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"Teu é o Reino, e o Poder, e a Glória"

por T. Austin-Sparks

Capítulo 7 - A Exaltação do Senhor Jesus e Plenitude Espiritual

"Teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre" (Mat. 6:13).

Ficamos ocupados estreitamente na relação dessa declaração com as anteriores palavras do capítulo 3 a respeito do nosso Senhor Jesus, quando saiu da água no Seu batismo, quando os céus se abriram e o Espírito desceu e iluminou sobre Ele, e a voz do céu atestou Ele como o amado do Pai: e imediatamente depois, o Espírito tendo iluminado sobre Ele, foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado do diabo, e as palavras finais do Seu conflito com o diabo foram -

"Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás" (Mat. 4:10).

Temos percebido a importância da seguinte referência ao diabo onde o Senhor ensina aos Seus discípulos a orar -

"Livra-nos do maligno: Pois teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre".

Agora ajuntemos a isso as palavras de Atos 2:34-36.

"Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Saiba pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes".

E, finalmente, liguemos a isso esta passagem da carta aos Efésios.

"... ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus, acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro; E sujeitou todas as coisas a seus pés, e sobre todas as coisas o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos (Ef. 1:20-23).

A Expressão prática do Senhorio de Cristo em Relação à Plenitude Espiritual

Na nossa meditação anterior ficamos ocupados com a exaltação do Senhor Jesus como a obra preeminente do Espírito Santo. Vou continuar com a seguinte fase disso, em conexão com o trono, isto é, o Espírito Santo e o poder e plenitude espiritual; pois esta exaltação do Senhor Jesus, esta posição do trono, dele estando acima de todo domínio e autoridade e de todo nome, está ligado inseparavelmente ao o poder e plenitude espiritual na vida do povo de Deus. Nós apenas podemos falar do poder e plenitude no que diz respeito ao crente individual, numa maneira comparativa; isto é, o poder e plenitude no sentido completo relaciona-se com a Igreja, e nós somente podemos conhecer o poder e plenitude individualmente em certa medida. Mas o princípio aplica-se a ambos o individuo e a Igreja, o princípio, ou seja, do Senhorio e Encabeçamento absoluto do Senhor Jesus.

Então logo, temos de ver em primeiro lugar que o Senhorio, a exaltação do Senhor Jesus, governa todo o assunto do poder espiritual e plenitude espiritual. A plenitude sempre está relacionada com o trono, e a plenitude somente pode ser conhecida pelo que se entende com que o trono seja preeminente. O Espírito Santo tem escrito esta verdade profundamente na história do Velho Testamento, e agora, com a luz que temos no Novo somos habilitados a discerni-la muito claramente em toda a história do Velho Testamento. Pode ser de ajuda para nós, mais uma vez, observá-lo numa ou duas ilustrações do Velho Testamento.

A Verdade Exemplificada na História de Israel

Na nossa meditação prévia, nos referimos à verdade ilustrada no caso de Israel, quando na terra após cruzarem o Jordão. E agora, a nova fase da verdade pode também ser vista nessa conexão, em que Israel, enquanto estando na terra onde toda a plenitude estava, e enquanto era uma terra da que manava leite e mel, somente experimentaram plenitude como sendo deles em proporção ao estabelecimento do testemunho da soberania do Senhor. Eles não chegaram a imediata e automaticamente desfrutar da plenitude. Eles estavam na esfera onde a plenitude estava, na esfera de toda benção espiritual nos celestiais em tipologia, mas embora estivesse tudo lá, eles não as estavam desfrutando, exceto só na medida em que eles, pelo exercício e atividade espiritual definido, tornaram o grande fato da soberania do Senhor numa realidade naquele mesmo lugar. Isso é uma coisa muito importante de lembrar. Eles tinham de avançar, e o avanço deles era uma questão de conquistar, e a conquista deles tratava-se de incidir o Senhorio absoluto do Senhor em cada passo, cada fase, cada nova situação. Assim, enquanto eles trouxessem essa perfeita soberania do Senhor, de que Ele era Senhor, e fosse aplicado progressivamente, é que eles ficariam possuídos de riqueza e plenitude que havia lá. Você pode observar como de verdadeiro isso era pelos vários casos em que fizeram o oposto.

Você conhece a tragedia de Ai, por exemplo. Haviam duas coisas na tragedia de Ai. Havia um Acã. Mas ele é apenas uma das causas da tragedia. A outra - e isto é muito elementar e bem conhecido - era o fato de que eles disseram - 'Bem, somente uns poucos de nós precisam ir contra Ai. Ai não é nada comparado com o problema que Jericó representava, e não é preciso de toda uma força para subir a lutar. Só uns poucos de nós podem subir, e tomaremos facilmente Ai'. Ao agir assim eles estavam tomando a soberania de Deus para eles e não reconhecendo que, seja o problema que fosse, grande ou pequeno, ainda requer-se o Senhor, e que sem o Senhor nada era possível. Requer-se a soberania do Senhor para lidar com toda a situação.

Depois, outra vez, havia o caso dos Gibeonitas. O segredo dos Gibeonitas é este, que os Gibeonitas eliminam o elemento da conquista. Eles se comprometeram, eles vieram enganosamente, e tiveram sucesso ao anular a ideia toda de lutar, e conseguiram fazer com que os anciãos de Israel agissem neste assunto, como se não requeresse nenhuma batalha em absoluto. Esta situação poderia ter sido lidada sem nenhuma luta! Os Gibeonitas tiveram sucesso excluindo esse elemento da conquista, e ao fazerem isso, com efeito excluíram o Senhorio do Senhor, porque esta situação toda tinha de ser tomada pela conquista. Foi somente uma outra forma sútil de rebaixar o absoluto Senhorio do Senhor, e você percebe isso pelo fato de que os anciãos de Israel não consultaram ao Senhor. Simplesmente, eles mesmos lidaram com isso "a seu bel-prazer", como dizemos, e colocaram o Senhorio do Senhor de um lado. Isso é justamente o que o inimigo está sempre aí para fazer, sutilmente ou abertamente, de alguma maneira, para eliminar esta coisa poderosa que tem de ser registrada. Bem, isso trouce outra vez limitação a Israel. Você só precisa avançar no livro dos Juízes para descobrir o que isso significou para Israel.

Depois, como você sabe, eles começaram a cansar-se da conquista e abrandar o ritmo e energias, e a ideia da conquista caiu para o segundo plano. Alguns vieram até Josué numa vez e disseram que eram um grande povo e lhe pediram uma determinada parte da terra, uma região montanhosa e de campo, e Josué disse, "Bem, provem a sua grandeza pela conquista". Eles o queriam por doação e não pela conquista. Josué, tipificando a energia do Espírito Santo, diz que a única maneira de conhecer plenitude é trazendo a soberania, a autoridade do trono para incidir na situação e subjugá-la. Ele colocou todas as coisas em sujeição sob os Seus pés, e o Senhor não aceitará nada que não esteja sendo sujeito. Sujeição universal: nenhum compromisso, nenhuma aliança e nenhuma aceitação sem sujeição ao Senhor. Você entende o principio em operação. Por isso, eles falharam em entrar na plenitude absoluta da terra, porque falharam no assunto do Senhorio de Jeová, e o princípio está bem ilustrado lá para nós na vida espiritual. A plenitude está ligada ao trono todo o tempo.

Davi e Saul

Existem outras ilustrações no Velho Testamento. Nos referimos, na nossa meditação prévia, a Davi como ungido, e ao que a unção significa quanto ao trono; que a unção está essencialmente ligada ao trono, aponta para o trono. E agora nesta conexão temos Saul. Saul foi ungido, mas Saul nunca chegou à plenitude. Ele era apenas rei num sentido real por três anos dos quarenta, pelos quais ele manteve o nome de rei, e depois dos três anos, nos quais ele certamente não chegou à plenitude, porque violou o objetivo da unção, ele perdeu tudo e passou para Davi. Saul é uma tragédia terrível. Ungido para a plenitude; mas a plenitude está ligada ao trono, ao domínio absoluto. Agora, o Senhor testou ele. 'Vai, destrua Amaleque. É para isso que você foi ungido. Existe uma outra coisa aqui imperando. Existe um outro poder que está contra o trono Divino, outra ordem de coisas em existência. Vai e destrua Amaleque: é para isso que você foi ungido, para estabelecer o trono do Senhor acima de todos os outros poderes'. Mas Saul comprometeu a destruição de Amaleque, violou o próprio objetivo da unção e perdeu a plenitude. Passou para Davi. A unção vindo até Davi e a unção sendo observada em todas as suas implicações por Davi, levou Davi diretamente para a plenitude como é apresentada em Salomão. Por quê? Porque a unção para Davi significou a sujeição de toda coisa hostil. Ó, à direita e à esquerda, em todas as direções, Davi subjuga - verdadeiro reinado - e chega à plenitude. Para isso ele foi ungido.

Elias e Eliseu

De novo, tome o caso de Elias e Eliseu. Acho que Elias e Eliseu encaixam no último versículo do primeiro capítulo de Efésios - "... o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche tudo em todos". Elias é o cabeça e Eliseu é o corpo. Elias, o cabeça ungido (pois, embora não haja nenhum ato registrado da unção de Elias, ele, sem duvidas, tinha o Espírito) vai para o céu e Eliseu, que o sucede na terra, permanecendo em relação a ele como a Igreja permanece em relação a Cristo no céu, é ungido. Lá está o ungido na terra. Você observa os dois lados. Em Elias você tem poder: em Eliseu você tem plenitude. Eliseu era a plenitude de Elias. A porção dobrada do seu espírito; "a plenitude daquele que enche tudo em todas as coisas" em tipologia. Poder e plenitude pela unção.

Mas olhe nesta direção na qual a unção está operando através destes homens. Você verá como a unção está operando no Monte Carmelo. Existe uma outra jerarquia, outro sistema, que surgiu contra a soberania de Jeová, e, no Carmelo, Elias luta essa batalha pelos direitos de Deus. É o trono do Senhor que está em vista. Isso é combatido e Eliseu dá continuidade; e não está ele todo o tempo tendo que lidar com o assunto do reino? Bem, poder e plenitude são a obra do Espírito Santo, mas na base de que o trono seja estabelecido.

O Caso de Ananias e Safira

Passamos do Velho Testamento e chegamos no Novo, e a coisa está tão patente lá que quase não precisa apontar-se. Você toma um caso como o de Ananias e Safira. Agora, Ananias e Safira lutam para obter plenitude violando o Espírito Santo. Essa foi a acusação, que Satanás tinha enchido seus corações para mentir ao Espírito Santo. Eles tentaram ficar possuídos de algo, de plenitude, ao violar o Espírito Santo, e com efeito isso contrariou o grande testemunho que tinha acabado de ser dado sob as energias poderosas e direções do Espírito Santo quanto ao absoluto Senhorio de Jesus Cristo. Jesus Cristo é Senhor! ! "Deus o fez Senhor e Cristo". Esse é o testemunho do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Os outros ficam sob isso e o aceitam, entram nisso, e conhecem a plenitude espiritual. Ananias e Safira violam o mover do Espírito Santo em relação ao trono, ao Senhorio de Jesus Cristo, pensando em ter algo dessa maneira. O que acontece? Eles perderam tudo. Você somente pode ter plenitude em consonância com o Senhorio absoluto de Jesus Cristo. Isso é o que significa.

Bem agora, essa verdade não precisa ser muito mais aberta ou discutida. Você e eu temos de reconhecê-lo como algo que fora estabelecido durante todo o tempo por Deus. Está escrito pelas Escrituras todas que o poder espiritual e plenitude espiritual não está ligado com a recepção do Espírito Santo como tal. Está nisso, mas isso não está em si mesmo. Observe, nós nos concentramos ou em receber o Espírito Santo ou em ser cheios com o Espírito ou em ter um batismo do Espírito, e achamos que isso é poder e plenitude. Num sentido, isso é bem verdadeiro; mas nós temos de ver o significado do Espírito Santo. Não é que só recebemos o Espírito Santo ou somos cheios como o Espírito. É o que o Espírito Santo intenciona ao nos encher: e o que Ele intenciona? Ele intenciona que Senhorio absoluto de Jesus Cristo seja estabelecido em nós. Nós não podemos ter o valor real sem o significado real. Por isso se faz tão necessário que para conhecer o poder e plenitude do Espírito haja um completo esvaziamento e quebra de tudo em nós para abrir caminho para o Senhor Jesus Cristo.

Agora, antes de prosseguir, temos compreendido este fato, que o nosso alargamento espiritual, nosso aumento espiritual, nossa riqueza espiritual, nossa plenitude e poder espiritual não se trata de dons em si? Se trata de que o Senhor Jesus esteja realmente e verdadeiramente dentro e espalhado em toda parte.

Os Ministérios Ungidos do Profeta, Sacerdote e Rei

O Senhor Jesus personifica e abrange a grande função tripla do Profeta, Sacerdote e Rei, e que no que isso significa Ele tem de ser estabelecido no poder do Espírito Santo. Observe, o Profeta, o Sacerdote e o Rei foram ministérios ungidos, e, como sabemos perfeitamente, Deus nunca esteve interessado em só ter certos oficios aqui na terra dentre os homens. Deus não joga dessa maneira, tendo uma série de profetas, uma série de sacerdotes e uma série de reis, como se fosse um jogo. Deus não está interessado nesse tipo de coisa. Não, Deus tem grandes princípios espirituais em vista o tempo todo, e aqueles que usavam esses nomes no Velho Testamento personificavam algo do pensamento celestial, e esse pensamento celestial é reunido no Senhor Jesus, e está tudo na unção, é tudo pelo Espírito Santo. Então, como Cabeça, personificando aquelas coisas, Ele tem de vir sobre a Igreja, e a Igreja tem de entrar no valor disso.

Agora, quais são os valores? Qual é o valor de um profeta ungido? Bem, justamente isto. O profeta ungido é o homem que tem a mente santificada, que pode dizer, "Nós temos a mente de Cristo". O profeta representava a mente de Deus num dia em que os homens tinham perdido o caminho, em que a mente de Deus não era compreendida. Ele era a personificação da mente de Deus para o seu dia pelo Espírito. O Espírito vinha sobre os profetas e eles conheciam a mente do Senhor para o dia; eles tinham, a diferença de todas as outras mentes ao redor deles, uma mente santificada. Ou seja, pelo Espírito, suas mentes ficavam sob o governo de Deus.

O sacerdote: o que é ele no princípio espiritual? Ele é o homem do coração santificado. Ele tem a ver com, e somente com, a questão da santidade interna, da justiça. Essa é a função do sacerdote; o homem que representa o coração santificado pelo Espírito Santo. Num dia em que tudo ao redor estava corrompido, o sacerdócio, quando estava de acordo com a mente de Deus, era uma coisa que representava a santidade, justiça, no meio da corrupção.

O rei: ele é quem, pela unção, representa a vontade santificada, para executar, para fazer, para governar, para dominar, para ter as coisas feitas. A vontade santificada é o que o rei representa quando realmente está sob a unção, e foi a respeito desta mesma coisa que Saul violou a sua unção. Ele tinha uma vontade para si próprio. Davi, por outro lado, era um homem que desejava uma vontade com o seu Deus, um homem segundo o coração de Deus que faria todo o Seu prazer. Isso é um rei em princípio. Ele realiza de acordo com a mente de Deus.

Tudo isso é reunido no Senhor Jesus. Ele tem a mente do Pai. Ele tem o coração que é livre de toda a corrupção e mancha do interesse próprio e interesse mundano; um coração que é puro no sentido de que está somente fixo no deleite do Pai. Ele tem a vontade de Deus, que Ele veio para fazer, a vontade santificada. Ele é Profeta, Sacerdote e Rei na personificação de todos os princípios espirituais disso tudo pela unção. Isto constitui o ministério espiritual, você vê; e a Igreja, os membros do Corpo de Cristo, ficando sob o Seu Senhorio absoluto pode somente funcionar enquanto, pelo Espírito Santo, eles tiverem a mente santificada, o coração santificado, a vontade santificada. Isso simplesmente significa isto, que a sua vontade e a sua mente e o seu coração foram quebrados. Ou seja, o seu raciocínio como soberano tem sido destronado; seu desejar como governante tem sido destronado; suas escolhas, seu fazer, como a coisa que governa na sua vida tem sido absolutamente despedaçado e lançado ao pó, e a Sua mente, Seu coração, a Sua vontade, é estabelecida pelo Espírito Santo em você. A plenitude surge dessa maneira. Você nunca conseguirá conhecer a plenitude dos pensamentos do Senhor até que os seus próprios pensamentos tenham sido colocados de lado, e isso supõe a soberania do Senhor. Você nunca conseguirá conhecer a plenitude dos desejos do Senhor e propósitos até que os seus próprios tenham sido colocados de lado. Você nunca conseguirá conhecer a vontade de Deus em plenitude, toda essa vontade gloriosa, boa, aceitável e perfeita, até que você se apresente como sacrifício vivo, totalmente aceitável, não sendo conformado a este mundo, mas transformado pela renovação da sua mente. Isso simplesmente significa que a Sua vontade tem tomado a ascendência sobre a minha vontade. Esse é o caminho da plenitude. Portanto, todo o tempo é o assunto do Senhorio de Jesus Cristo que governa nosso poder na vida, poder espiritual, e nossa plenitude.

A Verdadeira Natureza do Serviço Espiritual

Agora, antes de encerrarmos, mais uma palavra numa outra conexão; pois, assim como este assunto do trono governa o poder e a plenitude, também governa o assunto do serviço. O que é o serviço do Senhor no seu sentido mais elevado? Ó, se apenas o povo do Senhor pudesse ver isto, se pudesse entrar neles, faria muita diferença; pois acho que a maioria do povo do Senhor têm a ideia de que o serviço cristão é representado pelo número de coisas que você está fazendo para o Senhor, a quantia de trabalho que você está fazendo: para quantas almas você fala sobre a salvação, ou a quantas você conduz ao Senhor, quantas reuniões você dirige e mensagens você dá, e todo esse tipo de coisa, não estou dizendo que isso não é a obra do Senhor, mas estou dizendo que isso pode ser muito menos do que o serviço que o Senhor está atrás: e está provando ser assim em cada instância. Se declararmos positivamente o que o serviço é na sua expressão mais elevada, poderemos ver tudo o mais à luz disso. Nós servimos ao Senhor mais e supremamente ao trazermos o Senhorio de Cristo até os homens. Até que o Senhorio de Cristo não tenha sido realmente influenciado nas vidas irá haver limitação nessas vidas, ainda que eles sejam salvos. Amado, existe muito mais, muito mais ligado ao Senhorio de Cristo numa vida do que só ser salvo do inferno e do pecado, e é só quando o Senhorio de Cristo é estabelecido na vida inteira do filho de Deus que o propósito Divino será realmente servido. De maneira que o serviço, no seu maior sentido, está ligado ao trono. É o trono que tem de ser servido, não homens. Isto significa uma ou duas coisas.

Esse Serviço Somente Possível através do Espírito Santo

Para isto se faz necessário o Espírito Santo. Se o objetivo e obra preeminente do Espírito Santo é estabelecer a absoluta exaltação do Senhor Jesus neste universo em todo lugar, então o Espírito Santo é requerido para esta obra, e você o sabe. Se você tiver uma batalha pela questão do pecado e salvação, como você muitas vezes tem, você terá uma batalha muito maior pelo Senhorio de Jesus Cristo na vida - o Senhorio absoluto. Mas você sabe que isto é verdade. Você pode conseguir que qualquer número de pessoas cristãs escutem você se você estiver falando sobre as ideias ordinárias e aceitas e gerais do serviço cristão; mas comece a lhes falar sobre o Senhorio absoluto de Jesus Cristo e veja o que você obtém. Não é tão maleável assim. Eles não têm interesse nisso. É um fato, e para esta obra, nada menos do que o poder do Espírito Santo é necessário. Creio que é o ponto onde pessoas têm perdido o caminho. Todos estão preparados para citar Atos 1:8 "E recebereis poder, quando o Espírito Santo vier sobre vocês". Eles continuarão - "e serão minhas testemunhas tanto em Jerusalém, e em Judeia e Samaria e até os confins da terra". Mas o que isso significa em relação à maioria das pessoas? Bem, em primeiro lugar, é claro, poder é a grande palavra! É algo para se ter, para se sentir, para se experimentar. É claro, todos nós admitimos e reconhecemos que se trata do Espírito Santo, poder pelo Espírito Santo. Mas qual é o resultado? Bem, seremos testemunhas. O que quer dizer isso? Nós iremos e pregaremos o Evangelho. Quer dizer isso? Pode significar isso, mas esse não é o significado completo disso. "Serão minhas testemunhas". Qual foi o testemunho que eles carregavam a cada lugar? Jesus Cristo é Senhor! Este Jesus tem sido considerado pelos homens como um mero homem e algo menos ou pior até do que isso por uma grande maioria, mas Ele não é outro além do Filho exaltado e reinante de Deus. Ele está a destra de Deus exaltado. Ele é Rei. Ele é Senhor. Ele tem todo poder neste universo. Esse era o testemunho. Foi isso que enfureceu o inferno. Mas foi no poder do Espírito, e se requer nada menos do que o grande poder do Espírito Santo para levar esse testemunho adiante e estabelecê-lo. É o Senhorio de Jesus Cristo, e não é uma coisa pequena introduzir o trono. Ó não, você terá todo tipo de resistência disponível para o inimigo quando se tratar do Senhorio de Jesus Cristo. Portanto, é uma obra do Espírito Santo; é somente pelo Espírito que pode ser realizado.

Semelhante Serviço Envolve Conflito Muito Violento

Depois é claro, como tenho acabado de dizer, este assunto, mais do que qualquer outro, envolve conflito. Se você ou eu estamos realmente dando testemunho, não apenas de que Jesus é Salvador, mas de Jesus como Senhor, como Cabeça soberana, o Senhorio absoluto de Jesus Cristo, se saímos nesse testemunho, estaremos no conflito mais temido. É verdade. Explica muita coisa. Você pode enfrentar algum conflito quando você saí para ganhar almas, e você enfrenta, porque o inimigo vê muito claramente para onde que isso irá conduzir: pois, no propósito de Deus, nunca se pretende ficar lá. Se os homens e mulheres são salvos do inferno e pecado, isso representa, em primeiro lugar, uma translação do seu reino para outro, e ele sabe o que isso pressagia. Satanás sempre tem plenamente em conta a importância de cada passo, mas quando você vai completamente até o final e traz o pleno final em perspectiva imediatamente para a situação - o Senhorio de Jesus Cristo - ah, logo você entra na luta, de fato é uma guerra. Você é ungido para essa batalha, e você o sabe. Nós dizemos na nossa meditação prévia que, logo que a unção veio sobre o Senhor Jesus, o diabo saiu do seu esconderijo. Existe este fato de que é melhor ter plenamente em conta logo e considerar, que, quando o Senhorio de Jesus Cristo entra bem claramente em cena, o que irá se seguir inevitavelmente é que todo o poder de Satanás será atraído, e isso acontecerá sob o próprio ato de Deus.

Vamos ilustrar isso. Retorne para Egito com Israel. Aqui, em tipologia, está o reino, o poder e a glória à vista, ligado a Israel, e Moisés permanece em Egito com o desafio na autoridade daquele quem é Eu Sou, quem é o Senhor Jeová. Se trata de quem é o Senhor, quem é Jeová. É Jeová o Senhor? Moisés permanece lá para dizer, 'Sim, Jeová é o Senhor supremo'. Muito bem, o desafio é apresentado, o desafio do Senhorio de Jeová. Moisés introduz o testemunho. Qual é o resultado? Progressivamente, progressivamente, com cada vez mais força, os poderes do mal saem, até que a última gota de poder satânico, do recurso maligno, é esgotado. Deus esgota o estoque do antagonismo. Para qual propósito? Para mostrar quem é invencível; e você nunca poderá provar quem é invencível até que você tenha esgotado todo o recurso do lado do seu oponente. Estamos ouvindo nestes dias alegações de que somos invencíveis. Tudo bem, isso é para ser posto à prova. Será provado se qualquer recurso permanecer inutilizado no final. Quando Deus tenha terminado, Ele dirá 'Agora, você usou a sua última onça de poder e você está quebrado. Quem é invencível?' Então, em Egito, Deus teve que extrair o poder do Faraó até o último grau para provar que Ele era o Senhor: de outra maneira, ainda teria sido uma questão aberta. Ó, é uma ideia terrível, mas é assim como irá ser.

Dever ser assim. Satanás será tirado para fora, estendido até a sua última onça. É uma coisa terrível, mas isso é o que a Palavra revela, que quando Satanás for finalmente expulso será porque ele não terá nenhuma outra carta para jogar, nenhum outro tiro para disparar, nenhum outro recurso com o qual contar: ele será esgotado. Ah, quem então será invencível? O Senhor nessa hora estará na posse de muitos recursos. Mas o objetivo, veja, é que, quando você entra no conflito da soberania do trono, você pode esperar ser lançado na luta na qual Satanás vai ser completamente esticado, e você enfrentará a força completa do poder satânico. É por isso que você deve ter a unção, pois somente o Espírito Santo tem o poder igual ou superior àquele. Mas é verdade que, logo que você fica na linha do trono, você estará na linha do conflito intenso. Não quero desencorajar você, mas não irá ser um período fácil. Não haverá nenhum esmorecimento nesta batalha. Mas vamos levantar os nossos olhos até o final. Embora hoje pareça intolerável, quase insuportável, vamos levantar os nossos olhos. Nós estamos com o Senhor invencível, cuja invencibilidade vai ser estabelecida sobre todos os poderes do inimigo até a ultima gota. Mas é conflito, e quando se trata de procurar trazer os próprios filhos do Senhor para a plenitude de Cristo, que realmente é por meio do Senhorio absoluto de Cristo, então haverá batalha o tempo todo, com uma violência cada vez maior e mais intensa.

O Senhorio de Cristo a Chave para Restaurar e Alargar

Então, vemos que o trono governa o assunto do serviço, serviço no sentido pleno, e isso pode ser demonstrado de muitas formas. Você só tem que tomar as cartas do Novo Testamento, e em muitas delas você achará situações e coisas que, ao surgirem, trouxeram limitação dentre os filhos do Senhor, que têm impedido o caminhar do progresso espiritual, que têm enfraquecido eles no caminho, que têm desafiado o final Divino neles, e onde e quando quer que você ache algo assim, você descobrirá que a carta está escrita para enfrentar essa situação com uma constatação do Senhorio de Jesus Cristo.

É Romanos? A lei chegou lá, a lei como o caminho da justiça, cruzando o caminho do progresso para essa plena justiça de Deus? Bem, qual é a dificuldade? É simplesmente declarado nestas palavras - "Eles... querendo estabelecer a justiça própria deles, não se sujeitaram à justiça de Deus" (10:3). O que é isto? Isto é algo que se levantou, que não é de Deus. Você continuará com Romanos e você descobrirá que nunca chegará à plenitude até que você tenha se apresentado como um sacrifício vivo, que, numa palavra, é sujeição.

Passe de Romanos a Coríntios, e a limitação, o obstáculo, a delimitação lá, é muito patente. Para enfrentá-lo, "Jesus Cristo, e este crucificado" (2 Cor. 2:2). "Pregamos... Cristo Jesus como Senhor" (2 Cor. 4:5) - O Senhorio de Jesus Cristo. Para eles, isso supôs a descida deles para a morte, o abandono de todo o "eu". Isto diz, e aquilo diz, e o outro! Jesus Cristo e este crucificado significa a morte de tudo isso; e agora Jesus Cristo é Senhor.

Você descobre que tudo é dessa maneira o tempo todo. é Gálatas? Bem, lá novamente, algo entrou para interromper o curso. "Estavam correndo bem; quem vos impediu..." (Gál. 5:7); uma interrupção de novo, causando limitação. Qual é o apelo, a base da libertação? "Tenho sido crucificado com Cristo". O Seu Senhorio é a minha libertação de toda limitação.

Filipenses: aqui também algo entrou para interromper, e encontramos relacionamentos tensos, uma comunhão quebrada. Qual é a base do apelo aqui? "Ele se esvaziou...se tornando obediente até a morte, sim, morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira, e lhe deu o nome que está acima de todo nome". A exaltação do Senhor Jesus através da humildade é apresentada para eles.

Nos Hebreus, é a velha história outra vez. Eles foram trazidos de volta, derrubados dos celestiais para os terrenais, para a religião tradicional novamente. Como é a situação enfrentada? "Do Filho diz, Teu trono, Ó Deus, é para todo sempre" (Heb. 1:8). Ele é introduzido como o Rei supremo: e assim o princípio é achado em todo lugar.

O caminho da plenitude, o caminho do poder, o caminho direto até o final de Deus é somente sobre a base de Cristo ser Senhor em cada e toda parte.

Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.