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Malaquias - A Voz no Tempo do Fim

por T. Austin-Sparks

Capítulo 1 - O Senhor está Vindo para um Povo Preparado

Leitura: Malaquias 3.

Nós observamos que Malaquias é a voz final do Velho Testamento e que existem similaridades muito impressionantes entre o encerramento da dispensação antigo testamentária e o encerramento desta dispensação; e uma das coisas notáveis é que para o encerramento de uma dispensação Deus tem uma voz especial. Ele obtém uma voz pela que verbaliza a Sua mensagem especial para um tempo do fim. Essa voz representa um instrumento peculiarmente constituído. Nós vimos que com Malaquias não houve somente o encerramento da dispensação, mas houve a entrada do Senhor. O Senhor estava vindo. Leia o capítulo 3 e você tem o mensageiro sendo enviado diante da Sua face e depois o Senhor mesmo vindo, o Mensageiro da Aliança vindo de repente para o Seu templo. Era um tempo do fim tendo em vista a vinda do Senhor.

E além disso vemos que Malaquias estava peculiarmente ligado a João Batista, e João Batista a Malaquias, como vimos o complemento entre eles, duas metades de um conjunto. O capítulo 3 falando de João Batista em conexão com as outras profecias e Malaquias assim ligadas a João Batista é a voz para introduzir o Senhor. Estas coisas são muito evidentes, elas jazem na face destas profecias e da vida de João Batista que declarou "eu sou uma voz".

Malaquias, observamos, significa "o mensageiro de Jeová" e João Batista era "O Meu mensageiro". Malaquias é um homem desconhecido. Nós não sabemos quem ele era ou quando ele profetizou. João Batista pôs de lado todo reconhecimento público - "Não sou um grande homem, sou uma voz. Isso é tudo, uma voz". E assim um instrumento de Deus num tempo do fim para fazer entrar o Senhor Jesus é algo que não é nada em si mesmo, mas que traz o Senhor Jesus à vista e somente se ocupa com Ele e em preparar o caminho para Ele, e repudia todo prestígio, popularidade, e pessoalidade de si próprio mantendo o Senhor Jesus à vista para a atenção e consideração de todos. Então, Malaquias e João eram um, como uma voz num tempo do fim para fazer entrar o Senhor.

Olhemos rapidamente para uma outra representação de um tempo do fim com Paulo. A natureza da vida do apóstolo é também uma representação e um método de Deus num tempo do fim. Cremos que a característica geral e funcionalidade desta dispensação é a obtenção da igreja, o corpo de Cristo, das nações. O próprio Paulo teve essa revelação numa maneira peculiar, e foi a personificação dessa verdade. Ele se tornou a personificação pessoal, a própria personificação da verdade do corpo de Cristo, e com o encerramento da sua vida você tem em representação o que você encontrará no encerramento da era da igreja, esta era atual; e você observará que as características são similares às características daqueles outros encerramentos das eras, as características de João e as características de Malaquias. As coisas foram reduzidas numa abrangência muito pequena, isto é, as coisas que realmente representavam a mente do Senhor.

Em Malaquias a grande multidão dos que reivindicavam serem do Senhor e reivindicavam os direitos da aliança estavam nos seus corações distantes do Senhor enquanto mantinham as ordenanças externas. E no meio, escondido, você tem Malaquias 3:16: "aqueles que ainda temiam Yahweh, conversaram uns com os outros; e o SENHOR ouviu as suas orações com atenção..." "Naquele dia que prepararei serão o meu tesouro peculiar". Aí você tem as coisas sendo reduzidas dentre o povo do Senhor no que representa a Sua própria mente. Quando você chega a João você enxerga algo muito similar. Na abertura da vida de João as coisas que realmente representavam o Senhor eram muito pequenas. Um remanescente de um remanescente.

Em Malaquias você está tratando com todo o remanescente que retornou e contudo todo esse remanescente está sem contato com o Senhor, e somente um remanescente do remanescente está em contato com o Senhor. Há esse remanescente do remanescente no princípio da vida de João. Havia um Simeão... entrando pelo Espírito no templo etc... E havia uma Ana, e ela falou para todos os que procuravam pela redenção em Jerusalém - um remanescente de um remanescente à procura, esperando pelo Senhor.

Quando você chega até Paulo você descobre que as coisas são reduzidas muito no final da sua vida. É impressionante e desconcertante a menos que você obtenha a chave. Este homem com um ministério tão abrangente, para quem o mundo inteiro estava aberto, pela operação das coisas numa maneira muito estranha e desconcertante deve ser reduzido, tirado do seu ministério público, as muitas terras fecharam para ele pessoalmente até que ele se achou na prisão em Roma, e isso é tudo. Sem plataforma, sem igreja, sem ministério amplo, nada lá no ar livre, mas a última coisa que se diz sobre ele, "...ele recebia todos os que iam até ele... ensinando a respeito do Senhor Jesus". Simeão e Ana falaram Dele. Paulo agora não está saindo para as multidões, mas está enclausurado e o Senhor está conduzindo pessoas famintas até ele e ele os recebia e lhes ensinava as coisas a respeito do Senhor Jesus. Estas são características de um tempo do fim.

O que o Senhor irá fazer é achar os famintos, e os famintos irão à procura da verdade. E a natureza do instrumento no tempo do fim não é alguma organização pública grande, um movimento e uma demostração, mas uma coisa secreta pela que o Senhor conduz o faminto; separado da organização oficial, no deserto, fora do arraial, uma saída.

Tanto quanto me é dado ver, este é o princípio em operação em Malaquias, João Batista e Paulo: O Senhor procurando obter algo que é totalmente para Ele mesmo, para o qual e no qual unicamente Ele é Senhor, Ele é a única ocupação, cativação, Quem absorve toda a atenção. E esse assunto será uma coisa à parte, não um movimento popular, algo fora do arraial com o Seu reproche, como Paulo na prisão. Quem irá para ter isso? Reproche, vergonha, um homem na prisão que está lá posto sob juízo, um homem a respeito de quem existem todo tipo de rumores - este é o instrumento. E quem está faminto o suficiente para arriscar todas as leis da reputação, que é humilde o suficiente para aceitar Deus nesse sentido? Tentando achar onde há verdadeira fome pelo Senhor. O Senhor não protege o Seu instrumento especial das difamações e dos reproches dos homens, mas Ele usa essas mesmas difamações como provas quanto à fome dos outros, quanto à localização dessas pessoas, se eles estão preparados para suportar o reproche a fim de achar Ele. Você reconhece isso? Então Paulo, representando na sua própria vida e pessoa o fim do tempo da igreja, encontra isso, no que ao grande mover público se refere, isso é num final e agora ele está encerrado numa prisão e o seu ministério é para os que vão até ele, e com a sua pena, para o povo do Senhor lá fora. Esta é uma característica do método do Senhor no fim.

É importante para nós reconhecermos isso, porque existe um anseio desses por uma grande demostração pública, por um movimento da religião, por algo que vai ter reconhecimento e um sucesso arrasador, e o Senhor parece estar tornando isso cada vez mais impossível. Ele está reduzindo, e encurtando, e encerrando, e o apagando, e até levando o melhor Dele para uma situação de reproche e rejeição. Ele está então, peneirando os outros por meio de um instrumento desse tipo, e acrescentando no solo, não de interesses e gozos pessoais, mas de uma necessidade desesperada do próprio Senhor. Essencialmente, as pessoas não podem ter o Senhor sem que o Senhor seja tudo em algum lugar.

Isso foi colocado um pouco mal, eu sei, mas se as pessoas realmente querem o Senhor, se é o Senhor que elas querem e não serviço, obra, popularidade, não uma esfera para exibir seus próprios dons, mas uma necessidade desesperada do Senhor, e eles encontram o espaço em que o Senhor é tudo, eles dirão "eu estou satisfeito porque o Senhor é tudo". Isso é um tempo do fim; o próprio Senhor. Ó, embora estas palavras sejam simples, é a coisa mais grandiosa, a solução para todos os nossos problemas e dificuldades é quando estamos realmente ocupados com o Senhor. É a solução para o problema da nossa falta da alegria. Quase toda a causa de nossa falta da alegria acontece porque estamos ocupados com a obra do Senhor, porque temos entrando num sistema de coisas, e perdemos a nossa alegria porque é a 'obra'. Se isso fosse o Senhor, não seria desse modo. A questão da alegria está resolvida e o problema também quando o Senhor está dentro.

Estas coisas são em princípio similares nestas representações dos fins do tempo, e quando você chega ao livro do Apocalipse você vê o assunto claramente surgindo. Você tem muitos cristãos apresentados no livro do Apocalipse nos primeiros capítulos. Não podemos pensar nem por um momento que essas mensagens das igrejas foram enviadas para pessoas não convertidas. Elas foram enviadas para cristãos, contudo você descobre que embora esses cristãos sejam um remanescente, existe um remanescente de um remanescente para o qual o Senhor está dirigindo as Suas exortações e advertências, Suas admonições. Seu olhar está sobre esse remanescente do remanescente, e tenho a certeza de que isso representa o fim. Aquilo que for que aconteça com os outros não é nem por um momento o ponto da nossa consideração, mas uma coisa é perfeitamente clara: que o Senhor na Sua vinda está vindo para um povo preparado para Ele, e isso deve sondar. Deve sondar, criará problemas e discriminará.

Tenho ouvido muitas discussões sobre a carta aos Tessalonicenses, a qual tem a vinda do Senhor em vista, e as coisas parecem ser muito genéricas na apresentação delas lá. Parece como se todos vão ser arrebatados indiscriminadamente. Ora, reconheçamos que para ter uma carta aos Tessalonicenses você deve ter as condições dos tessalonicenses. Você tem um povo maravilhosamente avançado na vida espiritual. Leia a carta de novo. "Recordamo-nos constantemente, na presença do nosso Deus e Pai, do vosso trabalho que resulta da fé operosa, do amor fraternal abnegado e da perseverança que vem de uma convicta esperança em nosso Senhor Jesus Cristo - e de que maneira vos convertestes dos ídolos a Deus para servirdes ao Deus vivo e verdadeiro, enquanto aguardais do céu seu Filho - apesar de muito sofrimento - mas também a vossa fé em Deus tornou-se conhecida em todos os lugares - etc... Me diga que essa é a vida cristã comum - nem um pouco. A mensagem da vinda do Senhor é para um povo assim. O Senhor está atrás de um povo preparado, e se isso é verdade, existe um significado especial na vinda do Senhor. Não é apenas algo genérico, algo que não tem importância; que você é salvo e pode viver como você quiser.

Você pode começar com os Evangelhos e rever as Epístolas para você achar que cada vez que você está perante a vinda do Senhor você está lidando com uma preparação para a vinda do Senhor. Se é na ilustração do Evangelho, você tem uma espera, uma guarda. Existe uma ocupação até que Ele venha, existe uma devoção. O Senhor está vindo, portanto nos convém ser isto e aquilo e aquilo outro. É para um povo preparado que o Senhor está vindo, e Ele obterá para Si essa voz da preparação. "Preparai o caminho do Senhor, endireitai as Suas veredas" (Mat. 3:3). Uma voz da preparação para a Sua vinda; isso é o que sinto ser a carga do Senhor hoje. Uma voz da preparação para fazer entrar Ele próprio, e a preparação é de acordo às leis deste instrumento que acabamos de ver. A voz da preparação está geralmente fora do arraial, no deserto, e se todo mundo sair e não o levarem a sério, eles não resistirão. Isso é algo que nos prova.

João não foi tomado em conta. Ele nasceu do Espírito Santo, e um dos que foi especialmente levantado para um propósito, cuja vida natural era impossível e tinha que ser resultado de um milagre. Tinha de haver uma obra de Deus. Isto foi verdadeiro no caso de Samuel e de Isaque. Estes representam algo no propósito de Deus. E João, nascido do Espírito Santo, representa um instrumento que não é projeto da atividade e organização do homem, mas algo nascido do Espírito Santo. Deus o levantou e deu uma mensagem; é levantado para o Seu propósito. Estas são as leis que governam num instrumento para um propósito especial, as vendo nas ilustrações, e verdadeiras na realidade deste fim do tempo.

Temos muito a dizer sobre a vinda do Senhor nesta conexão, talvez mais tarde, mas neste capítulo, sente-se esta ênfase particular novamente. Você pode não reconhecer isto que Deus está procurando; algo peculiar como o Seu tesouro no fim. Assim como existe aquilo que Ele pode elogiar ainda numa condição como a dos tessalonicenses, no fim Ele pode falar numa maneira honrosa de várias coisas - "Conheço as tuas obras e perseverança" e assim por diante. Mas acima disso permanece um desejo maior de Deus para algo, e é após esse "algo" que o Senhor está a alcançar, e Ele levantaria um instrumento que seria uma voz para obter algo que responda ao desejo do Seu coração.
Esta busca do Senhor explicará os Seus tratos com alguns. João irá para a prisão e perderá a sua cabeça, e a razão disso é a sua vocação especial. Paulo irá para a prisão e será encerrado e perderá o seu grande ministério público como um individuo, simplesmente por causa do propósito com o que ele é chamado. Ele é chamado numa maneira peculiar para garantir para Deus o propósito da Sua dispensação, a igreja, e é muito impressionante que quando você chega ao produto desse ministério público restringido, você está tornando a aplicação da verdade para a igreja muito intensa. Aquelas cartas da prisão leva as coisas para um objetivo muito elevado de perfeição. É um processo de intensificação no tempo do fim; representa o Senhor Jesus na Sua soberania, e todas as coisas em sujeição a Ele. Isso é o que está à vista. De modo que os princípios deste tesouro peculiar, deste instrumento no tempo do fim, são ilustrados nas personagens do Velho Testamento como também nas personagens do Novo Testamento.

No salmo 105 está a referencia a José, quem aqueles lançaram na prisão. Ele estava amarrado em cadeias de ferro até que "a sua palavra" veio, a palavra do Senhor provou ele. Ora, José representa o mover de Deus, e ele é esse instrumento especialmente ordenado, levantado e preservado de Deus a fim de preservar a vida na terra, a Semente de Deus. A Semente Santa estava perto de perecer, de ser eliminada pela fome, mas naqueles atos soberanos de Deus escondidos bem no fundo, tão inescrutáveis; essas estranhas providências que sacudiram a fé de José, esse reproche, falsa acusação, a restrição dele por causa de uma mentira, tudo isto envolvido e o Senhor aparentemente abandonando ele. E assim o tempo passa, mas o Senhor lidou dessa maneira com ele porque ele é um vaso escolhido para preservar um remanescente vivo na terra.

O Senhor quer preservar uma linha, a Semente de Si mesmo, e Ele deve ter um instrumento erguido, mas os Seus tratos com esse instrumento são muito estranhos. João Batista, o homem que proclamou o Messias, teve a sua fé provada.

Nós não sabemos quais foram as provações da fé de Paulo naquela prisão. Sem dúvida que ele teve seus dias escuros - "somente Lucas está comigo", e assim por diante. Fé provada, mas quanto serviu ao propósito! Quanto devemos a isso! Não tem o Senhor desse mesmo ministério e através desse mesmo servo feito mais para manter a Sua igreja nas gerações posteriores do que por qualquer outro meio? Quando a Igreja estiver completa e na glória, a instrumentalidade do Senhor acima de todos os outros, serão Paulo e as suas cartas. Mas essas mesmas coisas pelas que a igreja tem sido principalmente mantida, aquelas cartas nascidas da prisão, sofrimento, e da redução desse homem, é o caminho do Senhor. Caminhos estranhos, mas poderosos. Seus caminhos são inescrutáveis. E Benjamin, o qual era o instrumento que ligava os irmãos de longe com aquele exaltado, cumpriu seu ministério por meio do cálice. Para usar as palavras de outro Benjamita, o próprio Paulo da tribo de Benjamin, "Para que O conheça... e a comunhão dos Seus sofrimentos". Isso é tomar o cálice, o cálice de Benjamin, mas é para aproximar os que estão longe. É um ministério, um ministério maravilhoso.

E Samuel é quem introduz o grande Rei; não nascido segundo a vontade da carne, mas de novo o resultado de um ministério poderoso de oração da parte da sua mãe, e um ato Divino, de modo que seu próprio ser era um milagre. Ele também representava um instrumento de Deus para realizar os objetivos de Deus; algo que não é do homem, mas tudo de Deus, e ele é resultado de um clamor forte e amargo por causa das condições que prevaleciam. Você pode ver tudo isso. A Palavra de Deus está cheia disso. Como é aplicada? Desta maneira. Enquanto deve haver uma apreciação de tudo que é do Senhor, nós não devemos falhar em reconhecer que o Senhor tem algo muito mais do que uma generalização, do que com vista em atividades cristãs, algo muito mais profundo que se relaciona à Sua vinda, e Ele está procurando obter algo. Seja o que tudo o resto ganhe ou perca, não é para nós sentarmos e julgar qualquer pessoa, e certamente não é para nós pensarmos que somos superiores a todo o resto. Enquanto é para haver uma devida apreciação de tudo que é de Deus e para Deus em todo lugar e em toda parte, o Senhor quer que nós tenhamos o nosso coração posto nesta coisa suprema. O Seu coração está determinado a ter um tesouro peculiar para um propósito peculiar agora, e provavelmente para uma glória peculiar posteriormente. Um propósito agora, e esse propósito é a introdução do Senhor Jesus no Seu lugar, trazer Ele para dentro, preparar o caminho do Senhor. Ora, esse é um instrumento em termos muito gerais. Conforme o Senhor nos capacitar nos capítulos seguintes, veremos isto se aplicando às nações e numa maneira mais direta para a vinda do Senhor, mas neste capítulo tenho sido muito cônscio de me manter numa abrangência limitada.

A vinda do Senhor representa a preparação de um povo especial para Ele próprio, uma preparação do Seu povo de alto grau num determinado âmbito - É assim, você não consegue fugir disso. Para isso Ele deve ter uma voz pela que a preparação é feita com uma mensagem, e esse instrumento tem de ser preparado para pagar um preço especial, para conhecer algo do calabouço, da prisão e das cadeias, e da paciência de Jesus Cristo, do encurtamento, e de todas as mentiras e difamações. Se pudermos ver mais profundamente veremos que as próprias coisas que para nós estão contra o cumprimento do ministério, Deus as está usando para tornar esse ministério ainda mais infalível desta maneira, e que provará a completa realidade e sinceridade das outras pessoas. As pessoas nunca se importam em se aglomerarem para algo popular, mas se você quer aquilo que realmente é a sério, a prova disso é muitas vezes impopularidade, algo que está sob o reproche dos homens. Nós não estamos aplicando isto para esta companhia e dizendo que é isto; estamos falando de modo amplo, olhando para o mundo inteiro. Não se pode falar muita coisa do que está no coração de uma pessoa, pareceria que estaria se fazendo comparações, se você teve alguma experiência e conhecimento da realidade das coisas e depois ido para o mundo cristão, hoje seu coração doeria e você estaria constantemente dizendo, mesmo onde há um constante alvoroço e barulho de atividades, "Isto não é, isto não satisfaz o Senhor. Isto é obra".

Um irmão voltou para mim de uma grande convenção nos Estados e lhe perguntei sobre como foi o tempo que eles tiveram. Ele não parecia muito satisfeito e estava me dizendo algo do que tenho estado dizendo, e tive a ocasião de comentar "Bem irmão, somente o Senhor é que pode satisfazer". Ele respondeu, "Ó, é isso; a verdade é que corremos para sermos alimentados sobre profecia e acabamos perdendo o Senhor". Ele poderia tê-lo colocado de outra maneira, uma apresentação mais simples da mesma verdade. Nós temos anteriormente dito isto muitas vezes: podemos estar tão ocupados com a Segunda Vinda que perdemos por completo Aquele que está vindo. Não é a Segunda Vinda, é Aquele que está vindo, e existem multidões de pessoas evangélicas boas, sérias, totalmente imersas nos sinais dos tempos, mas Aquele que está vindo não está em todo o pensamento deles, e hoje é desse modo. São coisas, a obra, entusiasmos, empreendimentos, organizações, programas, tudo isto, ocupando tanto tempo e recursos, e o Senhor fica em segundo lugar. É uma situação decepcionante, mas enquanto vemos as coisas e estamos em contato com esta situação, sentimos só esta carga, que o Senhor deve obter algo muito mais do que isto, Ele deve ter algo mais do que isto entre o Seu povo. E nos voltamos para a Palavra e vemos que isso é justamente do que o Senhor está atrás.

Em Malaquias... as condições, não gerais, mas especificas: "aqueles que ainda temiam o Senhor" etc... Em Isaías, condições gerais religiosas são rejeitadas e o Senhor está buscando um povo para Si próprio. Nos dias de Paulo o grande mover é deixado e ele está agora simplesmente num lugar retirado de tudo isso. E o método do Senhor não é agora um homem indo para todas as nações com um ministério público (não interprete mal isso, consertarei isso num capítulo posterior se o Senhor quiser), mas o Senhor estabelecendo um testemunho aqui e por razão das condições desse testemunho, reproche, difamação, rumores, mentiras, e tudo o resto, provando os homens quanto à fome genuína deles por Ele próprio. Onde Ele encontra os que resistem a prova, eles vêm e Paulo se ocupa em lhes ensinar as coisas concernentes ao Senhor Jesus.

Você obtém a visão do método ou instrumento do Senhor? Peça a Ele para lhe mostrar isso em seu coração e Ele colocará nas nações algo assim, que terá que sofrer, que ficará banido, conhecerá muito das condições da prisão e das cadeias, e das provas da fé, mas o Senhor descobrirá quem realmente o leva a sério. Não é o grande mover, mas pode dizer-se que é uma seleção dos que Ele conheceu de antemão.

Que o Senhor escreva a Sua palavra nos nossos corações por amor ao Seu Nome.

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