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A Administração do Mistério - Volume 2

por T. Austin-Sparks

Capítulo 9 – A Igreja Local


É de considerável importância observar que, embora a “Carta aos Efésios” seja uma apresentação majestosa da Igreja em sua completude, agrupando cada dimensão das eternidades em domínios e eras, apresentando os profundos conselhos de Deus, a Carta foi enviada a igrejas locais. Este fato possui algumas implicações bastante desafiadoras e penetrantes. Devemos lembrar os nossos leitores de que existe tal coisa tal como uma revelação positiva e definida do que seja a Igreja e qual é a base de sua unidade. Pode ser algo que devemos tomar nota o fato de haver uma preocupação e uma atividade mundial em relação e a favor da unidade dos cristãos, e tal preocupação deve nos encontrar plenamente sensíveis a ela. A grande diferença está, de um lado, entre o esforço massivo em querer se resolver o problema a partir do seu exterior, tentando colocar todos os pedaços juntos e, de alguma forma, ajustá-los, e, de outro lado, uma preocupação em querer recuperar o poder espiritual que irá permitir uma espontânea união. O primeiro é uma coleção e montagem organizada, composta e organizada, como o de uma máquina; o segundo é uma relação orgânica e espontânea de uma vida corporativa. O primeiro irá malograr repetidamente. O ultimo irá eventualmente emergir “uma gloriosa Igreja”, sem mancha e sem ruga, ou qualquer outra coisa.”

Porém, o que dizer a respeito da Igreja localmente representada? Devemos nos lembrar que, quando Paulo escreveu esta Carta e enviou-a para as igrejas locais, ele estava muito bem consciente das tendências, ou mesmo dos atuais movimentos em direção ao “desvio” e colapso nas igrejas. Ele havia predito isto em relação a Éfeso quando ele deixou os anciãos daquela igreja em sua viagem a Jerusalém: “Eu sei que após a minha partida lobos devoradores irão se introduzir no meio de vós ... e que dentre vós mesmos se levantarão homens ... para atraírem os discípulos após si”. (Atos 20:29,30). Esta foi uma divisão incipiente. Porém, de sua prisão em Roma ele irá escrever: “todos que estão na Ásia me abandonaram”

Duas Cartas logo serão escritas a Timóteo (que provavelmente estava em Éfeso) as quais irão tratar com o início da mudança do Cristianismo original para tudo isto que ele tem se tornado agora. Essas Cartas tiveram o propósito de alertar contra o domínio eclesiástico, contra o clericalismo, o ritualismo, o sacrimentalismo, etc., os quais invadiram a Igreja e mudaram a sua característica primitiva. Não, a cabeça de Paulo não estava nas nuvens e seus pés não estavam fora da terra quando ele deliberadamente escreveu esta Carta em relação ao que é a Igreja. Não há dúvida de que sua referência à Guerra espiritual foi porque ele sabia muito bem que a batalha tinha a ver particularmente com esta questão, mostrando de quão grande consequência ela é para as forças satânicas. É impressionante como qualquer apoio em prol de uma expressão verdadeira do Corpo de Cristo é carregado com mais conflito do que qualquer outra coisa. Se ela é uma congregação, isto é, um número de cristãos individuais que se reúnem num dado lugar para uma “adoração pública”, sem qualquer vida e ordem de Igreja corporativa, ou se é um Salão Missionário principalmente destinado a pregação do Evangelho para pessoas não salvas; ou, novamente, se é um centro de pregação onde as pessoas vão para ouvir um famoso pregador — tudo isso irá seguir de maneira tranquila, com pouca oposição interna e externa. Mas, deixe haver um movimento na direção de uma expressão corporativa do Espírito Santo dando testemunho de um Cristo corporativo, então a batalha acontece e tudo será utilizado a fim de dissolver tal expressão, desacreditá-la, ou, de alguma forma, anular o testemunho.

O livro de Nemias é uma boa ilustração desta hostilidade diversificada. Novamente nós apontamos para “Efésios” como se referindo a um antagonismo espiritual maldoso ao propósito essencial da Carta. Neste primeiro particular, o universal é transferido para o local, e o local assume característica do universal. Uma verdadeira representação do eleito Corpo de Cristo é uma ameaça permanente e um sinal assustador ao Reino de Satanás porque é a Igreja que — enfim — irá eliminar e suplantar os “dominadores deste mundo tenebroso” e que irá governar com Cristo. Quisera Deus que o Seu povo enxengasse todas as suas divisões e problemas internos sob esta ótica, ao invés de sempre atribuir a elas “causas secundárias”! Esta é a primeira implicação de Paulo passar às igrejas locais toda esta imensa revelação do “Mistério”. Há diversos outros fatores nesta Carta que carregam tais significados tremendous. Há aquele fator que o apóstolo menciona com um de seus superlativos. “As sobreexcelentes grandezas do Seu poder sobre nós, os que cremos, Segundo a operação da força do Seu poder, que manifestou em Cristo ressuscitando-o dentre os mortos...” (1:19). “E vos vivificou, estando vós mortos” (2:1). A igreja localmente representada deve ser e deve personificar o testemunho do “poder de Sua ressurreição”. A Igreja, em sua história e constante experiência — mais do que doutrina — deve declarar este Cristo ressurreto.

A impressão primariamente dada deve ser de vida. O testemunho deve ser este, embora você possa estar exausto, cansado, muito cansado inclusive para fazer a jornada; desapontado e desanimado; esgotado física, mental e espiritualmente — você sai renovado, revigorado e erguido. A atividade da vida Divina resultou em ânimo espiritual. Observe a forma em que isto foi falado: “a atividade da vida Divina.” Nós não dissemos: “a vida da atividade humana.” Há uma ilusão ou desilusão em muitos cristãos e em muitas “igrejas” de que a atividade é essencialmente vida spiritual. Portanto, truques publicitários, programas, atrações, “esforços especiais”, e um círculo infindável de “especiais”. Isso tudo muito frequentemente tem a finalidade de dar uma impressão de vida, ou mesmo criar ou estimular a “vida”. Pode ser vida de obras, e não obras de vida. A vida irá fazer obras, mas as obras nem sempre são vida. Esta foi a acusação da igreja em Éfeso: “Conheço as tuas obras... mas...” (Apocalipse 2:2). A vida Divina é espontânea e não forçada. Os mortos (espiritualmente) são ressuscitados, não por meios artificiais. O Senhor da Igreja é o Senhor Ressurreto, e o Seu atestado é vida ressurreta. Assim “o poder de Sua ressurreição” deve ser a marca de uma igreja verdadeiramente Neotestamentária. Muito frequentemente nós citamos as nossas próprias palavras do Senhor, quase como que uma fórmula: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali eu estou.” Ao mesmo tempo a atmosfera pode estar pesada, sem inspiração, desprovida de uma ministração de vida Divina. É isto realmente consistente com a presença do Senhor ressurreto?

Prosseguimos com as implicações desta Carta. Se a igreja local é um microcosm da Igreja universal, então esta Carta irá nos mostrar que na representação local deve – e pode – haver abundância de comida saudável e estimulante. Esta Carta tem alimentado e estimulado os crentes através de muitos séculos, e ainda os valores nutricionais são inesgotáveis. O ministério numa verdadeira expressão local do Corpo de Cristo deve ser um ministério ungido, e sendo assim, nenhuma alma deve jamais sair faminta. Não apenas sermões ou discursos estudados ou aprendidos, mas uma mensagem do céu que torna possível às pessoas dizerem: “verdadeiramente fomos alimentados hoje.” Isto significa que o povo de Deus, sendo alimentado, está crescendo em estatura, em capacidade e em responsabilidade. Não apenas aumentando conhecimento ou doutrina mental, mas realmente conhecendo o Senhor. O critério do valor de uma igreja é a medida do próprio Cristo em Seus membros. Isto não é apenas idealismo; é o estado normal de uma igreja verdadeiramente constituída pelo Espírito Santo em qualquer lugar. O uso que Paulo faz da palavra “riquezas” nesta Carta indica quão espiritualmente rica qualquer companhia do povo de Deus deve ser.

Nós mostramos anteriormente que o homem por trás desta Carta é, em sua história espiritual, idêntico à sua mensagem. Iremos procurar mostrar agora que, em diversos aspectos, a história da Igreja, universal e local, deve seguir esta história espiritual do apóstolo.

1. A igreja em qualquer localidade deve nascer do céu. É a comunhão agregada e corporativa dos cristãos nascidos do alto. O que é, então, verdadeiro sobre cada cristão individual deve ser verdade sobre a companhia corporativa. Isto vai direto à raiz da concepção de Igreja, e será assim se estabelecermos aqui e agora que, nas Escrituras, nenhuma outra coisa é conhecida ou reconhecida como fazendo jus a este nome — Igreja Cristã. Isto irá peneirar a nossa consideração a partir de uma imensa quantidade que leva o nome, porém não é verdadeiro. A Cristandade ou o Cristianismo têm se tornado algo gigantesco que é o lar de todos os tipos de aves da criação. Tentar fazer uma unidade a partir de tal coisa é um embuste daquele a quem pertencem as “aves dos céus”; naturalmente, alguns melhores, outros piores, mas bem longe daqueles nascidos de novo; nascidos do alto. (João 3:5–13). Isto apenas significa que cada companhia local de cristãos, bem a sua origem como tais, deve ser algo feito pelo soberano Espírito Santo. Visto que a Igreja toma o seu caráter a partir de sua “Cabeça”, seu “Primogênito”, sua “Pedra Angular”, a “Fundação”, ela deve, em cada representação, ter sua origem no céu e incorporar a vida do céu. Isto significa que a formação da igreja pela ação do homem está descartada. Ela não é uma “instituição”; ela brota da vida. Deve ser possível dizer a respeito de qualquer igreja local — ou da Igreja em qualquer localidade — “Isto foi um ato de Deus”. Convém observar que nós estamos procurando chegar até a raiz desta questão do que é Igreja, e o que ela não é. A primeira é a nossa preocupação. Estude o que — nos Evangelhos — Jesus disse sobre Ele mesmo e sobre os homens, e você tem a chave para o que a Igreja é realmente.

2. Isto leva à próxima coisa em relação à “igreja local”. Se a Igreja nasceu do Espírito Santo, ela nasceu das dores de parto do Filho de Deus; então a lei do trabalho de parto deve estar bem na origem de qualquer representação verdadeira de ambos. No Novo Testamento a Igreja universal e as igrejas locais surgiram de um real trabalho de parto. O trabalho de parto, a agonia, e a dor de Cristo deu origem à Igreja no Pentecostes. Aqueles que eram seu núcleo foram batizados em Sua paixão. Eles sofreram o rompimento de suas almas quando Jesus morreu. Daí a alegria jubilosa deles quando Ele ressuscitou. João 16:21,22 foi literalmente cumprido no caso deles. Isto não carece de qualquer detalhamento. Mas o que dizer das igrejas? Podemos nós colocar os nossos dedos sobre uma igreja Neotestamentária que não nasceu do sofrimento? Imediatamente tal igreja estava lutando por sua própria vida, por sua própria existência. Apedrejamentos, prisões, chicotadas, perseguições, intrigas, calúnias, perseguições de toda ordem repousavam no surgimento de cada potencial representação de Cristo corporativo. Alguém tinha que pagar o preço e as igrejas eram o preço de sangue e lágrimas. Quando o poder é perdido, talvez por negligência, idiotice, discórdia, divisão, formalism, ou perda do senso do valor da verdade, ou por qualquer outro motivo, o único caminho de recuperar será através de um novo batismo no sofrimento, no remorso, nas lágrimas e dores. Esta é seguramente a correta interpretação da Segunda Carta aos Coríntios. Esta é também seguramente a chave para a situação na maioria das igrejas em Apocalipse dois e três. Isto definitivamente está implícito no caso de Laodicéia. Por todas as leis da natureza e da graça, uma igreja que não sofre por sua vida é uma igreja fraca e ineficiente.

3. Ainda perseguindo a linha da história de Paulo e da Igreja, temos que dizer que uma representação local da Igreja — e todos os seus membros — deve ser o resultado de um encontro com Deus em Cristo. Qualquer ministério corporativo ou pessoal que seja frutífero como o de Paulo, mesmo num grau limitado, deve ter tal encontro em seu início. A Cruz e a Ressurreição de Cristo foram isso para o núcleo, a companhia representativa. A Cruz foi devastadora e desoladora para toda autossuficiência, autoconfiança, orgulho, ambição e presunção do homem. A Ressurreição foi a invasão e a tomada da vida de Outro. Isto é tão claramente visto no caso do homem que, mais do que qualquer outro, representou aquele núcleo, a saber Simão Pedro. Ele era um homem quebrado e despedaçado pela Cruz, porém reconstituído numa outra base através da Ressurreição. Quanto à grande revelação do “Mistério” de Cristo e Seu Corpo — a devastação de Paulo e sua própria sobrevivência deu-se por meio deste encontro na estrada de Damasco. Tal encontro, mais cedo ou mais tarde, pessoal ou coletivo, deve repousar na fundação de uma vida corporativa. Ela pode acontecer no início ou mais tarde. Pode ser uma necessária retomada após algum fracasso. Muitas igrejas, e muitos servos de Deus, tem tido a sua história dividida em dois por meio de tal encontro. Antes, um ministério ordinário, limitado e sem poder. Após, uma libertação e uma ampliação, com muito fruto spiritual. Um pequeno livro publicado pela Imprensa Moody, Chicago, chamado Experiências de Crises nas Vidas de Célebres Cristãos é um exemplo disto em muitos casos.

4. Se a Igreja Universal está acima de todas as diferenças terrenas, então a igreja local deve ser super-nacional, super-denominacional, super-interdenominacional, no espírito e na comunhão. Sempre falamos que Cristo não pode ficar confinado ou encaixotado em nenhuma categoria que pertença a este mundo. Seu temperament se sobrepõe a todas estas categorias. Sua nacionalidade, seu tempo, seu ensino e sua pessoa atende e supre a necessidade de todos, mas Ele não pode ser propriedade de quem quer que seja. Temos visto obras da imaginação artística do homem tentando retratar o grande cenário em Apocalipse cinco: “E o número deles era milhares de milhares”. No retrato do artista, com todo o bom significado no mundo, o artista pintou povos de todos os povos, cores, físico, roupa, pele, idade e estatura. Bem, como dissemos, o motivo e intenção eram bons, mas quem pode descrever corpos ressuscitados? “Transformados segundo o Seu corpo glorioso” (Fil. 3:21, A.V.); “Ressuscitará um corpo espiritual” (1 Cor. 15:44). Podemos ficar bem certos de que tudo aquilo que é resultado do fracasso do homem, que causa estranhamento, que é “estranho”, irá desaparecer para sempre.

O ponto é o seguinte, se Cristo e aquilo que é d’Ele pelo Espírito Santo for a constituição da Igreja, então nossa reunião, nossa amizade, nossa comunhão deve se dar na base daquilo que é de Cristo em todos os cristãos. Referimo-nos à vida básica de todo verdadeiro cristão. Quando ela vem à obra do Senhor, pode haver coisas que nós não conseguimos aceitar, embora ainda nos apeguemos ao terreno da vida. Este certamente é o significado da Mesa do Senhor. Em “Efésios” Paulo vê apenas uma única Igreja, embora ele saiba tudo a respeito das muitas igrejas. Pode haver um milhão de pães e cálices e mesas no Cristianismo evangélico em cada nação debaixo do céu. Mas o Senhor enxerga apenas um pão e um cálice. Até mesmo quando o pão local é partido e “dividido entre nós”, o Senhor ainda vê apenas um pão. Cristo pode ser compartilhado, mas não dividido; Ele permanence um Cristo em “milhares de milhares” cristãos que compartilham a Sua vida. Quando o Senhor faz algo em nós, mudando assim a nossa mente a respeito dos nossos primeiros entendimentos, a tentação e a batalha pode facilmente vir e nos tornar independentes em espírito daqueles que ainda não foram mudados, e, então, a inclinação quase que incorrigível se estabelece e transforma a nossa particular experiência num “cisma”. Embora possam haver valores reais e vitais nos tratamentos de Deus conosco, os qyais nos fazem desejar fortemente que os demais também conheçam e experimentem, nós jamais devemos tornar a nossa experiência uma barreira entre nós e os verdadeiros filhos de Deus. A única expectativa e esperança é fecharmos os nossos olhos para muito daquilo que possa ofender a nossa sensibilidade espiritual (desde que não seja a pecaminosidade de vida) e seguirmos o curso positivo de comunhão em Cristo, o que é possível pela graça de Deus, sempre evitando a praga de qualquer atitude ou conversa que possa ser interpretada como superioridade espiritual. Desentendimentos por causa da ignorância, do preconceito, ou da falta de investigação, são inevitáveis, porém, mesmo isso não pode fechar os nossos corações, fazendo-nos voltar para nós mesmos. Embora o muro da Nova Jerusalém não signifique um limite definido, uma demarcação daquilo que está “dentro” e daquilo que está “fora”, em relação a Cristo, precisamos lembrar de que são “doze mil estádios” em cada direção, cujo simbolismo pretende significar quão grande É Cristo e, portanto, quão grande é a Sua Igreja.

Quando Paulo se pôs a escrever a Primeira Carta aos Coríntios, ele sabia que iria lidar com o espírito partidário e sectário. Por isso ele abriu a Carta com o verdadeiro terreno e alcance da comunhão cristã. “Santificados em Cristo Jesus, chamados santos, com todos aqueles que em toda parte invocam o nome do nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. Nesta mesma dimensão ele encerrou a Carta aos “Efésios”: “A graça seja com todos os que amam a nosso Senhor Jesus Cristo em sinceridade”.

5. Se for verdade, como estamos tentando mostrar, que a história de Paulo personificou os princípios da revelação que se tornaram sua “Administração”, uma característica desta história deve ser observada e assumida na igreja local. Isto é, uma compreensão dominante de Cristo. “fui preso por Cristo” (Phil. 3:12). A palavra “preso” é bem forte. Significa ser arrastado, vencido, apropriado e trazido sob controle. É a palavra usada em João um, referente à luz e às trevas. “E as trevas não prevalesceram (prenderam a luz)” Ela também é usada em relação ao poder dos demônios em possessão. Como resultado desta prisão, Paulo sempre se referia a si mesmo como “prisioneiro de Jesus Cristo” e “escravo de Jesus Cristo” e ‘trazendo em seu corpo as marcas de Jesus.’ Esta experiência, nascido de um evento, significou para Paulo a perda de toda a independência, direção própria, governo próprio, e o governo do mundo. Significou o absoluto governo de Cristo. Aqui estava um homem que tinha uma preocupação dominante por Jesus Cristo. Não por isto ou por aquilo, mas por uma Pessoa. Sua primeira exclamação no encontro foi “Quem és, Senhor?” e em capitulação ele seguiu com “O que devo fazer, Senhor?” Este Senhorio não era mera doutrina para ele, era um senhorio complete. Muito pessoal; pois, para os duplos chamados num encontro com Deus — tal como “Abaão, Abraão!”, “Jacó, Jacó!”, Moisés, Moisés!” “Samuel, Samuel!”, “Marta, Marta!”, “Simão, Simão!” — o último foi pelo nada menos do que o menor: “Saulo, Saulo!” Tal senso real de ter sido chamado com um propósito deve ser um constituinte de e em qualquer igreja local. Perder o senso da vital vocação, propósito e destino, é perder o dinamismo e se tornar apenas uma existência, ao invés de um impacto.

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