Austin-Sparks.net

Malaquias - A Voz no Tempo do Fim

por T. Austin-Sparks

Capítulo 2 - Um Povo Totalmente Para o Próprio Senhor

Leitura: Malaquias 3:1-16; 4:1-6; Mat. 17:3-4.

Temos estado pensando juntos da voz no fim do tempo, vendo a natureza desse instrumento do fim do tempo como é estabelecido em Malaquias, João Batista e o apóstolo Paulo, e justamente para estes momentos, o tom da ênfase que está no meu coração é com relação à entrega absoluta deles ao Senhor.

Observe em Malaquias o que temos lido. Malaquias atinge esse tom muito forte e decididamente. O conjunto das suas profecias tem a ver com uma devoção parcial ao Senhor, aquilo que está meramente e somente no exterior; um sistema de obras, atividades, ocupados mantendo tradições e formalidades, um certo tipo de zelo que tinha a ver com coisas. E por outro lado, contra isso, a carga da mensagem do Senhor por algo infinitamente mais do que isso, algo inteiramente do coração; a insatisfação do Senhor, o descontento de Jeová no qual o Seu mensageiro entra numa forma muito real, tocando esta tom do descontento de Jeová e procurando trazer o povo do Senhor para um lugar de entrega absoluta ao Senhor. E como temos uma e outra vez salientado, essa integridade ao Senhor resultando do seu ministério - vista nesse remanescente do remanescente, essa companhia que temia o Senhor, que falavam uns aos outros, e se lembrava do Seu Nome - entrega absoluta ao Senhor.

E a seguir você percebe que à medida que você chega ao final das suas profecias lá aparece aquele versículo 5 do capítulo 4, onde Elias é introduzido neste assunto. É muito maravilhoso como no final o Senhor reúne as questões importantes de toda a dispensação. João reúne toda a Lei e os Profetas. Nele todo o Velho Testamento é representado. E você descobre que a questão do tempo do fim é um recolhimento e congregação das maiores características de tudo que se passou anteriormente, e assim o Senhor está atrás de recuperar tudo que tem sido notável segundo a Sua mente. E antes de você chegar ao final, Elias é introduzido, e você tem João Batista e Elias reunidos em Malaquias. E você acha João Batista cumprindo esta profecia e andando o seu caminho, e você acha Elias introduzido e ligado a João Batista, tendo em Mat. 11:14 (veja também Lucas 1:17) Malaquias 3 e 4 ajuntados.

O Senhor Jesus disse já antes de Ele chegar ao Monte da Transfiguração que Elias em espírito e poder reapareceria na pessoa de João Batista: "Ele avançará na presença do Senhor, no mesmo espírito e poder de Elias". Assim Ele faz essa declaração muito extraordinária, que Elias já veio e fizeram com ele tudo quanto eles desejaram, e os discípulos entenderam que era a respeito de João Batista que Ele havia falado. Você vê em Malaquias, João Batista, Elias, e esse outro grande fim do tempo representado por Paulo, uma característica provavelmente mais visível do que qualquer outra, que foi uma entrega total ao próprio Senhor. - Tenho sido muito zeloso pelo Senhor...". Havia um homem que estava totalmente, totalmente derramado, abandonado para os interesses do próprio Senhor. Foi um assunto custoso para Elias. Ele estava tão absolutamente dedicado aos interesses do Senhor que ele chegou no lugar onde pensou que ele era o único, e que era desculpável. Existe uma grande diferença entre se tornar e sentir que você é a única pessoa no mundo que está certa. Você pode se tornar muito zeloso pelo Senhor de maneira que você sente que não existe mais ninguém como você, e você sente que ninguém mais conhece o seu fardo, ninguém mais é capaz de entender a sua preocupação. E acho que era por causa da devoção de Elias que ele sentiu que era o único. Não era o seu orgulho ou presunção, mas a sua devoção. O Senhor iluminou ele - Ele tinha sete mil que não haviam se dobrado a Baal. Era desculpável que ele pensasse que era o único deixado. Isto representa a sua entrega absoluta de devoção ao Senhor, um homem derramado para Deus.

Malaquias permanece nessa posição. Ele clama, "tragam todos os dízimos", seja total para com o Senhor. João está exatamente aí. Ele não tem nada para si mesmo: nenhum nome para si; nenhuma reputação para si. Nada para si mesmo - "devo diminuir"; "Ele é preferido antes que eu" ; "não são digno de desamarrar as correias das sandálias". E se é verdade nestes casos, então vemos quanto mais é verdade no caso do apóstolo Paulo. Se fosse possível, ele excederia nisto. Se alguma vez houve um homem que tinha o que largar, abandonar, desistir, era Paulo, mas "o que para mim era lucro passei a considerá-lo como perda e esterco por amor de Cristo Jesus, meu Senhor; e no final ele não perdeu nada na sua total devoção ao Senhor e aos Seus interesses - "Para que O possa conhecer".

Ora, isso é só uma observação e é justamente a observação que tenho no meu coração agora. Muito simples, mas muito solene e muito perscrutadora. Ó, se me é permitido colocá-lo desta maneira: Eu não exortaria algo a vocês que não fosse uma preocupação de mim mesmo. Para mim, eu sinto a necessidade de (e o meu clamor mais sério ao Senhor é para) uma posição onde significa abandono para o Senhor, para onde está o Senhor. Existe este fato, que nós nascemos num sistema religioso que é altamente organizado de maneira que a vida cristã se torna absolutamente num assunto de obra organizada e dos seus múltiplos interesses. Nós ficamos ocupados com isso, e tudo para nós está organizado. Se nos é pedido fazer um pouco de trabalho, bem, tudo certo, nós o faremos se nos sentirmos com vontade para fazê-lo, ou por algum grande esforço e autossacrifício, por medo da nossa própria consciência ou alguma outra razão, nós podemos fazê-lo. Mas, ó quem dera que fosse uma espontaneidade que não espera até que apareça trabalho para se fazer e para que portas se abram de modo que tudo que teríamos a fazer é atravessar. Estamos fora, não para obrar, mas para o Senhor, nós temos o Senhor e os Seus interesses tão definitivamente a peito que não é a tempo e fora de tempo, mas que todo tempo é tempo. Não se trata de estarmos à espera de fazê-lo, ou que seja uma parte da coisa que temos nos aderido, e porque estamos ligados a isso é esperado de nós e deveríamos fazê-lo, ou porque estejamos interessados nisso ou nos incumba. Não, pelo contrário, é por causa do amor que é a minha necessidade e a necessidade do povo do Senhor hoje.

Era uma companhia dessas que espontaneamente fizeram a obra do Senhor e falavam do Senhor e se lembravam do Seu Nome; acho que alguns dos pensamentos deles eram muito tristes. Seu Nome, esse Nome maravilhoso, tudo que esse Nome representava em Israel, eles pensavam em tudo que Ele disse sobre o Seu Nome: "Por causa do Meu Nome"; "Ali estabelecerei o Meu Nome"; "pela honra do Teu Nome". O Nome do Senhor representava toda a honra do Senhor, todo o interesse do Senhor, e que numa maneira geral tudo que esse Nome representava foi desonrado dentre o Seu próprio povo, e eles se lembravam do Seu Nome. Existe um toque de ternura e sentimento sobre isso. É como se o Senhor dissesse, "Sim, todos estes não estão mantendo o Meu Nome no seu lugar, mas vocês estiveram pensando no Meu Nome; os Meus interesses e a Minha honra eram assuntos de reflexão séria para vocês". Eles pensavam sobre o Seu Nome. Isto é total devoção ao Senhor.

Existe essa necessidade de espontaneidade e transbordar do coração entre o povo do Senhor. Você pergunta, e a resposta que você obtém é muitas vezes que eles o farão como um favor, uma condensação, com esse tipo de espírito. Se os interesses poderiam ser servidos de qualquer maneira possível, essa deveria ser a coisa que nos moveria. É aí onde sinto que temos que chegar. Até que não cheguemos as coisas irão devagar; haverá mortandade e morte. Tenho certeza de que a espontaneidade é uma característica geral da Vida; a Vida se manifesta pelo transbordar. Pense do transbordar de Deus para conosco, a voluntariedade de Deus para conosco. Ele não poupou, Ele deu: "Tende em vós o mesmo sentimento..." é entrega total das coisas para o Senhor. Para estes homens, Elias, Malaquias, João, Paulo e João o apóstolo, era assim no ministério deles. Não era a vocação da vida deles para o Senhor que lhes preocupava.

Lembro que o Dr. Forsyth disse anos atrás: "Muitos homens saíram para ganhar a audiência quando deveriam sair para ganharem o caso deles para o Senhor". Quando nós temos essa visão entramos num caminho errado. Podemos perder a nossa audiência, reputação, posição; a questão é, devemos estar totalmente dedicados ao Senhor e correr todos os riscos por isso. Não é a respeito de um empreendimento que estamos interessados - "Ora, se isto que eu represento não é um êxito será um assunto terrível!" Quando você tem essa noção você se abre para todo tipo de coisas. Se esta comunhão não responde às expectativas você ficará com problemas, preocupado, afetado, e você adotará este ou aquele caminho.

É o Senhor, entrega total ao Senhor, não uma coisa, mas para o Senhor. A diferença é simplesmente esta: você está interessado em alguma instituição, ensino, comunhão, organização, lugar, empreendimento, testemunho? Bem, seria bom estar bastante preocupado com essas coisas se forem de Deus, mas amado, isso não é suficiente. O real âmago das coisas deve ser: o Senhor mesmo; a Sua honra, não a nossa reputação; não coisas sobre as que estamos interessados. Não! Somente até que ponto o Senhor está envolvido, até que ponto o Senhor está interessado e em causa - você deve Lhe pedir para que deixe isso muito claro. Acho dificuldade em deixar perfeitamente claro e evidente o que é muito claro para mim enquanto falo. Eu vejo esta característica sobre Paulo. Que corrida Paulo teve, que carreira, que esfera ele teve! Não tem havido nenhum homem que tenha tanto para mostrar como resultado da sua obra. Mas se está indo... ele está perdendo o seu lugar nos corações dos que mais lhe devem. Ele está gradualmente, mas muito definitivamente sendo encerrado, até que na sua prisão tem que confessar que todos na Ásia viraram as costas para ele, "Este e aquele me deixaram e agora somente Lucas está comigo", e parece como se toda a sua obra tivesse se desmoronado e ele fosse um fracasso. Se isso fosse a coisa que acima de tudo lhe preocupava, ele teria morrido de um coração quebrado, e terminado em desespero. Em vez disso nós temos um resultado diferente no final. Por quê? Porque no final você encontra uma ênfase intensificada sobre o próprio Senhor. Paulo é capaz de dizer, "se tivesse gastado todo este tempo e energia, esta força, estes anos tentando edificar para mim mesmo algo grande, então eu sou um fracasso e aqui tenho muito pouco para mostrar isso". Esse teria sido o resultado de ele ter um empreendimento como o objetivo dominante da sua vida. Mas porque era absolutamente o Senhor ele poderia ver as coisas se desmoronarem e ainda manter a sua posição em triunfo. É uma coisa impressionante.

Veja, se a sua obra é o seu deus e se desmorona, você, o seu deus e a sua obra se desmoronam juntamente. Se é o Senhor, você conhece o Senhor, e é Ele próprio, então você terá algo para lhe levar através da mudança no aspecto das coisas. Quando você vê as coisas aparentemente mudando ao pior, você conhece o Senhor nisso e leva você avante. Peça ao Senhor para lhe deixar isso muito claro. Isso é algo precioso.

Com estes homens não eram os seus ministérios, obra, vocação, empreendimento, programas, esquemas; era o Senhor. Portanto, eles poderiam sofrer a aparente destruição dos seus esquemas e das suas obras, mas sabendo que havia aquilo que era eterno no coração das coisas que nunca poderiam ser destruídas. Era Deus. Existe esta outra coisa necessária, é claro, para uma entrega total de devoção ao Senhor; isto é, um devido senso do estado das coisas com as que o Senhor não está satisfeito. Para Elias, a sua devoção ao Senhor era a metade do todo, a outra metade era a sua consciência de como universalmente as coisas não eram geralmente espirituais.

É claro, você nunca será como Elias, zeloso para o Senhor com um zelo fervente, a menos que você veja um motivo para isso, e a coisa que era motivo para Elias foi que o coração de Deus estava decepcionado e este estado de coisas não satisfazia o Senhor. Acredito que o Senhor está especialmente muito preocupado com o Seu próprio povo hoje. Ele está. Existe a preocupação que é continua, perpétua, da qual devemos verdadeiramente participar: a preocupação pelas pessoas não salvas. Devemos verdadeiramente ter essa preocupação, ó sim, mas a mim me parece que, sem minimizar isso mais do que se deve, hoje o Senhor tem uma grande preocupação em relação ao Seu próprio povo. Parece que o Senhor está desesperadamente ansioso (se posso usar essa palavra acerca do Senhor) para que o Seu próprio povo consiga chegar num lugar que não conseguiram chegar hoje. E nós, se vamos ser capazes de cooperar com o Senhor, devemos ter o senso do que está faltando, que existe um défice e tudo que esse défice significa, e que é o que o Senhor realmente quer. A menos que consigamos isso, não teremos zelo e força alguma em absoluto. Existe uma carência. Você está consciente no seu coração de uma carência, falando geralmente, entre o povo do Senhor? Uma carência espiritual. Que o Senhor nos liberte de criticismos, que o Senhor nos liberte de qualquer coisa como a de comparar de maneira insidiosa.

Amados, muitos dos que carecem espiritualmente e estão longe de uma percepção espiritual das principais coisas do Senhor, são filhos dedicados de Deus. Ao mesmo tempo que nos Estados o meu coração literalmente sofria por um grande número de pessoas espiritualmente, eles eram as pessoas mais amáveis para mim pessoalmente. Eles realmente mostraram o amor de Cristo para comigo, eles estavam sacrificialmente dedicados aos meus interesses no tempo da minha necessidade. Realmente senti o amor de Cristo entrando através dos atos de devoção, e pensei, "ó, que vocês tivessem uma percepção das maiores coisas do Senhor!" Tudo que eles conheciam era que a salvação era pra tirar você do inferno e entrar no céu, poupar um homem de ir para o inferno, mas eles não tinham um panorama de luz além disso, a respeito do grande eterno propósito de Deus em Cristo, a eleição e vocação eterna da igreja que é o Seu corpo. Eu podia ver todos os erros que eles estavam cometendo, as ênfases erradas, e como eles mesmos estavam insatisfeitos, e contudo tão amáveis com o amor de Cristo. Nós não devemos criticar e não devemos pensar que somos melhores.

Faça tudo o possível tanto para evitar e destruir, se é que existe, a impressão de que você ou nós pensamos que estamos em algum lugar muito à frente de outros crentes. Livre-se disso. Nunca faça ou diga na presença deles qualquer coisa que daria a impressão de que nos consideramos muito mais iluminados, e que essa gente não têm nenhuma luz. Não existe nada, além do amor, que jamais ajudará outras pessoas. Não devemos ser estragadores, mas pastores; não controladores, mas lideres. Deve haver um transbordar de Deus.

Ora, uma última palavra. Elias, Malaquias, João, Paulo, e outros que cumpriram este propósito para Deus, introduzindo Ele no Seu lugar num dia em que Ele próprio estava insatisfeito e decepcionado, e eles, entrando na Sua decepção e dor do coração porque sentiam a carência e a necessidade e o desejo do Senhor (digo que o sentiam espiritualmente; eles o sabiam nos seus corações), eles estavam numa posição para serem aqueles a quem lhes haveria de ser confiado uma mensagem distinta para os seus dias, e isso não é uma coisa pequena. É claro, o Evangelho é uma grande mensagem, é uma mensagem distinta. É uma coisa grande ser capaz de pregar o Evangelho, mas não estou pensando agora tanto na introdução do Evangelho para os não salvos como a mensagem única de Deus da salvação, como estou pensando na diferença entre o tipo de verdade geral bíblica que está chegando para o povo do Senhor, e leituras e alocuções - tudo verdade, bonito, e numa maneira útil - a diferença entre isso e ser um homem, uma mulher, um instrumento com uma mensagem para a época. Você pode ir para uma conferência e escutar mensagens bonitas, sim, úteis... mas é uma mensagem oportuna da época, algo que serve para o momento nos tempos de Deus?

Sinto que uma voz do fim do tempo tem de ter um tom muito distinto. Tem de ter uma mensagem, não apenas dar verdade geral, útil num grau, mesmo numa ampla medida. Pode ter a sua importância, mas se isso for tudo, não será suficiente. Deve haver uma voz para a época, deve haver uma mensagem para o momento, quando for ouvida, você nunca falhará em achar alguém que reconheça essa voz. Pode que você tenha uma dúzia ou vinte oradores, mas é o homem que tem a mensagem vinda de Deus para essa hora ou época, uma mensagem distinta; não o homem que está dando uma alocução da Bíblia. É o homem que tem uma mensagem e alcança corações e acha uma resposta em algum lugar que é mais profunda do que todas as outras respostas, e você nunca falhará em achar alguém que reconheça essa voz e que nos seus corações registrem, "Esta é a Palavra de Deus de hoje, esta é a mensagem de Deus para a hora".

O Senhor precisa de uma voz que tenha para o fim do tempo uma mensagem distinta. Essa mensagem, é claro, trará conflito e provocará inveja. Você será criticado - havia inveja entre os profetas; você será posto de lado, os grandes interesses públicos lhe rejeitarão como esquisito, extraordinário, extremo, mas você deverá continuar com a sua mensagem. Você pode perguntar, "como isto se aplica a uma companhia geral do povo do Senhor?" Isso não é do que estou falando. Cada um de vocês pode ser, na graça de Deus, uma parte dessa voz do tempo. Você pode não ser ouvido nas suas próprias capacidades vocais fora da sua própria casa, ou numa reunião de oração; você pode não ter plataforma ou ministério público, e contudo você ser uma parte vital dessa voz do fim do tempo. Você tem de orar sobre essa carga para com o Senhor. Você tem de orar para que essa mensagem saia para o Seu povo. Você tem de assumir este assunto no seu coração. Vamos examiná-lo agora. Quando você se reúne para a oração você acha fácil se sentar quieto e tranquilo? Pode você se sentar com os braços cruzados e ficar aí sem se mover na sua alma? É antes a sua dificuldade colocar a sua carga em forma de palavras? É isso, uma companhia, um povo com uma carga que somente eles podem expressar diante de Deus, mas não esqueça que existe uma vocação poderosa sobre um gemer que não pode ser expresso.

Isto não é necessariamente uma voz pública, uma chamada de trombeta numa plataforma. É uma carga. Pode que seja um tipo Daniel. Daniel estava desesperadamente preocupado com a honra do Senhor e o Nome do Senhor, e pela oração ele abalou os céus e despertou os principados e trouce para si mesmo uma cova de leões. Sim, tudo está no caminho. É a natureza deste assunto. É uma entrega total de devoção ao Senhor, não a Honor Oak, não ao Testemunho de Honor Oak como um ensino ou a qualquer outra coisa, mas ao Senhor. E essa devoção ao Senhor inclui estas duas coisas: por um lado, um real senso da necessidade e descontento do Senhor, pelo que o Senhor anseia, e por outro lado, um conhecimento daquilo que vai satisfazer a necessidade - o que é, de maneira que você possa dizer o que é e acrescentar "Entendo, sinto, conheço a necessidade, mas bendito seja Deus, que tenho aquilo que o satisfará". É uma coisa terrível sentir a necessidade e não saber como satisfazê-la. É algo grande saber que pela graça de Deus eu tenho a coisa que fará daquilo algo novo.

Não há espaço para presunções ou orgulho quando você passa pela cova dos leões ou fornalha de fogo. Este assunto é demasiado custoso para permitir que você tenha presunções. Você está lá, bem com Deus; você consegue guardar silêncio diante de Deus? É o assunto uma questão de consciência, ou tarefa, o que se espera de você, ou existe algum interesse de Deus que você pode servir seja de que forma for, se você o tiver em você pela graça de Deus, você o faz por causa do Senhor, não por causa de alguém lhe pedir? Pode o Senhor ser servido nisto: Não importa quem ou o que se os interesses do Senhor podem ser servidos. Nós precisamos estar lá. O que não se aplicar a você, você pode deixar passar, mas tenho certeza de que esta palavra se aplica a todos nós.

Entrega total ao Senhor... todo o dízimo, e a seguir estes dois aspectos disso: um senso do que o Senhor está atrás, do que Ele precisa e do que o Seu povo carece, e por outro lado, estar numa posição espiritual abençoada para, ou pela oração ou numa outra maneira, trazer o suprimento para a necessidade, orar, orar por aquilo que ocasionará a satisfação do Senhor, embora seja apenas no remanescente do remanescente.

O resultado do ministério de Malaquias foi que a grande multidão ainda continuava fazendo perguntas e disputando as suas asserções: "Em que roubamos a Deus?" Mas o resultado do seu ministério foi que houve uma companhia, um remanescente num remanescente para satisfazer o coração do Senhor, e o Senhor chamou eles de tesouro, e eu amo cada palavra desses versículos, 16 e 17. Um livro como memorial foi guardado diante Dele. "Diante Dele" - que pode ser ilustrado a partir do livro de Ester. O rei não conseguia dormir; era um estado providencial de vigília, e ele pediu pelos livros e leu os registros, as crônicas, e achou escrito aquilo que Mordecai tinha feito. Ora, é justamente assim. Um livro como memorial foi guardado diante do Senhor e o Senhor conservou escrito lá o que o Seu povo falou quando eles falaram acerca Dele. Eles falavam uns aos outros e se lembravam do Seu Nome, e o Senhor disse para o anjo dos registros, "Anote isso, gosto disso! Leia isso para Mim de vez em quando!"

O Senhor armazena aquilo que é precioso. Um povo totalmente para Si mesmo. Que possamos ser esse povo pela graça de Deus.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.