. A Palavra de Deus estipulava definitivamente que a lâmpada nunca apagasse. Porém aqui, como se fosse uma coisa aceitada - “e antes que a lâmpada de Deus se apagasse”. Não temos que procurar por um outro ou mais sinais terríveis de desordem na Casa de Deus; os filhos de Eli, por exemplo. E assim a ordem celestial não estava sendo refletida no meio do povo de Deus. O sistema celestial não teve contrapartida lá. Aquilo que estava no pensamento de Deus não teve nenhuma representação espiritual dentre os homens. Contraste que com esses grandes capítulos em Crônicas, em que Salomão completa o templo e se dedica, e vê o estado das coisas no momento da dedicação. Oh, que grande mudança. Que diferença. A morte deu lugar à vida; trevas à luz, desordem à ordem, fraqueza à força, vergonha à glória. Aí você tem o propósito da vida de Davi. Davi foi trazido em relação às coisas tal como elas eram nos dias de Eli a fim de levá-las a serem o que foram nos dias de Salomão; e ele foi ungido para isso. Faça esse contraste e você obterá a chave da vida de Davi.

Ana – o Fruto do pesar piedoso

Tomamos o livro de Samuel novamente e chegamos até Ana. Lá estão as condições, temos as delineado. E então esta mulher aparece diante de nós, e novamente é para ficarmos impressionados com a angustia do coração desta mulher. A história é contada, e ficou registrado aquilo que estava acontecendo no coração de Ana, e não foi meramente uma coisa natural. É verdade que o seu esposo tinha duas esposas, e a outra esposa tinha filhos e Ana não. E naturalmente não poderia ter nenhum. Isso poderia pensado ser o terreno da sua aflição, porém, não foi. Se houve algum elemento natural nisso, aquilo não foi todo o terreno. Não duvido e hesito em dizer que a preocupação e aflição de Ana não foi meramente por causa do estado natural em sua própria vida pessoal, mas foi por causa do testemunho do Senhor. Como você chega a essa conclusão? Por este fato, que aqui está uma mulher que naturalmente não poderia ter nenhum filho, e depois em resposta da oração, por um ato de Deus, esse grande desejo da sua vida é concedido, e então continua a dizer que “ela desmamou a criança”, - representando uma ânsia – e entregou ele diretamente ao Senhor, deu ele à Casa de Deus e deixou ele lá, o qual estaria completamente contra qualquer ideia de que esta mulher só queria esta criança para a sua própria gratificação.

Nenhuma mulher com ideias naturais em relação a isto estaria tão pronta para se separar da criança. Tendo sida olhada de cima para baixo e desprezada, zombada por outros por causa da sua esterilidade, e logo quando ela tem aquilo que é uma resposta a essa zombaria, o qual é a sua vindicação, e que poderia precisamente responder o permanente desejo ardente do seu coração, o entrega sem demora; você não pode reconciliar estas coisas a menos que haja um outro fator, e esse fator é que ela estava preocupada com o estado espiritual do testemunho do Senhor, e ela viu isso no filho dela, dado por um ato de Deus, lá havia uma possibilidade de remover ou mudar as condições espirituais que prevaleciam nos dias dela. Ela entrou em linha com os interesses de Deus através das suas dores de parto, e ela deu o seu filho assim que ela pôde, nos interesses do Senhor, para mudar o mal estado das coisas. Sim, sua preocupação foi tanto pelo testemunho do Senhor – e sem dúvida - mais do que sua preocupação pela sua própria satisfação, gratificação e prazer. Lá então, o estado natural dela é visto – estamos falando de princípios espirituais todo o tempo, que jazem no pano de fundo – uma grande preocupação de coração pelo testemunho de Deus, os interesses de Deus, coisas espirituais dentre o povo do Senhor, e contudo, naturalmente, nenhuma possibilidade de servir esses interesses. Estranho, não foi? Deus triunfa onde a natureza diz “impossível”.

Oh, você está lendo mais profundo, alguns de vocês estão entendendo que o Senhor pode colocar sobre nós uma grande carga pelos Seus interesses, pelo Seu testemunho. Ele pode nos chamar para a comunhão com o Seu próprio coração em seus sofrimentos e angustia em relação a coisas espirituais dentre o Seu povo, e seguidamente descobrimos com toda nossa agonia, angustia, e dores de parto, que não existe absolutamente nenhuma possibilidade de servir, em nós por natureza, esse assunto nem um pouco; essa natureza não pode vir a ajudar naquilo, que nós por natureza, estamos desprovidos de todos os poderes para cumprir qualquer ministério nessa direção. Há conforto para alguns de nós aqui, mas por outro lado há também alerta. Este assunto se aplica em duas maneiras. Se aplica nesta maneira, que se os grandes propósitos de Deus vão realmente ser servidos através de nós, então tem que se pôr termo à natureza, e tem que ser Deus entrando do outro lado, tudo de Deus. Isso significa humilhação para nós. Isso significa, nossa descida para uma posição onde ficamos muito conscientes de que nós não podemos fazer nada, o Senhor deve fazê-lo tudo. Pelo outro lado, a mesma coisa se aplica nesta maneira, que Deus nos leva para a posição, ou Ele pode mesmo nos constituir no principio de que percebemos quão estéril nós somos, totalmente isentos de qualquer recurso que possa valer para servir este grande fim Divino, e Ele o faz a fim de que alguma coisa possa ser feita. Tome a Palavra de Deus e você verá.

Tome a mulher que estava no estado de Ana e você logo descobrirá que há algo lá muito significante. O fato de que Sara esteve na mesma categoria, e o ensino tipológico da vida de Isaque representando o lado espiritual de Deus do céu rompendo em ressurreição, e você verá que isso aconteceu através da total inabilidade da natureza em prover alguma coisa. Agora Ana está nessa esfera e é constituída sobre essa mesma base. Você e eu temos lamentado nossa inutilidade natural. Pode ser que nem sempre o sabíamos e víamos. Pode ser que nós no passado pensávamos que poderíamos fazer algo, e ensaiavamos fazê-lo; tivemos alguma ideia de nossa habilidade fazê-lo. Deus sabia como de inúteis eramos. O dia chegou quando Ele nos fez vê-lo, e vimos que para esta obra, seja o que fôssemos dentre os homens na terra, para esta obra espiritual não temos nada, eramos tão estéreis quanto poderíamos ser, e então era revelado; e dissemos: “O que pode ser feito?” e contudo tivemos um interesse maior do que nunca, tivemos um grande encargo por coisas espirituais; mas agora tem esta grande contradição em nossa experiência. Ora, quando ficamos mais ansiosos e interessados pelos interesses de Deus em Seu povo do que nunca estivemos em nossas vidas, ficamos agora mais conscientes de nossa total impotência. As duas coisas são unidas na soberania Divina. A natureza não pode ajudar nisto; mas quando chegamos à plena compreensão desse fato, teremos chegado à posição onde Deus pode começar a fazer algo em relação a condições espirituais existentes, e será de Deus. Sim, mas isto custa. E Ana teve que passar por um tempo sendo mal interpretada pelos professos lideres e oficiais religiosos.

Você observa as duas coisas. Um grande interesse espiritual numa agonia pelo povo do Senhor e testemunho do Senhor. A profunda compreensão da total esterilidade para servir esses interesses, esses fins, e contudo derramando o coração para Deus nessa questão; não o aceitando como encerrando toda possibilidade, mas tendo a Deus em conta; trazendo a Deus na situação, e enquanto a natureza diz impossível, e o estado das coisas grita que você é inútil nesta questão, todavia Deus é um fator, e crendo Deus, com toda a inutilidade natural e com o estado das coisas que chamam por algo, ela derrama seu coração a Deus. Seu clamor ao céu neste assunto leva ela a colidir com os poderes religiosos que existem; e ao ela derramar seu coração, Eli em sua cegueira, em sua apatia, sua falta de sensitividade às coisas espirituais, viu ela e disse: “Esta mulher está bêbada”, e procurou afugentá-la: mal entendimento pela classe religiosa oficial, a ordem tradicional das coisas. E oh, quando um povo de Deus realmente fica tremendamente exercitado acerca de Seus interesses, onde eles olham o estado das coisas dentre o povo professo de Deus, quando eles são feridos pela cegueira, apatia, fraqueza e desordem, e se acham incapazes de aceitar esse estado das coisas de acordo à mente de Deus, e todo o seu ser se revolta contra tal regime de morte e desordem espiritual, isso leva eles imediatamente a colidir com os poderes religiosos que existem, e são tidos como fanáticos, excêntricos, extremos, extraordinários, singulares, e eles sofrem. Não são nas mãos do mundo que eles estão sofrendo. O mundo está sempre pronto para apreciar diligência francamente, mas as pessoas religiosas não estão sempre preparadas para apreciá-la. O sistema oficial das coisas não quer que suas condições sejam subvertidas, quebradas; e por isso mal entendem e mal interpretam todo exercício genuíno sobre os interesses do Senhor. E esse instrumento, vaso, trazido em comunhão com o coração de Deus, tem que passar por um tempo tendo seu exercício de coração genuíno, verdadeiro diante de Deus, interpretado como as moções de uma mente desequilibrada, ou algo parecido. Você está lendo mais profundamente do que eu estou falando, mas isto fala aos nossos corações. Bem, isso é Ana.

Samuel – O Poder da Oração

Agora, disso Samuel aparece. Samuel surge desse exercício, dessa dor de parto, dessa preocupação. Samuel surge a despeito desse mal entendimento, e ele é a ligação entre as coisas como elas estão e as coisas como Deus tenciona e deseja elas serem. Samuel se torna a ligação entre o mal estado e o estado melhor de Deus. Samuel marca uma transição de um regime para outro. O livro de Samuel é o livro da transição, e Samuel é a ligação.

O que Samuel representa em principio espiritual? Se nós soubermos isso, saberemos o que a ligação é, que é aquilo que marca a transição de um mal estado para um bom, e não se requer um profundo estudo da vida de Samuel para obter o significado predominante disso. Samuel representa o lugar e poder da oração num dia de transição. Você pode dizer de Samuel, se você quiser, que sua vida é oração. Leia Salmo 99: “E Samuel entre os que invocam o Seu nome”. Leia Jer. 15.1: “Ainda que Moisés e Samuel se pusessem diante de mim, não estaria a minha alma com este povo; lança-os de diante da minha face, e saiam”. Uma declaração tremenda. De todos os nomes de grandes homens, Moisés e Samuel são assim distinguidos. Sabemos como Moisés permaneceu entre o povo de Deus e intercedeu de forma que até parecia, interpretado naturalmente, como se Moisés mudasse a mente de Deus, como se através de sua intercessão, intenções Divinas fossem mudadas e Deus se arrependesse. Moisés ficou na brecha, e pela sua intercessão moveu o céu. E Samuel é ligado a Moisés, tanto quanto para dizer que estes dois homens são a última palavra em poder com Deus na intercessão e oração.

Então Samuel surge como o principio da oração num dia de transição. Essa é a ligação entre o mal estado e o bom, as coisas como elas estão e as coisas como Ele tenciona que sejam. A transição é marcada por essa oração poderosa. Da dor de parto de Ana é trazida a transição deste instrumento de oração. Marque a vida de Samuel e veja como ele invocava o Senhor. “Não cesse de orar ao Senhor por nós”, disse Israel a ele um dia. Isso era um testemunho. Isso estava dizendo em outras palavras, a vida de Samuel era uma vida de intercessão por Israel e diziam: “Não pare, devemos tudo a você pelas suas orações ao Senhor por nós”. Assim Samuel surge como o principio da oração, mas lembre, a fim de ter poder com Deus na oração temos que aprender a conhecer a voz do Senhor nos nossos próprios corações. Os primeiros anos de Samuel foram anos de aprendizagem para conhecer a voz do Senhor. Mesmo quando Eli não estava reconhecendo essa voz, Samuel estava sendo ensinado a reconhecer a voz do Senhor; e para ser capaz de falar a Deus com poder temos que ter essa inteligência espiritual que sabe quando o Espírito nos fala. Temos que conhecer a voz do Senhor a fim de ser capazes de falar ao Senhor. Isso é importante. É uma necessidade básica para uma vida de oração prevalecente. Não é só uma vida de derramar a Deus petições e solicitações, mas uma vida de inteligência, falando a Deus porque Deus falou no interior. Falamos de volta a Deus porque Deus fala em nós. Tudo isso nos leva até Davi.

Não devemos encerrar sem mencionar que Davi entra através de Samuel. Davi entra através desta ligação de oração. O instrumento de recuperação e da plenitude do testemunho entra através da dor de parto de Ana; através disso chegando até Deus a despeito de toda desqualificação e inutilidade natural; e por essa vida de oração de Samuel, Davi entra, e ele é ungido para o quê? - em relação a tudo isso, trazer o testemunho à plenitude e finalidade. O fim da vida e obra de Davi é a arca do Senhor em descanso na Casa de Deus, construída inteiramente de acordo ao ditado Divino. Davi entra para isso. Ele é ungido em relação ao testemunho do Senhor em sua plenitude e finalidade. Esse é o fim que marca a sua vida. O propósito subsequente da vida e unção de Davi foi a plenitude e propósito do testemunho do Senhor.

A Unção é para o Testemunho Completo

Para o que somos ungidos? Para ser pregadores, evangelistas, mestres? Individualmente para ser qualquer um desses, ou algo em si mesmo? Nunca! Podemos ser ungidos para cumprir nosso ministério ao longo de qualquer uma dessas linhas especificas, mas sempre relacionado ao testemunho completo. Se um evangelista usa seu dom de Deus de evangelismo como algo em si mesmo, tenha certeza que essa vida será limitada. Parará em algum lugar, e no ponto em que essa vida e essa obra parar, entrará algo que fala dessa vida tendo perdido sua plenitude, e esse ministério tendo falhado com propósito completo de Deus. Essa é a tragedia de ter um sistema organizado de evangelismo que reconhece evangelistas como algo num compartimento à prova de água e não carrega a obra do evangelista para a obra do mestre, o pastor, “para o aperfeiçoamento dos santos”. O que se aplica aí se aplica em cada outra direção da unção. É o testemunho completo, não fragmentário. A unção é uma, é relativa, é inteira, está conetada com a plenitude e finalidade do testemunho de Jesus.

Haverá mais recolhido na unção de Davi, como assim veremos; muitos entram em associação com ele como o ungido, e derivam seus ministérios como se fosse da sua unção, porém tudo será relacionado a uma coisa. Nossa unção individual em Cristo não é para que sejamos constituídos algo em nós mesmos, mas para que o testemunho completo do Senhor Jesus seja realizado por meio de cada membro ungido. O testemunho completo está em vista.

Penso que no Velho Testamento não há nada a se comparar com a vida de Davi para revelar o propósito completo da unção. Existem outras ilustrações maravilhosas disso, mas quando você chega ao final da vida de Davi você terá introduzido a Casa de Deus em esplendor magnifico, grandeza, plenitude, completude e glória como em nenhum outro lugar na velha dispensação. Este tempo foi sempre referido como o pivô, ápice da glória de Israel. Davi é sempre visto como o pico mais alto da história de Israel. Por quê? Por causa daquilo que marcou sua vida. Era a casa de Deus constituída inteiramente segundo a mente de Deus, com a arca do testemunho lá em descanso, tendo alcançado a finalidade. Ele foi ungido para isso; e é apenas a figura do Velho Testamento do Senhor Jesus como O Ungido, e nós entrando na Sua unção para o propósito da demostração universal da Sua glória. Esse é o objetivo da unção – o pleno testemunho de Jesus. A unção está relacionada com o testemunho em plenitude.

Não tenho dúvida que hoje você é capaz de ver um paralelo, em grande medida, entre as condições espirituais como estão entre o povo do Senhor geralmente e como elas foram nos dias de Eli. Quanto mais vivos espiritualmente nos tornamos mais reconhecemos quanto as coisas carecem do pleno pensamento de Deus, e a recuperação está à ordem do dia: mas é ao longo da linha de Ana, Samuel, Davi, se é para haver uma recuperação do pleno testemunho de Jesus. Não num sistema de organização terrenal ou representação material, mas num vaso que contém o testemunho de Jesus em plenitude. Se isso é para acontecer, este é o caminho, e o caminho da unção é para isso. O testemunho pode apenas ser representado por um pequeno vaso no final, mas será em plenitude espiritual, a qual é grandeza espiritual.

Quero encerrar com essa nota forte. A unção é para isso. Temos a unção? Temos o Espírito? Ora, amados, se isso é assim, o Espírito Santo nos ungiu no interior para essa mesma coisa. Pense nisso. Deus se comprometeu a esse fim. Deus está conosco para esse propósito. Ter o testemunho completo de Jesus recuperado. Essa é nossa esperança e certidão. Como acontecerá? Ana, e o “impossível”. Como acontecerá? A natureza não pode ajudar. Não podemos fazê-lo. Todo o tempo a natureza volta para nós, tanto quanto gemamos e tenhamos dores de parto, a natureza volta e diz: “Você está fora, você não pode fazer nada”. Mas isso abre caminho para Deus, e a unção entra aí. Me glorio nisto, que a unção veio através de Ana e Samuel. Não pode ser feito por nós. A unção vem para esse propósito, e não há limites para a possibilidade da unção, porque é uma outra maneira de dizer que Deus se comprometeu a isso. Como o Senhor Jesus chegou até o plena realização do Seu testemunho? Pela unção, “...quem através do Espírito eterno se ofereceu a Si mesmo”. “...Deus ungiu Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder: o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo; porque Deus era com ele”. Deus se comprometeu. E para o Corpo de Cristo, a Igreja que é o Seu Corpo, e para esses membros quando eles entram num correto relacionamento com Ele próprio, Deus se comprometeu para a plenitude do testemunho.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.