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As Reações de Deus às Deserções do Homem

por T. Austin-Sparks

Capítulo 7 - A Responsabilidade do Cristão

Nossa palavra final será muito simples, mas acredito que é vital. Peço para você olhar novamente as Cartas a Timóteo, com referência especial às quatro séries muito breves, ou grupos de fragmentos.

Aqui está a primeira série:

1 Tim. 1:11: "...o evangelho...que me foi confiado".

1 Tim. 1:18: "Esta admoestação te dirijo, filho Timóteo..."

1 Tim. 6:20: "...Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado..."

2 Tim. 1:12: "...Porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia" (Você observará que a nota de rodapé nos dá a alternativa: "Ele é capaz de guardar aquilo que Ele me confiou").

Agora a segunda série:

1 Tim. 1:18: "Esta admoestação te dirijo, que... pelejes a boa peleja".

2 Tim. 2:3-4: "Sofre comigo como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra".

A terceira série:

2 Tim. 2:5: "E, se alguém também milita, não é coroado se não militar legitimamente".

A quarta série:

2 Tim. 2:15: "Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade".

Me pergunto qual é a impressão que essas passagens fazem em você. Ouvindo elas, lendo elas, juntando elas, qual é a conclusão que você chega? O que elas dizem para você? Certamente elas devem deixar uma impressão muito definida em nós: isto é, que O CRISTÃO É UMA PESSOA MUITO RESPONSÁVEL. Cada uma dessas passagens, e de fato, o muito mais que há por trás delas e nestas cartas, realmente dizem muito, muito claramente e muito fortemente: nós estamos numa posição de tremenda responsabilidade. O cristão é, na Palavra de Deus, visto como sendo uma pessoa muito responsável.

Quando o Senhor Jesus e os Seus apóstolos apelavam para as pessoas virem e O seguirem, para serem salvos, para se tornarem cristãos, nunca era só para os seus próprios prazeres, só para que eles tivessem um bom tempo. O apelo nunca era para o instinto do prazer nas pessoas, para o desejo de um bom tempo. Eles nunca, nunca fizeram seus apelos nesse terreno em absoluto - que se você for salvo, se você se tornar um cristão, você irá embarcar numa viagem interminável de alegria, uma vida inteira de prazer e gratificação. Seja qual for o bem, a alegria e proveito que se tenha em seguir, o apelo de Cristo, o apelo dos Seus apóstolos, o apelo das Escrituras, é sempre para pessoas que têm intenções mais sérias do que por prazer, que realmente estão preparadas para assumir sérias responsabilidades para os interesses do Senhor deles, e, se for preciso, permitirem a si mesmos serem envolvidos em problemas ou sofrimento pela Sua causa. Eles são o povo que Ele quer.

O Cristão Como Depositário

Aqui, então, temos este quadro de muitos aspectos do cristão em responsabilidade. Tomemos alguns dos títulos ou metáforas usadas, as quais transmitem de maneira muito simples a concepção Divina do cristão. Na primeira série, 1 Tim. 1:11: "Segundo o evangelho da glória do Deus bendito, que me foi confiado"; 1:18: "Esta admoestação te dirijo, filho Timóteo..." Qual é a concepção do cristão? O cristão é chamado para ser, tem o privilégio de ser, um depositário para Deus, um guarda de um depósito infinitamente precioso, confiado a ele. 'Timóteo, você é tido em confiança, Timóteo, você é um depositário; Timóteo, aqui há algo precioso sendo colocado na sua custódia. Lhe entregue por Deus para cuidar, guardar para Ele'. Paulo o chama 'o evangelho do Deus bendito, que foi confiado a ele', e ele o está transferindo. Ele o manteve intato, ele o guardou, ele o preservou: não perdeu nada; mas ele está prestes a ir. 'Timóteo, o transfiro a você, o entrego a você no Nome do Senhor. Timóteo, guarde-o. É para você não permitir que este Evangelho, este maravilhoso Evangelho, não sofra nenhuma perda por qualquer tipo de descuido, desatenção, indiferença, indolência, preocupação ou desvio, perseguição ou sofrimento, ou qualquer outra coisa. Que nada chegue a estragá-lo, sujá-lo, enferrujá-lo, prejudicá-lo. Timóteo, guarda-o, não deixe que sofra perda'. Essa é a concepção Divina do cristão.

O que quero encorajar em você é justamente isto. Se você afirma ser um cristão, pertencer ao Senhor, creio que você reconheceria isto: que você tem a custódia do Evangelho, que você é um depositário do 'evangelho do Deus bendito', que sobre você recai esta solene obrigação de garantir que não sofra em nada através de você, por causa de você, que em caso algum sofra, mas que seja preservado em sua glória primitiva e na sua inteireza; e que no final você faça o que Paulo foi capaz de fazer - passá-lo intato, para que os que venham atrás de você, por sua vez, o tomem de você e o levem adiante. Parece muito simples, muito elementar? Paulo coloca seu coração nisto. 'Ó, Timóteo, meu filho Timóteo - esta carga, esta CARGA confio a você. Guarde o depósito, cuide o muito que lhe é confiado'. Você acreditará, seja você o cristão mais jovem ou o mais velho, ou alguém entre eles, que você é um guardião dos interesses do seu Senhor, e que esses grandes interesses podem sofrer por causa de você, se você não assumir a sua responsabilidade seriamente?

Mas isso é algo muito elevado - é algo muito fortalecedor perceber isso, não é? Sentir que Deus confiou a mim os Seus interesses, que permaneço neste mundo, não só para ser um cristão e tentar viver uma vida cristã, mas como um depositário responsável dos próprios interesses de Deus! Quer queiramos quer não, é assim. Se você é um cristão, este grande crédito, este grande Evangelho, estará sofrendo ou sendo preservado por você; estará sendo abandonado ou estará sendo mantido, quer você queira quer não. Mas por que não fazer o que Paulo estava tentando conseguir que Timóteo fizesse? Perceba isto, encare isto, e o assuma, como uma responsabilidade solene diante de Deus: 'Sou um homem com um encargo, posto em confiança, um depositário'.

O Cristão como Guerreiro

A seguinte serie de fragmentos começa com o décimo oitavo versículo do capítulo um da primeira carta: "peleja a boa peleja..."; seguido das palavras tão conhecidas na segunda carta, segundo capítulo: "...um bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra".

(a) Em Serviço ativo

Existem três ideias ligadas a essas palavras. Primeiramente, é claro, a concepção do cristão como um guerreiro, e da vida cristã e serviço cristão como uma guerra. Provavelmente, não precisemos de sermos lembrados disso. Pode ser que você seja realmente um guerreiro cheio de cicatrizes: que você tenha ficado na luta, e a batalha tenha deixado suas marcas em você. Você o sabe muito bem. E no entanto, precisa ser dito - provavelmente, primeiramente para os que têm recentemente vestido a armadura, que têm recentemente vindo ao Senhor. Entenda que você se inscreveu num exército espiritual! Isso é o que diz: você tem se inscrito num exército espiritual, e o assunto da sua vida é GUERRA. Você irá descobrir mais cedo ou mais tarde, quer você queira quer não; mas isso é um fato. E é uma posição de muita responsabilidade. Alguém, ao falhar nesta guerra, pode decepcionar a muitos e afetar toda a campanha.
Porém, embora os mais velhos o saibam muito bem, e sintam que não precisam ser lembrados, você tem a certeza de que não precisa? Acho que sei algo acerca da guerra por experiência; e no entanto, mesmo assim - tem este fato sútil, que muitas vezes, quando estamos numa situação, e as coisas estão acontecendo, nós começamos a culpar as pessoas e circunstâncias, e ficamos enervados, e procuramos bodes expiatórios, nos esquecendo da realidade disto - razão pela qual, o diabo está atrás de algo! Aqui a batalha começou, não existe dúvida acerca disso; o ar está carregado de conflitos; e nós ficamos olhando para pessoas e coisas. Somos derrotados, somos simplesmente vencidos, vítimas rendidas, retirados da luta - simplesmente porque perdemos de vista o fato, o fato permanente de que nós estamos numa guerra espiritual, e que por trás das 'coisas' existem outras forças, espirituais.

Todos nós precisamos ser lembrados, Não é uma coisa pequena, você sabe, quando estamos realmente numa situação como essa, e as coisas ficam sobrecarregadas numa situação intensa e estressante, alguém aparece e diz, 'veja aqui, o inimigo está nisto; ele está tentando lhe apanhar, ele sabe de alguma coisa, ele está a seguir o seu rastro; vamos orar acerca disto'; e nós oramos, e a coisa toda se vai. Às vezes só lembrar um ao outro do fato é uma tremenda libertação: percebemos que É um fato. Temos ficado atribuindo a situação a coisas e pessoas, e o tempo todo existindo algo muito mais profundo por trás. Precisamos ser lembrados continuamente de que estamos numa guerra - pois nós estamos.

Essa é a primeira coisa aqui - esta concepção da vida cristã - e devemos tomar posse dela e estabelecê-la. E, embora não goste de dizê-lo, acho que nunca ficaremos fora desta guerra aqui!

(b) Com Interesses Não Divididos

A segunda coisa que está nessas declarações é que, se vamos travar uma guerra espiritual triunfante, devemos estar COMPLETAMENTE nela. "Nenhum soldado em serviço ativo" (pois essa é a formulação literal) "se embaraça com negócios desta vida". Ele deve ser DESEMBARAÇADO. Uma das táticas mais bem-sucedidas do inimigo é conseguir nos amarrar, embaraçar com todo tipo de coisas incompatíveis, ou com alguns outros interesses, nos dividindo na nossa vida, na nossa força e na nossa aplicação. Ora, isto que Paulo diz para Timóteo aqui não significa, 'veja aqui, você não deve trabalhar - você deve sair do trabalho, e estar completamente na obra espiritual'. Não significa que você tem de deixar tudo o mais e vir e ser um obreiro a tempo inteiro, ou um soldado a tempo inteiro - de modo algum significa isso. É perfeitamente possível - e, muito embora difícil, isto ser o que o Apóstolo e o que o Senhor diria para a maioria de nós - é completamente possível você desempenhar o seu emprego diário, e o fazer conscienciosamente e cuidadosamente, como você deveria, sem deixar nada para criticas, enquanto ainda ao mesmo tempo, se dentro, através ou ao longo do seu emprego, serem seus supremos interesses espirituais. As coisas que realmente governam na sua vida são as coisas do Senhor.

A guerra, então, pode se dar no trabalho diário. Mas se você ficar tudo agitado e obcecado, você ficará fora da guerra, fora da peleja. Interiormente nos nossos corações tem de haver um espírito desembaraçado. Ora, isso poderia ser ampliado muito mais. O Apóstolo está dizendo: é para você não ter dois interesses dominando na vida; você só pode ter um. Não é para você ser uma pessoa dividida que tem, por um lado, interesses nas coisas do Senhor, e por outro lado, interesses no mundo. Isso não é bom; você não será um bom soldado se você for dessa maneira. Se você tem que ficar neste mundo, e fazer seu trabalho, e seguir a sua profissão, a sua preocupação dominante devem ser os interesses do Senhor, e nessa parte de sua vida você deve ficar desembaraçado. Numa palavra, sobre todas as coisas uma deve predominar; não deve haver divisão no coração ou mente. "Uma coisa faço...", disse o Apóstolo.

(c) Juntamente Com Os Demais

E o terceiro fator ou característica nestes fragmentos é algo que não é observável na nossa tradução. Você percebe que diz: "Sofre as aflições comigo como bom soldado de Cristo Jesus..." Existem outras traduções dessa clausula, como: "Participa sofrendo aflições..." Nenhuma delas, provavelmente, transmitem o sentido exato do original. Esta é uma das ocasiões em que Paulo usa uma de suas favoritas composições. Você sabe que Paulo era tremendamente apaixonado por palavras compostas, e um dos seus tipos de composições era uma serie inteira de palavras com o prefixo 'syn' nelas. 'Syn' significa 'junto', e o que ele está dizendo aqui é isto: 'veja aqui, Timóteo, todos nós estamos nisso. Você não está sozinho nisto: isto é um assunto coletivo, isto é um assunto corporativo. Isto é algo que, se somente estivesse relacionado a você, não seria muito importante; você não pensaria que é importante o suficiente para ser seriamente considerado. Mas veja aqui, Timóteo, nós estamos juntos - não me desaponte'.

Este fato do aspecto coletivo ou corporativo do conflito é algo grande, não é? Nós estamos pelejando juntamente um ao lado do outro e uns pelos outros; a batalha é uma batalha comum, e não devemos desapontar um ao outro. Se outra pessoa está tendo um pouco de dificuldade, nós devemos chegar e participar da dificuldade com eles; e se estamos tendo um pouco de dificuldade, eles devem chegar e participar dela conosco. Nos manter juntos nisso é um fator tremendo na vitória. Portanto, é na 'solidariedade' da batalha e da guerra que é definitivamente pensado pelo Apóstolo aqui.

O Cristão como Atleta

O nosso seguinte 'grupo' é constituído só por este fragmento: "se um atleta lutar nos jogos públicos, não será coroado se não lutar legitimamente". Aqui, escondido por trás da tradução inglesa, está uma palavra grega - athleo - da qual obtemos as nossas palavras 'atleta' e 'atlético'. A palavra grega significa competir, ou participar, nos jogos públicos ou competições. O cristão é comparado a um atleta grego. Ora, isso parece tratar-se de esporte, mas não é! Pois a palavra é uma palavra muito forte, implicando que é alguém que se envolve numa competição para a mestria. Isso é fazer das coisas um negócio, não é? Nós, como cristãos, somos chamados a nos envolver seriamente numa competição, no final da qual haverá um premio, que é possível para nós perdermos. Essa é a concepção. É claro, existe um pano de fundo muito amplo dos jogos gregos para esta palavra de Paulo; ele sabia tudo sobre isso. O atleta grego era chamado para gastar dez meses em disciplina preparatória rigorosa e treinamento antes que lhe fosse permitido entrar nas competições. E as regras para o treinamento eram estritas. Ele devia evitar muitas coisas; ele devia observar certos regulamentos; ele devia se disciplinar e deixar de lado todas as suas próprias preferências e os seus próprios gostos. Ele devia reconhecer que este assunto é tão sério que, se ele quebrasse um destes regulamentos do seu treinamento, ele seria desqualificado, ele não seria permitido entrar.

Bem, aqui há uma competição, aqui á um compromisso, que nos exige sermos muito vigilantes, e para estarmos em muitas direções nos negando a si mesmos. Mas não misture isto com a sua salvação - você nunca pode ser salvo pelas boas obras! Para ser um cristão você não precisa desistir disto ou desistir daquilo, e fazer todo tipo de coisa que você naturalmente não gosta de fazer! isto não é PARA PODER SER um cristão; mas quando você É um cristão, aqui há uma vocação, aqui há uma responsabilidade. Paulo disse: "esmurro o meu corpo... para que...havendo pregado a outros, eu mesmo não venha a ser reprovado" (1 Cor. 9:27), e ele está pensando desta mesma coisa - o negócio em mão - esta grande responsabilidade na qual ele é chamado, esta grande competição. 'temos de assegurar que o meu corpo, meus apetites carnais, não ganhem vantagem; manter um forte domínio sobre mim mesmo; devo aprender a vida disciplinada'. Para a maioria das pessoas essa palavra 'disciplina' é a mais odiada. Sim, mas isto não é só exigir disciplina por exigir - é por causa do que está envolvido. E nós podemos perder muito - jovens cristãos, vocês podem perder muito, e vocês podem ser desqualificados do grande chamado no qual vocês são chamados, e de obterem o grande prêmio, o verdadeiro prêmio, o qual lhes é proposto, se vocês não aprenderem a vida disciplinada. Submeta o seu corpo. Um cristão deve ser uma pessoa muito disciplinada, com uma vida bem ordenada e regulada - nada descontrolada, frívola ou descuidada. Nós devemos ser pessoas cingidas num grande negócio.

O Cristão Como Artesão

E finalmente, o segundo capítulo da segunda carta, e o muito bem conhecido versículo décimo quinto: "Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade". A tradução que nós temos na nossa Versão Autorizada, "ESTUDA" para apresentar-te diante de Deus aprovado... dividindo corretamente a palavra...", tem causado bastante mal-entendido. Muitos têm pensado que isto é uma figura do estudante no seus estudos, tomando a Palavra de Deus e a cortando e a colocando em todo tipo de compartimentos impermeáveis e seções dispensacionais. Uma escola inteira de dispensacionalismo e ultra-dispensacionalismo têm sido construída sobre esta palavra, e está tudo errado. Nós seremos induzidos em erro se tivermos essa ideia.

Isto não tem nada a ver com o estudo e com o livro. A Versão Revista tem melhorado a tradução: "Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar..." É verdade que a sua obra é com a Palavra de Deus, mas a figura aqui não é de um estudante, mas de um artesão, e o que está por trás do grego aqui é pedreiro. O pedreiro tem a especificação diante dele, das pedras que devem ser cortadas e encaixadas num prédio; e na especificação, ou planificação, estão todas as linhas onde os cortes devem ser feitos, muito finamente, para que, quando essas pedras forem colocadas juntas, encaixem com precisão, pertençam umas às outras. É o trabalho do artesão. Com toda a produção em massa e as coisas fabricadas mecanicamente de hoje, acho que existem poucas coisas melhores do que ver um verdadeiro artesão trabalhando: achar realmente um artesão, um artesão à moda antiga, com o seu genuíno trabalho manual, que não seja a obra de uma máquina.

Paulo está falando sobre o artesão. E ele diz, 'ora, você tem a especificação lhe entregue na Palavra de Deus. Não brinque com ela, não seja negligente com ela'. Assegure-se de que as verdades da Palavra de Deus sejam fielmente observadas, que você maneje a Palavra de Deus absolutamente com honestidade'. Na sua segunda carta aos Coríntios você lembra que o Apóstolo usou a frase: "...nem adulterando a palavra de Deus" (2 Cor. 4:2). O que significa isso? Fazer com que signifique o que não significa, para nossa própria conveniência - porque nos convém interpretá-la assim! Mas "nenhuma escritura é de particular interpretação" (2 Pedro 1:20). Nossa atitude deve ser: A Palavra de Deus diz ISTO; não podemos contorná-la, não tente fazer com que signifique algo que não significa, e certamente não seja superior e ache que você sabe mais do que o que diz. Seja absolutamente honesto com a Palavra de Deus. A Palavra de Deus diz isso; a planificação, o modelo, a especificação transmite isso como a linha precisa das coisas: então tome-o. Não pense que você pode melhorar isso; não seja negligente quanto a isso. Tome nota disso.

O Espírito, O Espírito Santo, transmitiu a Palavra. Aqui, para Timóteo, o Apóstolo diz isso: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e proveitosa para..." isto e isso e aquilo. O Espírito deu a Palavra. Nós devemos ser ajustados pelo Espírito Santo à Palavra que Ele deu! Isso é 'dividir corretamente' ou, como literalmente a palavra está, 'cortar linhas retas' com, a Palavra de Deus. Apenas seja honesto com ela! Apenas deixe que ela signifique para você o que realmente significa, e não tente contornar isso. "Toda a Escritura é transmitida por inspiração" pelo Espírito Santo. Paulo não estava dizendo coisas só de sua própria predileção, de suas próprias preferências, seus gostos e desgostos: ele estava falando do que veio a ser a Escritura. Não a contorne. Seja honesto. Você não está a perder nada; você está a ganhar a benção de Deus. Sim, devemos ser ajustados à Palavra de Deus: não menos do que a Palavra, nem mais.

Temos estado considerando algumas figuras, metáforas, analogias, do cristão. São muito claras, muito simples; mas retorno para onde comecei. Colocadas juntas, elas mostram que um cristão é uma pessoa muito responsável, ou é para assim ser considerado; um ou uma quem deve dizer a si mesmo, 'não estou dentro de algo que é apenas opcional - meu prazer, minha vida; algo que não importa muito - como se pudesse dizer, 'Sou salvo, chegarei ao Céu bem!' Ó, não! Existe mais do que chegar ao Céu, existe mais do que só ser salvo. Existem grandes interesses do Senhor a serem servidos, e estas são as pessoas requeridas.

Então - 'Procura diligentemente, sofre comigo como bom soldado, guarde seu depósito, observe as regras, aprenda a disciplina'. "Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno..." (2 Pedro 1:11). E portanto, nós, os sucessores de Paulo na batalha e na obra, podemos ser capazes de dizer, como ele disse: "Combati o bom combate... guardei a fé: Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda". (2 Tim. 4:7-8). Nós estamos no mesmo combate, na mesma competição, no mesmo chamado.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.