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Ministério Espiritual

por T. Austin-Sparks

Capítulo 4 - O Ministério da Condenação e O Ministério da Justiça

Tendo, pois, tal esperança, servimo-nos de muita ousadia no falar. E não somos como Moisés, que punha um véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. 2 Cor. 3:12-18.

Tendo Moisés acabado de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto. Porém, vindo Moisés perante o Senhor para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia; porém Moisés cobria de novo o rosto com o véu até entrar a falar com ele" (Êx. 34:33-35).

Na nossa última meditação estivemos vendo os dois aspectos da pessoa e obra de Cristo. Isto é novamente ilustrado no caso de Moisés, que quando lidava com o povo na condição deles, achou-se necessário colocar um véu na sua face, porém, quando ele se voltava para o Senhor, para falar com o Senhor, ele poderia falar com Ele com a face desvendada. Os dois lados representam claramente a morte e a vida. Como este capítulo em 2 Coríntios deixa tão claramente, há a “ministração da condenação” e a “ministração da justiça”. Essa é a chave para todo o assunto.

Você perceberá que a carta tem uma lista inteira de contrapartidas. Pode ser de ajuda na sua leitura do capítulo em vista, ter essas listas delineadas para você.

Tábuas de pedra / Tábuas do coração (versículo 3)
A letra mata / O Espírito vivifica (versículo 6)
Ministério da morte (v. 7) / Ministério do Espírito (versículo 8)
Foi glória / Em maior proporção glorioso (versículo 9)
Ministério da condenação / Ministério da justiça (versículo 9)
Foi glorificado / Sobreexcelente glória (versículo 10)


Quanto ao passado: - “o que se desvanecia teve sua glória” (versículo 11), o véu (versículo 13); quanto ao presente: - “o que é permanente mais glória tem” (versículo 11), sem o véu (versículo 18).

Veja como estas comparações e contrastes são seguidas de uma grande quantia de detalhes.

Parece que tudo pende sobre esta palavra particular, o “ministério da condenação” e o “ministério da justiça”. Um é morte, o outro é vida. Um traz juízo, o outro faz possível uma comunhão aberta com o Senhor. Isto é uma coisa que todo o povo do Senhor precisa ter muito claramente e certamente estabelecido no coração.

Por que foi que Moisés, quando entrava em contato com o povo, estava no lado da morte, no lado da condenação, no lado do juízo, e tudo era morte? Por outro lado, por que foi que ele poderia se voltar e subir para a presença do Senhor, retirando o véu, e viver na mesma presença dessa glória que para o povo era morte? É algo impressionante. Aqui está a glória, esta glória tremenda, e contudo, essa glória, por um lado, ministrava morte. Mas este homem poderia se voltar, e sem o véu ir diretamente até essa glória e viver. A resposta é encontrada, obviamente, num altar. Você perceberá que, quando Moisés subiu ao monte, a glória do Senhor foi manifesta, terrível glória, e ele levantou um altar ao pé do monte. Ele subiu por meio do altar, e havia sempre um altar entre a porta do átrio, onde o povo se reunia, e o Santo dos Santos, onde o Senhor estava. O altar fazia possível a morte se converter em vida. A glória que tinha ministrado juízo, e condenação, tem se tornado a glória de uma comunhão abençoada.

Então, perguntamos, o que significa este altar? Olhamos para o sacrifício e olhamos para o sangue: achamos a oferta e o sangue perfeito, sem mancha, nem mácula, algo que pode passar o escrutínio Divino, pode permanecer, pode ficar diante dos olhos de Deus. Quando isso é provido há justiça. Se você puder se voltar e tomar isso com você, isto é, ir diante de Deus no valor e a virtude disso, então você converterá a morte em vida, juízo em comunhão.

Relacionamento para com o Altar

O Apóstolo, então, aqui fala do “ministério da condenação”. Havia uma glória associada, simplesmente porque era a glória de Deus; era Deus Quem estava em vista. Seja qual for o efeito de Deus, Deus é sempre glorioso. O efeito depende de onde nós estamos, de qual o lado do altar em que ficamos; se ficamos afastados dos valores presentes do altar, ou se ficamos bem no benefício desses valores pela fé. É claro que esse povo estava num estado de incredulidade, embora chamados povo do Senhor, naquela hora, toda a história deles pelo deserto era de incredulidade. Eles pereceram pela incredulidade, e a inferência aqui é que mesmo na presença de toda esta provisão, em tipo e símbolo, seus corações eram ainda corações incrédulos, seus corações estavam endurecidos, de modo que eles não estavam realmente no benefício de tudo isto pela fé. O efeito deles não era o que poderia ter sido, a saber, de libertação, de salvação; foi de juízo, de condenação. Eles tinham os sacrifícios, eles tinham todos os meios da graça, mas não estavam realmente vivendo de coração no benefício dessas coisas. É por isso que a coisa era transitória. Tinha que ir. Deus nunca constrói numa fundação de meros ritos externos, atuações; Deus constrói num estado interno.

Leia novamente do capítulo 24 até o capítulo 34 do livro de Êxodo, e marque os dois moveres lá. Você perceberá que no princípio Moisés subiu ao monte e recebeu o modelo de tudo. Ele esteve quarenta dias no monte. Ele recebeu a lei, o modelo completo de coisas, e depois desceu e achou o povo adorando o bezerro de ouro, e teve que haver este juízo terrível dentre eles. Então Moisés subiu uma segunda vez, e o Senhor lhe deu a lei novamente em novas tábuas, e ele desceu com a glória. O que vemos é que, quando Moisés se voltou para o povo, havia um estado lá que era sem fé, sem um relacionamento de coração com o Senhor e as coisas que o Senhor tinha provido. A glória foi portanto, uma ocasião de juízo e morte para eles, mas Moisés mesmo estava em outro terreno. Moisés não estava no terreno deles; ele era um mediador, ele se voltava para eles; mas ele também poderia se voltar para o Senhor. Ele era um mediador, e ele tinha outro terreno, o terreno de um relacionamento de coração com o Senhor, e uma apreciação de coração do significado do altar e o sangue; de modo que ele não precisava do véu para ele mesmo. O véu era por causa do povo. Ele mesmo poderia ir sem um véu e viver na presença da glória.

Há dois lados, o “ministério da condenação” e o “ministério da justiça”. O ministério da condenação era por causa da ausência da fé em tudo que Deus tinha provido; a oferta, o sangue, o altar.

A Questão da Vida e Morte

É estranho que a Palavra não diga nada definitivamente e precisamente, o ministério da morte e o ministério da vida. Diz, o “ministério da condenação” e o “ministério da justiça”. Ora, veja exatamente o que a vida é. Aquilo a que se chama vida. Você percebe que sempre que o Espírito é mencionado, o Espírito é relacionado a vida? Vida, então, é um assunto de justiça. O “ministério da justiça” quer dizer a ministração de vida, ou a permanência em vida com um rosto desvendado, sem medo da condenação, ou juízo. É muito importante reconhecer esta verdade. É elementar. É uma das primeiras coisas de nossa fé. Pode parecer técnico, mas o povo do Senhor precisa de instrução. É bom ter exortações; é bom que tenhamos testemunho; é bom que de vez em quando a Palavra do Senhor chegue até nós na plenitude de uma proclamação, mas como povo do Senhor, também precisamos de instrução sólida. Fundação na verdade.

Existe hoje, um grande número de pessoas dentre o povo do Senhor que estão achando praticamente impossível permanecer no terreno deles por causa de suas fundações não serem sólidas. Afinal, seus relacionamentos com o Senhor têm sido em grande parte, emocionais, de êxtase, e quando se trata de solidificar a fundação da verdade, eles não estão bem fundamentados; quando o inimigo vem, e a tempestade bate sobre eles, eles não sabem onde estão. Quando os êxtases e as emoções e tudo o mais de elementos superficiais na nossa salvação são sujeitos ao estresse da terrível oposição; quando além disso, o inimigo exerce suas acusações, então as fundações são descobertas, e muitos, muitos colapsam. Não é que eles se perdem, se eles têm confiado no Senhor, mas, no que diz respeito a alegria da salvação deles, eles a perdem. Por isso, é necessário para nós sermos completamente instruídos na Palavra, e esta é uma das coisas sobre a qual devemos estar perfeitamente esclarecidos no coração e mente, e assegurados no espírito, que a vida, com tudo que significa – a vida de uma comunhão desvendada com o Senhor, a vida que em si estabelece a vitória sobre a morte e a abolição da condenação – essa vida é enraizada em justiça, um ministério de justiça. Deve ser possível para nós dizer com perfeita certeza e confiança diante de Deus: “Senhor, o que sou além de Cristo é uma coisa; o que sou pela união da fé com Cristo é que eu sou justo com Sua própria justiça; não posso ser destruído, não posso ficar sob condenação!” Você pode desafiar Deus nesse terreno, se me for permitido falar. Deus nos convida para testá-lo nesse terreno.

O Senhor muitas vezes permite que fiquemos em situações que são destinadas para nos atrair nessa mesma linha. Você lembrará que quando o Senhor anunciou a Abraão que Ele estava prestes a destruir Sodoma e Gomorra, Abraão fez este desafio a Deus: “Destruíras o justo com o ímpio?... Longe de ti o fazeres tal coisa, matares o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio; longe de ti. Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” Em muitas palavras, Abraão estava dizendo a Deus: você estará destruindo a Si mesmo na verdade, se Você o fizer! A resposta de Deus a Abraão é com efeito: ‘Se isso for verdade não o posso fazer; o juízo não pode vir enquanto haja algum justo. Minha própria natureza, por mais pequena que seja a expressão dela, a menor medida de justiça Divina em qualquer lugar Me impede de julgar, segura o juízo!' E lemos que “E, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa, Deus lembrou de Abraão e tirou a Ló do meio das ruínas (“livrou o justo Ló”, 2 Pedro 2:7), quando subverteu as cidades em que Ló habitara”. (Gênesis 19:29).

Cristo é a justiça de Deus: “O qual se nos tornou, da parte de Deus, justiça…” A fé lança mão do Senhor Jesus como justiça, e o juízo e condenação são destruídos, são paralisados. Veja a tremenda arma, a tremenda defesa que a couraça da justiça é contra o inimigo. O Senhor evidentemente quer que isto seja enfatizado. Pode ser que você esteja sentido a necessidade disso. Muitos de nós tem tido que tomar este terreno com o Senhor, pois parece haver um esforço incessante do inimigo para usar qualquer coisa, mesmo a disciplina de Deus, como um terreno de condenação, para nos destruir e nos trazer juízo. A fé no Senhor Jesus faz possível para você e para mim dizer a um Deus de infinita santidade, através da fé, sou justo como Tu és. Isso é tremendo. Cristo é a justiça de Deus em mim. Não é algum tipo de justiça que Deus fornece para humanos, diferente tipo da justiça Dele mesmo; é a justiça de Deus.

Que grande essa justiça é! Trate de lidar com isso se puder. Que diabo pode destruir isso? Qual mal pode afetar a justiça de Deus? A justiça de Deus vai ser universalmente triunfante, cobrirá a terra como as águas cobrem o mar. Isso fala de um grande poder e uma grande vitória!

O Sábado de Deus

Você entende por que é possível ter comunhão abençoada como o Senhor com um rosto desvendado, por causa da justiça. Não me admira que exista uma ênfase tão forte estabelecida em conexão com o Sábado com Israel. Torne para os capítulos em Êxodo que lidam com isso, e note as referências ao Sábado que são para serem achadas neles. Eu vejo isto, que o Sábado é o terreno da maior força que poderíamos conhecer em relação a Deus. Tome como uma ilustração Israel indo em volta de Jerico. Eles deram a volta à cidade uma vez ao dia durante seis dias, e no sétimo dia eles deram a volta sete vezes. Salvo os sacerdotes que tocavam as trombetas, eles deram as voltas em silêncio até a sétima vez no dia do Sábado, e então, no momento em que os sacerdotes tocaram as trombetas todo o povo gritou. Você não pensa normalmente do poder ao ponto de estar ligado a um procedimento assim. Suponha que você esteja lá. Você tem uma fortaleza tremendamente forte diante de você, fechada e defendida. Lá está, a própria personificação da força. Ora, você distingue um povo dando voltas a ela silenciosamente, e depois indo embora. O dia seguinte isto é feito de novo, e por seis dias consecutivos, enquanto no sétimo dia é feito sete vezes. O que está acontecendo? Você diz, não está acontecendo nada. Bem, aparentemente não está acontecendo nada, mas se você é capaz de ler a história espiritual você poderá ver o que há por trás. Há, como se fosse, um poder terrível saindo que é infinitamente maior do que o poder dessa fortaleza, de modo que a consumação daquele silêncio é apenas um grito, e a fortaleza é derrubada. O procedimento tem sido investido com um poder. O que é? Tudo é reunido no último dia. A semana toda é reunida no sétimo dia. O sétimo dia se torna a concentração, por assim dizer, desse poder da semana, e a fortaleza simplesmente colapsa. Que tipo de poder tem saído, e porque chega ao seu desenlace no sétimo dia? Porque o sétimo dia representa Deus tendo realizado tudo, tendo cumprido todas Suas obras, Deus entrando no Seu descanso. Você terá entrado no maior poder neste universo quando você entra no descanso de Deus pela fé. A fé estava lá, em operação dia após dia, e depois, no sétimo dia ainda estava a fé. Não houve nenhuma obra feita. Eles não cavaram as paredes, nem foram usados implementos contra eles. Era um caso da fé do descanso, o descanso da fé, certeza silenciosa.

Eles estavam no outro lado do Jordão, e não havia mais aquele povo descrente do deserto. Eles eram o povo crente, obediente a Deus, e eles entraram pela fé e fizeram o que Deus lhes disse, e chegaram ao descanso de Deus. É muito importante reconhecer que o significado do Sábado era a mesma porta de entrada para a conquista da terra. A terra foi conquistada no terreno do Sábado. Jericó era a chegada ao altar, ambos quanto ao princípio e quanto ao método. Você reconhece isso?

O que é o Sábado de Deus? Na nova criação Cristo é o Sábado de Deus, porque em Cristo Deus tem acabado todas Suas obras e entrado no Seu descanso. Isso precisa ser explicado. O que é que dá a Deus descanso? Deus criou este universo, e é assim intimamente associado com ele universalmente, mas Ele nunca poderá conhecer descanso nenhum enquanto haja uma ausência de justiça neste universo. Ele o fez para Ele mesmo, para uma expressão de Si. E justiça é a natureza do ser de Deus. Deus não poderia ter descansado, Deus é um Deus incansável, até que Ele tenha achado justiça. Ele a achou no Seu Filho. Cristo tem fornecido a justiça que Deus requer para a Sua nova criação. Deus, a tendo achado entra no Seu descanso. Cristo é o Sábado de Deus. Cristo é o nosso Sábado. Quando entramos pela fé na justiça de Cristo, entramos no descanso de Deus. É um poder tremendo. Fica claro para você no seu valor prático? Se apenas você e eu realmente entramos no descanso de Deus em Cristo, estaremos numa posição inexpugnável. É por isso que o inimigo está sempre procurando nos roubar o nosso descanso de alguma maneira, perturbar nosso descanso no coração, ao levantar perguntas acerca de nossa posição, nosso estado, nossa posição em relação ao Senhor. Seu objetivo é perturbar o descanso da fé. Dizemos que a fé é a vitória, mas a fé não é um elemento abstrato; não é simplesmente uma projeção de você mesmo para crer que algo é quando não é. Fé tem um objetivo, uma base, e a fé que é a vitória é a fé que se apropria e repousa sobre a justiça de Deus em Cristo. Essa é a vitória que vence. Tudo é vencido pelo descanso da fé.

O Senhor diz, em linguagem bem simples, se apenas você confiar em Mim, e confiar na Minha provisão, e parar de se preocupar, parar de se inquietar, parar de ficar ansioso; se você apenas crer em Mim, Eu terei o terreno sobre o qual poderei satisfazer todas suas necessidades; Eu não estou mais sem terreno. Havia um tempo em que não tinha o terreno sobre o qual fazer alguma coisa com você, e para você, mas agora você está no terreno de Cristo, o terreno que tenho fornecido; se apenas você confiar em Mim, se apenas você descansar em Mim para lhe fazer passar, você será salvo de muita desta fraqueza, e lamúria, e ansiedade! A preocupação é uma coisa destruidora. Por trás de muita coisa que sofremos no corpo, e na mente, existem muitas vezes uma inquietação secreta, escondida, algo bem profundo no nosso ser subconsciente de inquietação, de uma ansiedade, algo que não é descanso. Toma várias formas. Às vezes sobre uma preocupação para com os filhos do Senhor sentimos que, a menos que o façamos, nunca será feito. Sentimos que se não estamos à altura e nisso, então a coisa toda será despedaçada, tanta coisa depende de nós. Ninguém pensará que isto é a chamada para a passividade, para o abandono da preocupação pelas coisas do Senhor; mas é possível para nós termos as coisas do Senhor nos nossos corações e ainda não termos fé em Deus a respeito deles. Existem secretos escondidos para muita de nossa fraqueza e derrota, e sofrimento desnecessário. São as coisas secretas de alguma outra coisa além de só a fé repousante em Deus. Existem algumas pessoas que precisam tomar as coisas a peito um pouco mais do que eles fazem, mas para muitos o problema é talvez do outro tipo. Eles estão pensando que eles têm que correr o universo de Deus para Ele; eles devem cuidar das coisas ou então nunca serão cuidadas!

O Sábado governa tanto na vida e história de Israel, porque representa tanto no terreno da justiça. Saia para fora e apanhe lenha no Sábado, e você morrerá. Faça trabalhos no Sábado, e você morrerá. Você estará violando o terreno do descanso de Deus através da justiça. Mas observar o Sábado (ninguém assumirá isso literalmente significando a observância de um dia particular da semana), para reconhecer Cristo como o descanso de Deus através da justiça, observar isso, guardar esse Sábado, é vida que vence a morte, porque é a justiça que não pode ser destruída.

Existe um “ministério da condenação” se ficarmos à margem no coração dos valores desse altar (em 2 Coríntios isto é um assunto do coração: “Deus resplandeceu nos nossos corações…” “…as tábuas de carne do coração”), mas estando no terreno da justiça de Deus em Cristo por um coração de fé significa vida, e uma face desvendada, e uma habitação na glória. “mas todos nós, com um rosto desvendado, contemplando como num espelho a glória do Senhor, somos transformados na mesma imagem de glória em glória…” (2 Cor. 3:18). Uma boa dose da glória é perdida pela ansiedade que levanta uma questão acerca da satisfação de Deus. Pode parecer algo estranho, mas é pela contemplação que crescemos, contemplando Ele. Não vejo nenhum outro caminho para a nossa santificação como algo prático, do que assumir o terreno de que já somos santificados. Se você está se esforçando após a santificação você nunca a atingirá. Se você assumir o terreno de que você é santificado você crescerá na santificação. Isto não é um assunto de psicologia, não é uma questão de se convencer de algo que não é real. É a obra do Espírito Santo; “somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.

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