Ler: 1 Reis 18:30-32, 36-38, 42-45. Tiago 5:17-18. Efésios 6:18.
Observamos que aquilo que é verdadeiro sobre a atividade do inimigo ao longo da linha da prevenção da oração é, também, verdade ao longo da linha de sua interrupção. Eu não apenas quero dizer que enquanto você estiver orando você terá interrupções, mas que o inimigo tem uma maneira sutil de interferir na continuidade da vida de oração. Você triunfalmente pode garantir períodos de oração por talvez uma semana, ou mais, e, então, algo é introduzido que interrompe aquela continuidade, a ponto de você perdê-la, e você descobre que, após um período de tempo, uma batalha tremenda tem que ser travada para se recuperar aquela vida de oração. Para muitos de nós a nossa história é aquela de uma vida irregular de oração, cheia de remendos, uma história repleta da necessidade de ocasionalmente recuperar o terreno perdido após um revés – a interrupção do inimigo. Assim temos que prestar atenção aí, e vigiar especialmente contra reações a períodos de oração intensa, afrouxando e sentindo que agora, após aquele tempo ardoroso, podemos tomar um feriado espiritual. Há sempre um perigo muito grande aí, como provou Davi. Num tempo quando os reis saíam para guerrear, ele subiu ao terraço. Então, aquilo que o inimigo não pode prevenir ou interromper, ele finalmente irá destruir. Isto é, ele irá direcionar sua atenção para arruinar a vida de oração. Nós podemos ter tempos fortes, ou uma série de tempos fortes, mas, se o inimigo não puder atacar diretamente a nossa vida de oração, estará sempre pronto a arruiná-la por outro ângulo que não pareça estar imediatamente relacionado a ela, mas que indiretamente somos mutilados. Nossa vida de oração pode ser muito forte, boa e consistente, porém, algo acontece em algum outro departamento de nossa vida, talvez num relacionamento em alguma outra parte, e, quando vamos orar, descobrimos que a coisa representa um golpe direto em nossa vida de oração, e não conseguimos prosseguir até que aquilo seja tratado.
Precisamos reconhecer que todas essas coisas são apenas esforços do inimigo, é um esquema altamente organizado para destruir, seja direta ou indiretamente, a nossa vida de oração, ou para interferir nela. Assim, descobriremos que a nossa vida de oração é o ponto focal de tudo.
Équando realmente chegamos para orar, ao real negócio da oração, que descobrimos onde estamos exatamente em todos os relacionamentos da nossa vida. A iniqüidade que acolhemos em nossos corações pode não ter nada a ver diretamente com a nossa vida de oração, porém ela vem indiretamente como um golpe terrível sobre nós. Coisas que podem ser menos importantes podem vencer a nossa vida de oração. O inimigo está sempre colocando essas coisas ao nosso redor para destruir a nossa vida de oração. Percebemos o estado das coisas quando chegamos para orar. Podemos não reconhecer no momento o que determinada coisa significa, seja lá o que possa ser. Pode ser um relacionamento interrompido, um relacionamento hostil, um propósito alheio, ou uma brecha em algum lugar, e podemos não reconhecer exatamente o que aquilo significa até que chegamos para assumir a nossa forte vida de oração. Então descobrimos que aquela coisa afetou a parte vital da oração e não podemos prosseguir. A coisa está lá, e assim somos roubados; e, então, descobrimos que tem havido uma obra sutil na circunferência da nossa vida que golpeia o próprio centro. O inimigo iria destruir a nossa vida de oração, iria, por assim dizer, jogar coisas nela a partir do exterior para torná-la impossível. Penso que você é capaz de entender aquilo que quero dizer, pois a experiência confirma isto.
A Universalidade da Oração
Agora vamos nos estender um pouco mais neste conflito espiritual. Essas passagens que lemos nos mostram uma posição muito abrangente. Em 1 Reis 18 a história da batalha de Elias no monte Carmelo é, sem dúvida alguma, uma ilustração do Velho Testamento da verdade do Novo Testamento, especialmente de Efésios 6. Essas duas coisas caminham juntas como tipo e antítipo, como parte e contraparte, e o que é comum a ambos é que a esfera do conflito são os lugares celestiais. O que Tiago diz conduz toda esta questão para os céus: o abrir e fechar dos céus, o governo dos céus. Os céus são o principal objetivo em vista aqui, e este conflito se relaciona com o céu e com os lugares celestiais: “Nossa luta está ..nos lugares celestiais.” O conflito de Elias era de um modo muito real um conflito nos céus onde as forças celestiais estavam envolvidas. Isto, penso eu, é patente, e isto é um aspecto comum nessas duas porções da Palavra.
Este particular conflito espiritual no qual você e eu somos encontrados quando chegamos ao pleno propósito e testemunho de Deus em Cristo está, em sua última análise, relacionada ao governo dos céus. Quem irá governar os céus? Há os principados, as potestades, os dominadores deste mundo tenebroso e as hostes espirituais da maldade que têm assumido o lugar de governo. Eles estão num lugar que foi usurpado, pois este não é o propósito eterno de Deus, nem é Sua vontade. Cristo é o Cabeça, e Sua Igreja com Seus membros são, no propósito de Deus, chamados para governar nos céus, para governar a partir dos céus. É uma questão de saber o que são os céus nesta questão, se eles são para ser satânicos, ou para ser a expressão do absoluto senhorio do Senhor Jesus na Igreja e por meio dela, que é o Seu Corpo. São os lugares celestiais, as realidades governantes, que estão envolvidas, e é lá que se dá o nosso conflito. Esta é a esfera desta batalha, e nossa vida de oração tem a ver com isto. Não tem a ver meramente com os incidentes de nossas vidas aqui na terra. Oh, que o povo de Deus possa reconhecer a imensidão disso, pois muito freqüentemente a generalidade de nossa oração está no campo de coisas meramente triviais, e uma grande parte do tempo é tomada para se dizer ao Senhor tudo sobre essas pequenas coisas de nossa vida ordinária e terrena que, embora possam ser importantes para nós, e possam ter valor em nossa vida terrena, não tocam as coisas mais importantes no propósito de Deus.
Há uma grande diferença entre orar pelas coisas de baixo e orar contra as forças imensas do universo, alcançando as coisas celestiais. O povo do Senhor precisa ser levantado em oração para onde o poderoso, celestial, eterno e universal são afetados, tocados e obtidos. Há uma grande necessidade de sermos levados à nossa posição celestial em questão de oração, onde as questões realmente espirituais que estão por trás das outras sejam tocadas. Geralmente o Senhor não permite que nossas orações sejam eficazes em detalhes meramente terrenos de nossas vidas porque Ele quer que enxerguemos que há algo por trás dessas coisas que importam muito mais. Você algumas vezes ora para que algo aconteça, que uma mudança aconteça, ou que um evento cesse, porém nada acontece. O Senhor busca – após você ter se lançado tão plenamente quanto possa sobre a questão – mostrar-lhe que há uma chave espiritual para aquela situação, e Ele não pode simplesmente fazer a coisa terrena para você, pois aquilo não seria de modo algum para o seu aumento espiritual de inteligência, compreensão, conhecimento ou valor, e estaria simplesmente fazendo coisas porque você pediu a Ele. Ele está tentando lhe instruir e lhe ensinar, para que você entre na possessão de situações espirituais.
Bem, são os lugares celestiais que são a esfera deste conflito.
A Igreja – a Ocasião do Conflito
Qual é a ocasião do conflito? Para que é o conflito? Bem, a partir do contexto em ambas as passagens, 1 Reis 18 e Efésios 6, você vê que a ocasião do conflito é a Igreja. A Igreja é o objeto imediato em vista. Em 1 Reis 18, naturalmente, é o povo de Deus, e a questão da oração de Elias é que os seus corações pudessem voltar atrás. O povo do Senhor está em vista e a sua oração é em favor deste povo, assim ele traz todos eles para perto e os envolve nesta questão, e os associa a isto, porque este é o assunto deles. Sabemos que a coisa que está em vista na carta aos Efésios é a Igreja que é o Seu Corpo, e esta é a ocasião do conflito. É uma batalha nos lugares celestiais em relação a Igreja, o Corpo de Cristo.
Há duas coisas a serem ditas a respeito disso. Primeiro, que não é meramente uma questão pessoal, mas uma questão coletiva, coorporativa. Este conflito diz respeito ao Corpo de Cristo, e o conflito de cada indivíduo é um conflito relacionado ao restante dos santos, de modo que há aquela relatividade espiritual que significa que, se um membro sofre, o Corpo como um todo também sofre espiritualmente. Ele pode não saber por que, nem estar consciente de seu sofrimento particular, mas, em relação àCabeça, há uma perda a todo o Corpo quando um membro é vencido. O conflito está relacionado; e assim, o inimigo procura isolar os membros do Corpo e trazer tal pressão sobre eles, a fim de esmagá-los, pois ele sabe que não é apenas o valor de um membro isolado, mas a relatividade de cada membro. É por isso que há tanta ênfase espiritual por parte da inteligência do Espírito Santo sobre a necessidade de se orar por todos os santos, pela oração coorporativa, pela oração de comunhão do povo do Senhor. Há perda a Cristo, o Cabeça, se não houver esta oração por todos os santos.
Cristo em Glória – o Objeto do Conflito
Outra coisa a ser dito sobre isto é que não é nem mesmo a Igreja como o Corpo que é a coisa mais importante, embora seja a ocasião imediata. Não devemos colocar a Igreja, o Corpo de Cristo, no lugar de preeminência. Ela é uma ocasião, mas não é a coisa final. A Igreja, o Corpo de Cristo, é o Seu instrumento, Seu vaso para o Seu testemunho. Seu testemunho está depositado no Corpo. E foi assim que em Sua ressurreição e no Pentecoste o testemunho de Sua vitória, o testemunho de Sua exaltação, o testemunho de Sua glorificação e o testemunho de Sua autoridade universal no céu e na terra foi depositado na Igreja. Como o templo no Velho Testamento era o relicário da glória de Deus, assim o Corpo de Cristo no Novo Testamento é o relicário de Sua glória, de Seu testemunho e de Seu Nome, e é finalmente para atacar esta glória, este Nome, e esta exaltação que o inimigo concentra sua atenção no vaso eleito, na Igreja, o Corpo de Cristo. E assim a Igreja se torna a ocasião do conflito, embora não o fim, mas o inimigo chega a Cristo, ao Nome e a glória através do Corpo. Sabemos que isto era verdadeiro no Velho Testamento.
Quando Israel estava em estado de declínio, a glória a honra do Senhor, o Seu Nome e a Sua majestade ficavam encobertos, anuviados e perdidos de vista. Quando a vida espiritual de Israel estava em ascendência, então o testemunho de Jeová era mantido em plena força. No Novo Testamento, e em nosso próprio tempo, nesta era do Novo Testamento, a maneira de o inimigo desonrar o Senhor é destruindo a vida de oração do povo do Senhor, ou quebrando a comunhão dos santos.
Assim a Igreja, o Corpo, torna-se a ocasião do conflito por causa daquilo que está em sua vocação divinamente ordenada, propósito e objetivo. O ódio amargo do inimigo e a violenta oposição estão direcionados contra a vida coorporativa do povo do Senhor. Ele irá procurar de qualquer maneira destruir isto, romper a comunhão dos santos, colocar o povo do Senhor uns contra os outros, e introduzir coisas fragmentadas – mas, oh, quão sutil são os seus caminhos nisto!
O Valor Estratégico da Vigilância
Aqui nós realmente sentimos, caro amigo, que você e eu temos que fazer o que Neemias fez, e o que o Apóstolo nesta mesma porção nos exorta a fazer: "Vigiai”; "vigiai pois," porque como você percebe em ambas as conexões, são as astúcias do inimigo que estão em vista. São as atividades sutis do inimigo, e vigiar contra as astúcias do inimigo na prática irá, pelo menos numa direção, significar o seguinte: que devemos nos certificar de que os rumores que ouvimos e que as informações que nos chegam são absolutamente fidedignas. Devemos nos certificar – “provar todas as coisas". Podemos nos dividir por um rumor, e nos separar por uma informação. Podemos ser colocados em discórdia ou nos separar por causa de uma simples insinuação. Nesses dias, quando a atmosfera está sobrecarregada de medo e suspeita, você precisa apenas sugerir a possibilidade de alguém estar ‘doente’ e uma brecha espiritual de comunhão é criada e uma fenda é feita. Se apenas vigiássemos e nos certificássemos, descobriríamos que grande parte daquilo foi desnecessário e injustificado, e representou uma grande perda para o próprio Senhor e para o Seu povo, pois quando chegamos para pinçar e peneirar aquelas coisas, descobrimos que não há nada nelas, ou, se há alguma coisa, existe uma explicação e não podemos falhar, em toda honestidade de coração, em aceitar aquilo como sendo correto. É assim que geralmente as coisas funcionam.
Mas, oh! Vigiar contra essas astúcias do Diabo! Seus métodos de romper a vida coorporativa do povo do Senhor estão além do nosso poder para enumerar, e é aí que a oração e a vigilância são necessários. A oração deve resultar em inteligência sobre as astúcias do inimigo, e ‘vigiar em oração’ é vigiar e orar para que você consiga descobrir em oração o que o inimigo procura e como ele está trabalhando.
Não queremos ficar obcecados com o inimigo, sempre ter os nossos olhos nele, mas precisamos reconhecer os fatos como eles são, e esses fatos são que durante todos esses quase dois milênios o inimigo tem realizado seu grande negócio incessantemente para destruir a comunhão do povo de Deus. É isto verdade? É isto história? Se é verdade, o que significa? Que você jamais pode ter algo que realmente, em alguma medida, represente aquilo que éprecioso para o Senhor, algo de característica espiritual, que incorpore algum elemento precioso do Seu testemunho, mas aquilo que é o objetivo da malignidade satânica que tem a única intenção de rachar a coisa, causando cismas e divisões de alguma forma, por verdades ou por mentiras. Isto é história, e certamente isto revela o segredo, que uma Igreja em comunhão, um Corpo bem ajustado e ligado, que se move junto na vontade de Deus, é uma grande ameaça aos principados espirituais e dominadores que há no universo.
Assim, é para isto que devemos voltar a nossa atenção. Vamos nos dispor à comunhão espiritual! Isto não significa se comprometer com coisas que são contrárias à Palavra de Deus, e não significa descer de nenhuma posição espiritual a que o Senhor tem, por muito custo, trazido-nos. Devemos estar onde Neemias estava quando seus inimigos diziam: ‘Desça e vamos discutir esta questão. Precisamos conferenciar a respeito.' Neemias disse: "Estou fazendo uma grande obra de modo que não posso descer." Não pode haver nenhuma descida para se discutir as coisas que estão além do ponto da discussão quanto a necessidade espiritual. Porém, caro amigo, qualquer posição espiritual alcançada através de muito custo e de profunda obra interior da cruz deve ser assumida somente em relação a todos os santos. Não pode estar dissociada da relação com os santos, nem podem aqueles que possuem esta posição serem tornados em alguma coisa separados do resto. Não! Seja qual for a diferença de posição espiritual em relação ao grau, a comunhão com todos os santos precisa ser obtida e mantida no que for possível, e deve ser buscada. Eu realmente quero colocar isto a você cada vez mais, da mesma forma como é colocado sobre o meu próprio coração, porque o propósito do Senhor em dar luz e verdade pode ser impedido se a recepção desta posição constituir aqueles que a tem como sendo algo separado do resto dos santos. O Senhor tem dado isto para o Corpo; se for mantido em separado, então o propósito para o qual Ele deu foi perdido. Guarde isto no coração definitivamente!
Assim a ocasião do conflito é a Igreja, pela razão de sua chamada e vocação celestial. Isto não é uma coisa particular, nem algo local: É universal. O Corpo de Cristo é uma realidade universal.
A Base da Vitória
Apenas uma palavra, ou duas, em relação à base da vitória neste conflito. A base da vitória aqui em 1 Reis 18 foi sem dúvida alguma o altar, e em efésios é o mesmo. Antes de você alcançar sua posição nos lugares celestiais para o conflito celestial e triunfo, você precisa passar pelos primeiros capítulos de Efésios e reconhecer que uma morte aconteceu, que um altar estava ali, e que, tendo morrido, você foi ‘vivificado e ressuscitado juntamente.' Todos os aspectos da cruz, o altar, estão implícitos no início da carta aos Efésios, de modo que tanto na representação como naquilo que é representado a base da vitória é a cruz, o altar. Elias pegou doze pedras, e a constituição do altar com doze pedras imediatamente traz o aspecto administrativo em relação ao altar, pois doze é o número da administração. O altar formado por doze pedras torna-se o instrumento administrativo, o princípio governamental neste conflito nas mãos de Deus. O governo está na cruz, e pela cruz, pois pela cruz Ele triunfou, e em Sua cruz Ele despojou os principados e potestades, e os expôs publicamente’. Eu me pergunto se, ao ler esses fragmentos de 1 Reis 18, você ficou impressionado com os termos: “…conforme o número das tribos dos filhos de Jacó, a quem veio a palavra do Senhor, dizendo: Israel será o teu nome”. O que significa isto? Bem, Israel significa ‘um príncipe com Deus’, assim, no verso 31 nós temos os filhos de um príncipe de Deus representado no altar, na cruz.
Simbolicamente isto nos fala muito claramente da base de nossa chegada a nossa posição de príncipe, de nossa posição governamental em Cristo, que é o Príncipe com Deus. Ele é maior que Israel, pois Ele é o Príncipe com Deus, e nós somos filhos Nele e participamos da Sua Realeza. Isto nos traz para uma posição de autoridade espiritual em Cristo nos lugares celestiais, mas tudo está ligado ao altar, à cruz. A cruz é a base da vitória, e isto é confirmado novamente, não apenas pelo testemunho do céu, a Palavra de Deus, mas pelo testemunho do inferno. Satanás é uma testemunha não usual, relutante – e às vezes eu me pergunto se ele é uma testemunha inconsciente – da verdade neste sentido, pois está perfeitamente claro que ele odiava a cruz, e tentou num primeiro momento manter o Senhor Jesus longe dela:
“...isto de modo algum acontecerá a Ti. Porém Jesus virou- se e disse: Para trás de Mim Satanás." Este é Satanás tentando manter o Senhor Jesus longe da cruz, e então, tendo fracassado, ele tentou tirá-Lo da cruz: “Se Tu és o Filho de Deus, desça da cruz”. Aquelas sugestões sutis” "...deixe-O descer da cruz e iremos crer Nele.” Foi para ser crido pelo mundo que Ele tinha vindo, mas, não, o segundo método do inimigo não teve êxito.
O inimigo, tendo fracassado ao longo dessas linhas, e tendo a cruz sido efetivada apesar dele, ele irá procurar agora mudar e alterar a pregação da cruz, a fim de torná- la sem efeito. Ele irá fazer com que as pessoas preguem- na, e na própria pregação, torná-la vazia. Isto é extraordinariamente sutil! É, também, para reconhecer quão longe o inimigo irá. Ele irá promover a pregação da cruz, e a cruz pregada pela sua instigação e sob a sua influência é tornada ineficaz. O Apóstolo nos fala disto em sua primeira carta aos Coríntios, que a cruz pregada na sabedoria dos homens torna-se sem efeito, ou vazia. Homens pregando a cruz em sua própria sabedoria estão simplesmente tirando o verdadeiro significado e poder da cruz. Oh, sim, você ouve muito sobre o caminho da cruz, mas não é o caminho da cruz. O próprio poder da cruz está em seu registro contra o inimigo e todas as suas obras. Contra o pecado como um princípio, e contra o mal como um estado, uma natureza. O poder da cruz é retirado quando você fala sobre os heróis da cruz, e sobre o caminho da cruz como, bem, qualquer homem que negue a si mesmo e renuncia a sua vida por seu País está na mesma categoria que Jesus Cristo, que, afinal de contas, renunciou a Sua vida como qualquer soldado tem feito. Esta é a cruz no modernismo.
Outra coisa que o inimigo procura fazer em relação a cruz émanter os cristãos ignorantes de seu pleno significado. É um grande dia para o Senhor, e um terrível dia para o inimigo, quando um cristão recebe revelação do significado pleno do Calvário. Este dia marca um novo pedaço da história no campo do conflito. Você pode enfrentar certo tipo de oposição no terreno da obra substitutiva do Senhor Jesus, mas, acredite, você irá enfrentar dez vezes mais quando chegar no terreno da obra representativa do Senhor Jesus, e quando você assumir o seu lugar na identificação com Cristo na morte, no sepultamento e na ressurreição no sentido espiritual. Aí começa uma nova história de conflito, de batalha e de antagonismo satânico, porém, você entrou num campo novo e num lugar novo, e você tem novos poderes a seu dispor. O inimigo perdeu seu terreno. Multidões crêem na obra substitutiva e se alegram nela, mas ainda estão se movendo na energia do homem natural, mesmo como cristãos. Não representam uma ameaça ao inimigo naqueles níveis mais elevados, mas, quando a cruz é aceita desta maneira e plantada em nossas vidas de modo que a vida natural é colocada de lado - "Estou crucificado com Cristo e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” – então há um novo campo de significado para o Senhor e de significado para o inimigo, e por isso, um novo campo de conflito. O inimigo está pronto para tirar este lado da cruz dos cristãos, e dissemos anteriormente, e é verdade, que você freqüentemente enfrenta mais oposição nesta linha por parte de cristãos do que de quaisquer outros. É algo estranho. Imediatamente ao seguir com o Senhor em toda plenitude do significado do Calvário, você descobre que a sua principal dificuldade está no campo dos cristãos, e, via de regra, cristãos ‘oficiais’. Os líderes não aceitarão isto, e você descobre que o seu caminho fica infinitamente mais difícil. É verdade que o inimigo de fato odeia a plenitude da cruz, e ele irá procurar de todos os meios destruir o seu valor para os crentes, ocultar o seu significado deles, e, se possível fazê-los abandonar a posição e descer da cruz, ou persuadi-los a não aceitá-la.
Bem, este é o seu testemunho do valor da cruz! Ele é uma testemunha do seu significado. A cruz, então é a base da vitória, e o inimigo sabe disto muito bem.
Não irei mais longe por ora. Precisamos tomar isto, pensar sobre isto e aplicá-lo, mas lembre-se desta grande e conclusiva coisa: Satanás é um inimigo derrotado para todo aquele que realmente está crucificado com o Senhor Jesus Cristo, porque o Calvário não significa a Sua derrota, e, assim como fomos plantados na morte de Cristo, assim também permanecemos com Ele naquela derrota do inimigo, naquela vitória do Senhor Jesus. Assim, embora ele possa rugir, esbravejar, lutar, afligir, pressionar e assediar, o fato que permanece é que para aquele que é um com Cristo em Sua cruz, Satanás é um inimigo derrotado.