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A Administração Do Mistério - Volume 1

por T. Austin-Sparks

Capítulo 5 – A Excelência de Sua Grandeza

Ler: 1 Reis 4:1,7,20–34, 10:1–9; Mat. 12:42.


Algumas das passagens que têm fornecido o pano de fundo para as nossas meditações referem-se mais definitivamente à excelência e à sobreexcelente grandeza do Senhor Jesus. Uma passagem de tremenda implicação é aquela que veio dos seus próprios lábios: “...ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai...” Esta é uma declaração, em outras palavras, que somente o Pai sabe quem e o que é o Filho; somente o Pai conhece tudo o que o Filho significa. Somado a isto, temos a profunda declaração do apóstolo Paulo: “...aprouve a Deus revelar Seu Filho em mim...” Isto se refere ao início de sua vida em Cristo Jesus, e esta foi uma revelação que estava destinada a se tornar tão plena que, após todos os seus anos de aprendizado, após todas as suas descobertas de Cristo, no final ele ainda podia ser encontrado gritando em seu coração, dizendo, “...considero todas as coisas como perda pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor, por quem sofri a perda de todas as coisas, e as considero como refugo, para que possa ganhar a Cristo”...” (Filipenses. 3:8). Isto indica claramente que, mesmo no final de sua carreira, o apóstolo reconhecia haver ainda mais conhecimento de Cristo disponível a ele, conhecimento este que estava além de tudo aquilo que ele já tinha alcançado, e tal conhecimento era mais precioso e mais importante que todas as outras coisas. Muitas vezes cantamos em um dos nossos hinos: “Fale de sua excelente grandeza” — “eis que um maior que Salomão está aqui.”

Nossa dificuldade sempre será a de compreender, captar, trazer esta excelente grandeza, esta transcendente plenitude para dentro do compasso da nossa vida e da experiência diária. Porém, é necessário que isto ocorra, para que a nossa aproximação a esta plenitude aconteça de tal maneira que nos traga um valor imediato; pois, toda esta vasta gama de poder e plenitude, embora esteja tão distante da nossa compreensão, contudo, é para o nosso bem, para o benefício presente. Existem algumas características na grandeza de Salomão que prenunciam a grandeza do Senhor Jesus, uma grandeza que, como dissemos, é para o nosso benefício presente.

(1) Domínio Supremo

Destacamos que, a respeito de Salomão, é dito que ele era rei sobre todo o Israel e que tinha domínio sobre toda região além rio; porém, alguém que é maior que Salomão está aqui. A primeira característica, então, é o seu domínio, seu senhorio supremo, seu reinado, sua soberania. Isto é de um valor prático tremendo. A soberania operou, como vimos, em dois reinos: Salomão era rei sobre todo o Israel, mas o seu domínio alcançava toda a região além do rio. Estas afirmações sugerem que o Senhor Jesus não é rei apenas dentro do âmbito daqueles que O reconhecem como Senhor, mas que, apesar do que possa parecer, Ele é Rei num sentido muito mais amplo. Nós estamos avançando muito no campo de efésios em nossa consideração, e, em efésios, é a universal soberania do Senhor Jesus que é trazida a nós, e não apenas a sua relação com a igreja. Jesus é a Cabeça da igreja, que é o Seu Corpo; Jesus é Senhor na igreja, porém, muito mais que isto, Ele está acima de todo governo e autoridade, e principado e poder. Ele é agora o Senhor universal. A coisa não aparenta ser assim; tudo parece contradizer este fato; porém, precisamos receber a visão para enxergarmos que a Realeza, o Senhorio, o domínio universal do Senhor Jesus no tempo presente não necessariamente significa que todos estejam desfrutando dele, nem seja um reino benevolente a todos deste universo. Mas, mesmo que este seja o caso, isto não altera o fato. Há outras coisas que também apontam para o fato de modo muito positivo.
Naturalmente, o nosso problema é que temos visões curtas. Somos filhos de um lapso de tempo, e este lapso de tempo é tão importante para nós que a nossa visão das coisas acaba se estreitando bastante. Se pudéssemos ter uma visão mais longa, se pudéssemos ver as coisas a partir do ponto de vista de Deus, quão diferente seria o efeito em nossos corações. Ao dizer isto, temos em mente a negação generalizada da realeza, do Senhorio e da soberania do Senhor Jesus Cristo. Este período da história do mundo é chamado de: o dia de sua rejeição, e há um verso de um hino que começa assim:

Nosso Senhor é agora rejeitado,
E pelo mundo deserdado.

Mas não é algo assim tão fácil colocar o Senhor Jesus de lado. Os homens podem rejeitá-lo; as nações podem rejeitá-lo, podem colocá-lo de lado, podem negar-lhe um lugar, podem repudiar os direitos dele, podem se negar a reconhecer Suas reivindicações e senhorio, mas isto não os livra dele. Deus estabeleceu o Seu Rei em Seu trono. Acerca do Filho está escrito: “Teu trono, ó Deus, subsiste para sempre...” (Heb. 1:8). Nada pode perturbar isto. A atitude dos homens, a atitude do mundo, não pode interferir nisto, não pode destituir o Senhor Jesus. Pode ser dito: Isto é apenas uma afirmação, mas como iremos provar tal coisa? Bem, existem evidências. Temos evidências de que Jesus é o Senhor, que Ele está sustentando todas as coisas com a sua mão soberana, e que nada pode tomar o seu lugar.

O Testemunho da História

Olhe para a história e veja o que tem tentado substituir o Senhor Jesus em soberania; tentado fazer aquilo que somente Ele podia fazer; tentado trazer um estado de coisas, a fim de realizar aquilo que está no poder apenas do Filho, e veja quão longe tais esforços têm alcançado êxito. Qualquer coisa que busca trazer um estado de coisas que apenas o Senhor Jesus pode estabelecer está condenado. Você pode ver isto reiteradamente através da história. O domínio do mundo tem sido buscado por várias pessoas. Coisas que eram ideais, concepções magníficas para o mundo, têm sido tentadas, mas têm fracassado. Reinos e impérios, déspotas, ditadores, monarcas, se elevaram a alturas tremendas; alguns deles tiveram grande influência, mas o império quebrou e passou, o reino ruiu. Assim, você tem estas coisas vindo e indo o tempo todo através da história; e, perceba, a questão toda está relacionada ao Senhor Jesus.

Leia o livro de Daniel novamente, e você irá discernir o reino onde estamos nos movendo. Lá você tem a revelação profética dos impérios do mundo; Babilônia, o império dos Medo-Persas, os Gregos, e, então, o grande Império Romano; todos eles passam em revista e desaparecem. A lição do livro de Daniel é a seguinte: que existe uma Pessoa que por Deus foi ungido como Senhor universal, e ninguém pode tomar o Seu lugar. Alguns podem percorrer um longo caminho, mas jamais poderão conquistar este lugar, e, assim, devem desaparecer. Podemos ainda ver grandes poderes surgirem, grandes faixas de terras sob determinada influência, mas tudo isto passará. A questão é mantida nas mãos do Senhor Jesus. Todo este esforço está fadado, desde o seu nascimento, a ir até certo ponto, e, então, desaparecer. Somente o Senhor Jesus pode ter domínio mundial. Somente Ele pode trazer paz universal. Somente Ele pode trazer prosperidade a todas as nações. Isto está reservado somente a Ele e ao Seu reinado. Até lá, haverá oscilações e variações nas riquezas do mundo, e tudo isto vai passar.

Esta passagem, este colapso, esta confusão, este impasse é tudo porque o curso das coisas está nas mãos do Senhor, e Ele está atraindo tudo para Si mesmo. Ele é Rei! Ele é Senhor! É algo tremendo reconhecer que o próprio curso das nações, a própria história deste mundo é mantida nas mãos do Senhor Jesus para o seu próprio fim destinado. Deus tem estabelecido para sempre o Seu Filho como o único a ser o pleno, completo e último Senhor deste universo, Rei dos reis e Senhor dos senhores, com um reino e influência beneficente sobre toda a terra. A paz e a prosperidade estão restritos ao Senhor Jesus, e Ele controla o destino das nações. Os homens podem tentar exercer este controle, e podem percorrer um longo caminho, podem usurpar o lugar que pertence somente a Jesus, mas o fim já está previsto. Aquele que há de vir virá, e o Seu reino não terá fim. Seu reino começou no céu; o Senhor já está investido nele e o mantém em Suas mãos. É desta maneira que devemos ler a história. É assim que devemos ler os jornais diários. É desta maneira que seremos salvos da opressão maligna e do desespero que campeia em nossos corações quando observamos o estado em que se encontram as coisas neste mundo. Tudo está sendo conduzido por Cristo para um determinado fim. O significado é que nada pode tomar o lugar do Senhor Jesus.

Você pode aplicar isto de várias formas, e em diferentes direções. Isto explica a história da chamada igreja, a história da cristandade. Por que é que aquilo que professa ser de Cristo, mas na verdade não o é, quebra, fracassa continuamente ao longo da história? Simplesmente porque se trata de algo que está tentando assumir o lugar de Cristo, mas que não é de Cristo. Por isto, fracasso é o que está determinado a ele desde o princípio. Tudo que não é de Cristo irá fracassar; e realmente fracassa. Ainda que algo possa começar com Cristo e evidenciar uma medida de Cristo, porém, imediatamente após se desviar dele, tornando-se algo humano, seu fim fica à vista.

Esta é a explicação para as coisas que Deus levantou para o Seu Filho, coisas que eram puras e verdadeiras, mas que, devido à benção que sobre elas repousou, os homens acabaram assumindo o controle delas. Sempre que isto acontece, o fim de tais coisas é revelado, isto é, como força espiritual. Por que é assim? Porque a coisa se desviou de Cristo, e nada pode tomar o lugar dele. Oh, quão importante é permanecer completamente em Cristo, em conformidade com Cristo, sob o governo do Espírito Santo. Ele opera a Sua soberania contra o sucesso, contra a prosperidade, e contra o final triunfante de tudo o que não pertence a Ele mesmo, e, se quisermos que a soberania do Senhor esteja do nosso lado, então devemos estar completamente do lado do Senhor Jesus; do contrário, esta soberania irá operar contra nós. A confusão, o problema e o desespero do mundo é uma clara evidência de que Jesus é o Senhor, porque é um mundo que está tentando prosseguir sem Ele, mas não consegue. Não! Ele diz que isto não pode ser feito. Ele diz: Eu sou essencial! Sou indispensável! Se você quiser obter as coisas de outra maneira, então precisa aprender que sem mim nada é possível.

Poderíamos gastar todo o nosso tempo considerando o reino e o domínio de Salomão. Ele era rei sobre todo o Israel, e tinha domínio sobre toda a terra do além rio. Mas temos que passar a considerar outra característica na qual Salomão prenuncia a excelência do Senhor Jesus.

(2) A Fartura da Mesa de Salomão

“E a provisão de Salomão para um dia era de trinta medidas de flor de farinha, três medidas de farinha, dez bois cevados e vinte bois do pasto, e cem carneiros, além veados e cabras montesas, corços e aves cevadas”. Este é um grande dia de festa para Salomão! A que isto se refere senão à fartura de Salomão. De forma nenhuma era uma dieta de fome. “Um maior que Salomão está aqui”.

Quando, pelo Espírito Santo, alcançamos este conhecimento do Senhor Jesus, não há motivo para morrermos espiritualmente de fome. Oh, que tragédia os crentes morrerem de fome tendo um Rei como o Senhor Jesus! É uma tragédia este sofrimento indizível dos filhos de Deus, os quais espiritualmente estão morrendo de fome! O fato é que há uma plenitude para o povo do Senhor, uma plenitude que excede em muito a de Salomão.

Leia o evangelho de João novamente tendo isto em mente, e você verá como esta verdade recebe sua confirmação a partir da vida terrena do Senhor Jesus. Olhe o capítulo seis, com seu grande incidente da alimentação da multidão, tudo levando a uma interpretação espiritual: “Eu sou o pão ...” Seus discípulos fracassaram na fé num ponto, e Jesus ficou surpreso: “Vós ainda não entendeis, nem vos lembrais dos cinco pães para os cinco mil, e quantos cestos levantastes? Nem dos sete pães para os quatro mil, e quantos cestos sobraram?” (Mat. 16:9,10). Jesus ficou surpreso com a incapacidade deles de entender que nele não havia apenas suficiência, mas abundância. Há algo errado conosco se não descobrirmos isto. A plenitude de Cristo é para a nossa satisfação espiritual. Há abundância de alimento.

Novamente, considere não apenas a tragédia patética, mas a perversa tragédia da fome. O que é que está mantendo o povo de Deus fora desta plenitude? Em grande parte é o preconceito, o truque que o diabo usa para colocar a barreira do preconceito entre a necessidade e a oferta. Oh, esta é a maldade do diabo ao vir por meio destas obras, cegando e privando o povo de Deus. Há pão em Cristo. Ele é uma fonte inesgotável para a vida espiritual. Sabemos que precisamos alcançar a mesma posição de Paulo, quando gritou: “...para que eu possa conhecê-lo....” — isto é, para uma consciência de que há um conhecimento que está além de tudo aquilo que já temos recebido, onde tudo é considerado como nada, comparado a este conhecimento. Estas não são meras palavras, é uma verdade. Há pão no Senhor Jesus; há pão em sua casa. É aí que Ele é superior a Salomão. Há pão para uma poderosa hoste, para uma companhia capaz de fazer jus ao seu alimento, muito mais do que qualquer um dos domésticos da casa de Salomão. Se eles tivessem se assentado à mesa, a fim de se fartarem, podiam se fartar até se fastiarem, mas o nosso apetite não tem fim. Nós temos uma capacidade espiritual de crescer e crescer até atingirmos a plenitude de Cristo. A fartura de Salomão, então, é outra característica através da qual ele prenuncia a excelente grandeza do Senhor Jesus.

(3) A Glória de Salomão

A Glória de Salomão é proverbial. Até mesmo o Senhor Jesus falou dela como sendo assim: “Olhai os lírios do campo, como crescem; não trabalham, nem fiam, contudo, eu vos digo que nem mesmo Salomão em sua glória (e eles conheciam qual era a glória de Salomão) se vestiu como qualquer deles” (Mat. 6:28,29). Mas o que era Salomão em sua glória comparado ao Senhor Jesus? Qual é a glória do Senhor Jesus? Inclusivamente ela é a revelação da plenitude de Deus, a glória de Deus na face de Cristo.

Isto pode não soar muito prático, mas vamos destacar que a glória de Salomão estava intimamente associada à sua sabedoria; sua sabedoria indicava a natureza da sua glória. Havia algo além da glória. Esta glória não era um mero enfeite, mas era o fruto de uma grande sabedoria que Deus havia lhe dado. Foi a sabedoria de Salomão que proporcionou sua glória e fama. O que pode ser dito acerca de sua sabedoria? Ele escreveu três mil provérbios; escreveu muitas canções; falou de árvores, animais, pássaros, répteis e peixes. Como ele falou destas coisas. Ele investiu tudo na criação como tendo um significado. Se ele fala de árvores, ele irá dar a você um segredo, um significado à elas, do cedro do Líbano (árvores na palavra de Deus têm um significado) ao hissopo, que brota da parede. Sabemos do que o hissopo fala quando o encontramos pela primeira vez em Êxodo e Levítico. Sabemos o que os cedros do Líbano representam, e todas as árvores entre estas duas igualmente têm um significado. Salomão deu o significado secreto, o significado Divino. Então, ele falou de animais, e nós sabemos que a bíblia fala de muitos animais, e todos eles têm um significado. Ele também falou das aves, dos répteis, e dos peixes. Ele revelou os segredos da criação, e investiu tudo na criação com um profundo significado. Ser capaz de fazer tudo isto é uma prova de que não se trata de sabedoria comum.

Em que o Senhor Jesus é superior? Bem, afinal de contas, a sabedoria de Salomão era apenas uma sabedoria poética naqueles campos do conhecimento. Já o Senhor Jesus possui uma sabedoria prática; no sentido de que, tudo é direcionado por Ele em relação ao seu propósito, de modo a servir este propósito. Oh, que possamos ver e crer nisto em todos os momentos em nossa experiência! Tantas coisas acontecem em nossas vidas. Que diversidade! Que gama! Quão misteriosas algumas coisas parecem ser! Quão estranho é que o próprio povo do Senhor tenha tantas experiências, tanto em número como em variedade, mais do que quaisquer outras pessoas. Parece que quase tudo que pode acontecer a uma pessoa, acontece ao crente. Você se pergunta algumas vezes se alguma coisa mais é possível. Será que já não esgotamos todo o estoque de experiências possíveis? É assim que nos questionamos. Não existe absolutamente nada na vida de um filho de Deus que não esteja controlado e governado por um significado mais profundo em relação ao propósito do Senhor. Recordamos a declaração de Paulo: “E sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o Seu propósito.” (Rom. 8:28). Uma tradução mais acurada é: Deus opera em todas as coisas para o bem. Deus dá a tudo um significado, para aqueles que O amam, e que são chamados conforme o Seu propósito. A sabedoria de Deus lança mão de todas as coisas, dando a elas um valor. Pode ser que somente a eternidade irá revelar a nós o valor de algumas delas, mas precisamos crer que, na medida em que as nossas vidas estejam completamente debaixo do governo de Deus, não existe nada sem significado, nada que não tenha valor. Sua sabedoria governa todas as coisas.

É quando chegamos a perceber, aceitar e crer nisto é que encontramos descanso para os nossos corações, vendo-nos num caminho de ganho, e não de perda. Quando nos revoltamos contra as coisas, então estamos roubando algo de nós mesmos. Mas, quando nos alinhamos ao Senhor, em relação às coisas que nos acontecem, primeiro, descansamos em nossos corações, e, então, a disciplina produz algo de valor. É ganho, não perda; é algo bom, não mau. Isto é sabedoria. Isto é melhor do que ter muitos poemas; é algo prático. Alguém maior que Salomão está aqui! Esta é a glória do Senhor Jesus. Como Sua sabedoria opera para a Sua glória? Você e eu passamos por uma experiência dolorosa, misteriosa; não vemos nada de bom nela; somente conseguimos enxergar o mal. Somos levados a olhar para o Senhor, e a crer que, embora não consigamos ver, nem entender, Ele conhece; e cremos nele. Passamos pela prova, e os nossos olhos são iluminados acerca do propósito da coisa, e nós O adoramos. Oh, jamais poderíamos enxergar que tal coisa poderia produzir isto! Jamais imaginávamos que disto pudesse resultar tal valor. Aquilo que parecia ser a nossa ruína é justamente o que nos trouxe para a plenitude do Senhor. É esta a Sua glória.

Lembre-se de que a sabedoria do Senhor é governada por Seu amor. Esta é uma grande questão em relação a Salomão. Foi o coração de Salomão que estava por trás de Sua sabedoria. Era um coração sábio e inteligente (não um cérebro). Olhe para Salomão. Duas mulheres lhe trazem um bebê. Salomão fica assistindo. E por que ele fica assistindo? Por causa de algo que ele conhece a partir da sua própria experiência. Leia a história do nascimento de Salomão. Leia aquela pequena seção a respeito do amor especial que sua mãe tinha por ele. Salomão era o queridinho do coração de sua mãe, e ele sabia como ela o amava. Ele sabia o que era o amor de uma mãe por seu bebê, e ele presta atenção naquelas duas mulheres. Ele fixa um olhar atento de uma mãe na direção delas, e diz para alguém que está do seu lado: Tome esta espada e divida a criança ao meio. Isto não soa muito como o coração de uma mãe; mas ele fica observando. Então, ele vê o coração da mãe saltar e gritar: Não! Prefiro que a outra mulher fique com a criança ao invés de machucá-la! E Salomão soube quem era a mãe da criança. Esta é a sabedoria de Salomão que foi acionada por meio do seu amor.

Isto realmente marcou supremamente o Senhor Jesus. Oh, às vezes parece que o caminho que Jesus vai trabalhar é difícil, mas tudo é movido por seu amor. Pode ser estranho e misterioso, mas o amor está presente; há um grande coração por trás de tudo.

Quando a arca foi trazida na direção de Salomão, para o interior do santuário, e colocada em seu devido lugar, o que falava do Senhor vindo para o Seu descanso e satisfação, somos informados de que esta realização simbólica do descanso do Senhor foi atestada a partir do céu, e que Salomão virou o seu rosto para o povo e o abençoou. Deus chegou ao Seu descanso em Seu Filho, em total satisfação, e, então, o Filho, em cuja face está a glória de Deus, volta-se para nós em benção: “...a glória de Deus na face de Jesus Cristo” (2 Cor. 4:6). Alguém maior que Salomão está aqui.

O Senhor nos dê uma nova compreensão de Seu Filho.

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